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Bestas quadradas

por henrique pereira dos santos, em 24.07.19

O título deste post é o título da crónica de ontem de Miguel Esteves Cardoso.

"É um choque descobrir que um acto humano de bondade básica - dar de comer a animais na rua - é proibido. ... O PAN decidiu tentar acabar com esta proibição não só porque é imoral e cruel e desumana, mas porque não faz sentido o esforço enorme que tem sido feito para esterilizar gatos de rua que assim podem continuar a viver em colónias".

Confesso que, para mim, é um choque ver pessoas cultas, informadas e cosmopolitas ignorarem o acto humano de humanidade básica que consiste em proteger os mais frágeis de doenças transmitidas e das agressões físicas provocadas pelas colónias de gatos, dos bandos de pombos, das nuvens de gaivotas, das matilhas de cães, para além de recusarem a protecção mínima que um bom coração humano dispensa aos pássaros e as lagartixas e as borboletas condenadas a ser estraçalhadas por garras dos gatos.

Quem se quiser documentar, pode ir à Caparica visitar as milhares de gaivotas que esperam pelos restos dos pescadores, ou o bando de gatos de tornou a entrada da Mata da Machada num deserto faunístico, ou à Fonte da Telha visitar a matilha de vinte ou trinta cães selvagens a que a Câmara de Almada não consegue dar destino porque tem os canis cheios da bondade que proíbe o seu abate, uma espécie de bomba relógio à espera de um ataque mais severo da matilha a quem por ali passe.

Ou pode informar-se em estrangeiro, se preferir: "They estimate that cats in the UK catch up to 275 million prey items a year, of which 27 million are birds" (Ler mais aqui)

E ignorarem a básica bondade humana que consiste em proporcionar aos filhos espaços públicos de qualidade e não esterqueiras que alimentam ratos.

E ignorarem a bondade humana básica que consiste em apreciar o desenvolvimento de sistemas naturais equilibrados, incluindo lagos com vegetações marginais diversas com espécies diferentes explorando nichos ecológicos diferentes, em vez de construir um mundo desertificado pelo excesso de patos mudos alimentados pelo milho trazido pelos bondosos que têm imensa bondade pelos patos que alimentam, e zero de empatia pelo mundo que nos rodeia.

Nesta história talvez devamos ter um longa conversa sobre quem são de facto as vítimas da bondade sem razão e conhecimento, e depois fazer o balanço de perdas e ganhos da alimentação de animais vadios.


6 comentários

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De Anónimo a 24.07.2019 às 19:48

moro em Lesboa no jardim Merda de Cão
OMS/Europa 1 milhão de casos de quisto hidático em humanos no fígado, pulmões e cérebro
a aporofobia ou fobia aos pobres não respeita crianças e sem abrigo, pois há mais venda de alimentos para animais do que para os indigentes
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De João Távora a 24.07.2019 às 20:02

Está a ficar gagá o MEC
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De monge silésio a 24.07.2019 às 20:36

Se o ódio à humanidade pega com maior fervor animal... temos a decadência que vem engrossando dezenas de indivíduos por dia
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De Anónimo a 24.07.2019 às 21:44

Muito bom post, Henrique Pereira dos Santos.

Assim como a nota do Anónimo a 24.07.2019 às 19:48

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De EMS a 24.07.2019 às 23:18

"E ignorarem a bondade humana básica que consiste em apreciar o desenvolvimento de sistemas naturais equilibrados, incluindo lagos com vegetações marginais diversas com espécies diferentes explorando nichos ecológicos diferentes, em vez de construir um mundo desertificado pelo excesso de patos mudos alimentados pelo milho trazido pelos bondosos que têm imensa bondade pelos patos que alimentam, e zero de empatia pelo mundo que nos rodeia."


Pois, Henrique, a monocultora do eucalipto é que é boa. Aquilo é que é a verdadeira diversidade ecológica.
Felizmente são os malandros dos patos e dos gatos que ardem todos os Verões.
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De henrique pereira dos santos a 25.07.2019 às 09:50

Não percebi o comentário nem a sua relação com o post

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