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O quadro aqui reproduzido é da autoria de Carlos Reis (1863-1940), intitulado: "D. Carlos I e o seu Estado-Maior"(1904) e encontra-se actualmente exposto em Vila Viçosa, um óleo sobre tela que o próprio Kaiser Guilherme II muito elogiou quando passou por Lisboa em 1905. A fama de Carlos Reis propalava-se então por toda a Europa, um último suspiro da arte refinada e elegante dos finais da Belle Époque. No século das Vanguardas, nomes como o de Carlos Reis acabaram ignorados, talvez por não corresponderem mais à ânsia de uma civilização que testemunhara todas as barbáries. Carlos Reis viveu o esplendor e o declínio de um mundo. E, contudo, dos nomes insignes que preenchem a história da nossa pintura, este foi dos mais marcantes.
Não será exagero dizer que Carlos Reis enalteceu o século XIX português na procura de uma visão rigorosa e sensível do homem e da paisagem, elementos contribuidores para a afirmação da estética naturalista da qual foi impulsionador em Portugal. A trajetória biográfica do artista é contada pela sinuosidade de um percurso moldado a custo e a pulso: de origens modestas encontrou um benfeitor e amigo no rei D. Carlos, também amante das artes. Inspirado e incentivado por Silva Porto, mestre de toda uma geração, percorre o caminho de ascensão meteórica à elite da pitura europeia, estudando em Paris onde pôde frequentar os grandes museus e cruzar contacto com as novas tendências artísticas.
Energético e trabalhador tem uma produção excepcional que o demarcam dos contemporâneos, alcançando rápida notoriedade e fixando nome como pintor. Homem de talentos multifacetados (como também nos revelam os seus gostos pela música e pela literatura) aliava a sensibilidade ao perfeccionismo do traço. Ascético, perfeccionista, sensível, consegue brilhar pela luminosidade das criações. Não direi pois, que tenha sido inovador, mas dentro do convencionalismo conseguiu alcançar a originalidade, trabalhando as tonalidades luminosas com propriedade e aplicando o equilíbrio do branco que perpassam as várias criações artísticas. Sobretudo, o que populariza Carlos Reis são as paisagens, essencialmente a poesia bucólica da terra portuguesa, fazendo dele o mais português dos nossos pintores, claro, não injustiçando outro ilustre contemporâneo como José Malhoa que merece um igual título.
Ascendendo por mérito próprio à condição de artista consagrado, Carlos Reis substituiu Silva Porto como Professor de Pintura de Paisagem, na Escola de Belas-Artes. Mais tarde assumia a função de director do Museu Nacional.
Com a República foi nomeado director conservador do Museu de Arte Contemporânea (logo em 1911), que passou a situar-se no Convento de S. Francisco, no Chiado. Carlos Reis seria, contudo, destituído da direcção do museu logo no dia da sua inauguração. O jornal "O Dia", que antipatizava com Afonso Costa, nessa altura Ministro das Finanças, e responsável pela medida, justificando tal acto pela necessidade de poupança, escreveu que: «Carlos Reis, embora estranho à política» tivera «a pecha de haver sido amigo dedicado e fiel do sr. D. Carlos (...)».
Num país de invejas Carlos Reis acabou por ser vítima da pior cobardia, a República traía o mais ilustre dos pintores portugueses e afastava-o infamemente.
O pintor lembraria mais tarde amargurado: «Como Director do Museu d'Arte Contemporanea taes provas dei do meu desastrado criterio e da minha ignorancia em materia d'arte, que ao cabo de três anos, o Congresso votava a extinção do logar de Director, que, como era de presumir, se restabeleceu, aliás com toda a razão, na pessôa do meu imediato sucessor».
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