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Cabeças totalitárias

por henrique pereira dos santos, em 11.08.23

"Fosse a religião, e nomeadamente a católica, uma pura escolha privada, uma prática individual ou mesmo colectiva, mas sem incidência na polis, muito deste debate não seria necessário".

Quem assim escreve é Luísa Semedo, uma senhora que todas as semanas escreve mais ou menos a mesma crónica, embora com palavras diferentes, no Público.

Qual é então o problema de Luisa Semedo?

"Se não nos ocuparmos da religião, ela ocupa-se de nós. E exemplos disso é que não falta no mundo, basta olhar para os EUA ou a Itália e para os retrocessos a que estamos a assistir em matérias de direitos das mulheres e das pessoas LGBTI+".

Para Luísa Semedo (está muito longe de ser a única, há milhares de pessoas que não se consideram jacobinos adversários da liberdade religiosa, apenas consideram que a religião deve ser livre, mas invisível e inócua na sociedade) as pessoas não são todas iguais: as que pensam como ela devem exprimir-se como entenderem e usarem os mecanismos sociais que entenderem para influenciar as comunidades em que vivem, mas as que pensam de maneira diferente, com uma base religiosa, não, a essas deve aplicar-se a famosa política do "don´t ask, don´t tell".

E é por isso que acha inadmissíveis políticas determinadas pelo voto das pessoas erradas nos EUA e em Itália.

Mas como tem vergonha de dizer que acha inadmissível que as pessoas votem de forma errada, arranja uma desculpa que lhe parece mais aceitável: o problema não é as pessoas pensarem de forma diferente da sua, o problema é que essas pessoas não têm a capacidade intelectual de Luísa Semedo, portanto como são fraquinhas da cabeça votam influenciadas pela dimensão colectiva e social da religião, o que manifestamente é inaceitável.

Ou seja, as políticas dos EUA e da Itália não são determinadas pelo voto livre das pessoas comuns, mas por aquilo que Luísa Semedo avalia como sendo uma influência religiosa ilegítima.

O ideal era reconduzi-los todos a umas catacumbas: religiosos, até poderia ser, agora que o que as pessoas pensam acabar a influenciar políticas públicas, isso é que só com autorização de quem define o que é ou não admissível no espaço público.


6 comentários

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De pitosga a 11.08.2023 às 10:35


Como toda a esquerdalhada, esta mulher é estúpida.
Robert Anson Heinlein: Stupidity is the only universal capital crime; the sentence is death. There is no appeal, and execution is carried out automatically and without pity.

Concordo.

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De Anónimo a 14.08.2023 às 14:36

Que notável. Um cristão a defender a eugenia.
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De lucklucky a 11.08.2023 às 11:42


Qualquer dia temos de começar samizdatas em Portugal se algumas das pessoas que escrevem no Publico mandarem.



Uma frase anti humana:
"uma pura escolha privada, uma prática individual ou mesmo colectiva, mas sem incidência na polis"



Tudo o que nós somos tem influência na Polis a não ser que Polis esteja controlada pelas Luisa Semedo e impeça as pessoas impuras como os Católicos de poderem dizer qualquer coisa ou votar.
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De César a 11.08.2023 às 12:57

Vivemos numa,sociedade onde se espera que a pornografia tenha de ser pública e a religião privada. Como ensinaram à jovem senhora que as religiões eram resquícios da idade média, confinadas a gente inculta, atrasada, a meia dúzia de velhos do distante "mundo rural", em oposição à "superioridade moral" da bolha.urbano-depressiva onde se movem desconhecendo tudo o resto, nem lhes passa por aquelas cabecinhas ocas que o avanço civilizacional ocidental foi resultado de 3 factores onde se fundou: a cultura helenistica com os seu filósofos, o advento da democracia etc, a república romana e a matriz judaico-cristã.  Como julgam saber o sentido da História, entrincheirados na superstição do "progresso" que os seus profetas ideológicos do Séc XIX lhes ensinaram, exibem soberba e intolerância porque para eles nada faz sentido, incapazes de perceberem o óbvio.
A indústria da morte proporcionada pelo jacobinismo radical foi bastante mais sanguinário que qualquer intolerância religiosa.
Mas é o que(não) temos: hoje por hoje há por aí muitas Luisas Semedos que se portam como se fossem donas de tudo e que nunca pensaram que as JMJ tivessem tanta gente e, sobretudo, gente jovem.
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De Filipe Costa a 13.08.2023 às 15:08

Off Topic:


"A instalação de colmeias em parques solares tem sido uma das medidas de mitigação de impactes ambientais negativos proposta pelos promotores para obter a autorização ambiental para projetos de grande dimensão que são inseridos na paisagem rural. Um deles é o mega-projeto também ligado à Iberdrola que vai implicar o abate de mais de meio milhão de eucaliptos em Santiago do Cacém."


Houve indignação com 2000 sobreiros e agora?
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De henrique pereira dos santos a 14.08.2023 às 16:34

Meio milhão? Tanto quanto sei, foi milhão e meio, mas de eucaliptos

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