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Existe a ideia de que nas eleições os partidos "testam a sua força", para usar uma expressão de um dos comentadores do meu post anterior.
Isso é verdade, claro, mas não é para isso que existem eleições e menos ainda é para isso que os partidos concorrem às eleições.
Os partidos existem, e concorrem a eleições, para apresentar o seu programa, mesmo que o seu programa seja apenas eleger um chefe de facção.
Quem acha que tem um programa suficientemente distinto dos que existem, faz um partido, concorre, e depois se vê se os eleitores acham que o programa é suficientemente distinto (por exemplo, o Livre, o Aliança, o Volt, são partidos que, aparentemente, não conseguem explicar muito bem aos eleitores por que razão se deve votar nesses partidos).
Só faz sentido fazer coligações pré-eleitorais quando existe um programa comum que ganha em ser apresentado com uma base de apoio única.
Foi o caso da Aliança Democrática, que tinha um programa - não é o programa que escreveram, é o programa real, tal como percebido pelas pessoas comuns - razoavelmente claro e que justificava uma coligação: liquidar os restos institucionais do 25 de Abril que não correspondiam a opções democráticas, reformar economicamente o país e, já agora, trazer para o centro da política a agenda ambiental e de gestão do território que o PPM trazia consigo (a ideia de que a política ambiental é uma bandeira da esquerda não tem qualquer, mas qualquer, base factual na história do ambientalismo em Portugal).
Admito que poderia haver razões para fazer hoje uma coligação liberalizante que libertasse o país dos pesos que lhe têm imposto a estagnação dos últimos vinte anos, a começar pelo enorme peso da dívida.
Reconheço, no entanto, que dificilmente seria possível fazer uma coligação que seria sempre catalogada como uma espécie de troica sem troica.
Acresce que os partidos que poderiam apoiar um sentido reformista liberalizante, não se entendem sobre o que é necessário fazer para deixarmos de continuar estagnados.
Assim sendo, é de longe preferível que cada um apresente aos eleitores o programa que quiser, e depois das eleições, logo que se vê o que é possível fazer em comum.
Agora fazer coligações apenas porque com os mesmos votos se pode ter mais deputados, é mesmo muito, muito poucochinho, ou ter como programa remover António Costa é, ainda assim, poucochinho, o problema não é António Costa, é tudo aquilo a que António Costa dá representação política.
Os partidos que estão fartos da estagnação dos últimos vinte anos não podem ter como ambição ter mais deputados com os mesmos votos, têm mesmo de ter como ambição ter de tal forma mais votos que essa matemática do método de Hondt se torne irrelevante.
Se os eleitores não quiserem, paciência, resta-lhes trabalhar para que na eleição seguinte mais eleitores se convençam de que o seu programa vale a pena.
A alternativa é ficarmos nesta mansa resignação em que temos andado, cujos resultados são o que todos sabemos que têm sido.
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