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Imagine-se como seria a nossa existência se o tempo não se dividisse em ciclos, não tivéssemos dias, semanas ou meses, se fosse tudo um continuo sem estações dum infindável ano. Como orientaria a humanidade a sua existência? É verdade que o tempo passa e envelhecemos independentemente do calendário que criámos baseado na mecânica dos astros e das estações do ano. Provavelmente não deixaríamos de procriar mesmo sem a primavera ou a obscuridade esquiva da noite. Naturalmente que no decorrer do interminável "dia", chamemos-lhe assim, em que decorresse a nossa vida, o nosso organismo nos impeliria a procurar alimento, e imporia alguma ordem e medida temporal. Assim como o cansaço e o sono nos impeliria a procurar alguma penumbra para dormir em sossego. E não estou certo que não procurássemos na natureza algumas referências, por débeis que fossem, que nos situassem em face ao passar do tempo. Tudo uma hipótese completamente absurda, claro está!
Vem isto a propósito do tempo do calendário que os cristãos se preparam para viver. A propósito da importância dos rituais que nos orientam durante a vida, na devolução de um sentido mais profundo para as rotinas, ou que nos libertem delas, para uma experiência existencial mais rica. É nesse sentido que os cristãos são convidados a viver a Páscoa, a cortar com os hábitos de sempre, no esforço de parar para viver a Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo. Isto acontece todos os anos, há cerca de dois mil anos que o calendário nos aponta ao cumprimento de rituais concretos que unem os cristãos na vivencia deste mistério. O mesmo que somos convidados a participar na Eucaristia ao Domingo ou noutro dia da Semana que nos sintamos atraídos a vivê-lo. Foi esta esperança de salvação que Jesus nos outorgou naquela sexta-feira no Calvário em que o próprio véu do tempo se rasgou. Em que o calendário universal para sempre se alterou.
A Vida Eterna começa com a continuidade geracional dos rituais. Ontem uns, outros hoje, os nossos avós antigamente, os nossos netos no futuro, perpetuarão estes rituais. Com uns ou com outros a procura da esperança está-nos nos genes, e foi-nos incutida pela Salvação da Páscoa. É no calendário, nos rituais repetidos, ano após ano, século após século, que intuímos a eternidade. E os descrentes nem sonham a liberdade que esta descoberta nos concede.
Até Domingo!
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