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Com a verdade me enganas

por Maria Teixeira Alves, em 27.01.14

 

Começo por dizer que tenho admiração intelectual por Daniel Sampaio, apesar da sua ideologia política. Não fosse esta e seria uma referência minha de pensamento. Mas esta ideologia política (de esquerda) de Daniel Sampaio não se pode ignorar, porque de certa maneira corrompe a sua inteligência, ou, se preferirem, o seu pensamento. 

Vou explicar: vi uma entrevista sua na televisão em que diz que nenhum estudo sobre a co-adopção, ou adopção gay, tem validade cientifica. Porque para existir validade cientifica teria de haver experimentação e as crianças não podem ser usadas como cobaias (cito de memória). Foi por isso intelectualmente honesto quando disse isso na entrevista. O que me alegrou porque se há uma coisa que tem de ser provada é a realidade criada socialmente. Pois parece-me evidente que a realidade que emana da natureza não precisa de ser confirmada pelo método da experimentação cientifica. Aliás, não é por acaso que a maioria dos estudos que pululam por aí pretendem demonstrar que a adopção gay é inócua ou boa para as crianças (sobretudo para as adoptáveis, uma vez que as outras não correm, em principio, esse risco).

Mas quando escreve sobre o tema põe esta verdade ao serviço da sua ideologia de  defensor da co-adopção gay. Daniel Sampaio é a favor da co-adopção e da adopção gay, apesar da falta de validade científica dos benefícios destas. Está no seu direito. Mas transforma uma verdade, a de que nenhum estudo tem validade científica, para "desmentir" os benefícios da parentalidade natural (pai e mãe) na comparação com a realidade social de existirem dois pais ou duas mães. Reparem diz que "há evidência científica a demonstrar que um casal do mesmo sexo "cuida e protege pior" uma criança a seu cargo? A resposta é clara: não".

Claro que cuidar e proteger não resumem todo o edifício da parentalidade, mas claro está, a curto prazo isso não se vê. Qualquer estudo teria de ter uma amostra representativa e durar uma vida, para se poder avaliar com rigor o impacto desta realidade social que pretende substituir a parentalidade criada pela natureza.

Daniel Sampaio é ainda a favor de uma sondagem aos portugueses em vez de um referendo, mas vai já adiantando (ou avisando) que a adopção gay é irreversível. Bom, então para quê a sondagem?

 


15 comentários

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De l.rodrigues a 27.01.2014 às 14:52

O homem faz um texto moderadíssimo a pedir respeito de ambas as partes que debatem a questão, menos radicalismo ideológico, atenção à criança e que observemos a vida, e você vomita desta maneira? 


Imagine se ele dissesse mesmo aquilo que você diz que ele diz?
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De Maria Teixeira Alves a 27.01.2014 às 15:53

Ele diz o que diz que ele disse (isso do menos radicalismo ideológico) e também diz o que eu disse que ele diz. Ok?
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De xico a 27.01.2014 às 16:42

Pretende a Maria Teixeira Alves pedir a proibição de adopção (em vigor) para pessoas singulares?
É que se não pretende, toda esta discussão é estéril. A não ser que ponha um fiscal debaixo da cama de cada um, vai sempre haver crianças educadas por dois pais ou duas mães de facto, embora não de jure. Qual é então, do ponto de vista psicológico para uma criança nessas condições, o problema de se legalizar a adopção?
Não estou a falar de ideologias e digo, desde já, que sempre fui contra a equiparação da união homossexual ao casamento. Mas julgo que uma sociedade que viveu tantos anos com o labéu dos filhos ilegítimos e dos pais incógnicos no bilhete de identidade, aguenta concerteza dois pais ou duas mães no cartão de cidadão.
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De Maria Teixeira Alves a 27.01.2014 às 16:47

Não concordo consigo. E o essencial não é com quem é que a vive. O essencial é a manutenção da referência mental de pai e mãe, e respectivos papéis. 
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De Maria Teixeira Alves a 27.01.2014 às 16:48

* a criança vive 
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De xico a 27.01.2014 às 20:38

No essencial não emiti opinião pelo que fiquei sem perceber sobre o que não concordava comigo. Quanto ao essencial para uma criança é a sua felicidade.
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De Maria Teixeira Alves a 28.01.2014 às 08:01

Um filho não é só uma criança. Nem só um bébe. 
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De Pedro a 28.01.2014 às 13:42

Mas quem é a Maria para opinar sobre o que é melhor para os filhos dos outros?
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De João Távora a 27.01.2014 às 16:52

Não tenho admiração nenhuma por este senhor, muito menos "intelectual".
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De DS a 27.01.2014 às 18:56

"...para se poder avaliar com rigor o impacto desta realidade social que pretende substituir a parentalidade criada pela natureza"


É a paternidade que é definida pela natureza. O modelo de parentalidade (coisa distinta) é uma estrutura social e não tem sido uma constante.



E repare que não é necessário existir evidências científicas de "benefícios" da (co-)adopção, basta que não existam evidências de malefícios. Mas julgo que isto não lhe interessa, porque logo à partida (citando de memória o Daniel Sampaio) está a negar a validade de qualquer tipo de alegação científica nesta matéria.
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De João Sousa a 29.01.2014 às 00:33

Se os gays não são emanados pela Natureza então são emanados por quem? Por Deus?
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De Maria Teixeira Alves a 29.01.2014 às 12:57

Por amor de Deus, da natureza emanam homens e mulheres, o que se passa depois disso tem a pouco a ver com a natureza, ou terá na medida das condições mentais propícias a isso, ou não.
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De Luís a 29.01.2014 às 16:47

Maria, esqueceu-se dos hermafroditas....
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De Maria a 29.01.2014 às 20:18

Então está a sugerir que os homossexuais são doentes mentais, é isso? Mas daqueles que podem ter empregos, pagar impostos, ser úteis à sociedade de todas as maneiras e formas desde que não se reproduzam certo?
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De hajapachorra a 30.01.2014 às 16:11

Como é que alguém pode ter admiração por Daniel Sampaio, admiração intelectual?!?!?; é para mim um mistério. É mais incompreensível ainda do que alguém ter admiração, qualquer tipo de admiração, pelo irmão que lhe deu a fama.

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