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Baltazar Nunes e as escolas

por henrique pereira dos santos, em 27.02.21

"Nós sabemos que as escolas, aparentemente, e vimos que são seguras e não houve grandes surtos de transmissão nas escolas, mas também aquilo que aprendemos é que a abertura das escolas tem efeitos colaterais, tem efeitos indirectos sobre a sociedade, porque liberta os pais para poderem ir trabalhar e vai libertando a sociedade, não é propriamente as escolas que sejam o principal factor que promove a transmissãocomo sendo as crianças os vectores dessa transmissão, mas são efectivamente um factor que confina muito a sociedade".

Esta transcrição diz respeito a Baltazar Nunes, uma das eminências pardas da estratégia de gestão da epidemia.

É director dos serviços que no Instituto Ricardo Jorge publicam o relatório sobre mortalidade que alerta para os efeitos sinergéticos entre mortalidade e covid resultantes da situação meteorológica excepcional que ocorreu entre 24 de Dezembro e 20 de Janeiro.

E mesmo sendo o director desses serviços, mesmo depois da publicação do relatório com estas conclusões, prefere omitir (ou quase omitir ao ponto de não terem qualquer relevância no conjunto da sua intervenção) as conclusões dos seus próprios serviços na reunião do Infarmed em que repete argumentos a favor do confinamento e interpretações da curva de epidémica e transmissibilidade que são mais que abusivas face à informação que o seu próprio departamento produz.

Nada de original na função pública actual, que está de pantanas e que promove uma cultura de irresponsabilidade e de subserviência ao poder como não conheço paralelo anterior (e eu trabalho na função pública há mais de trinta anos, esquecendo alguns interregnos).

Que o próprio não tenha sequer consciência da barbaridade do que está a dizer - que o fecho das escolas não se justifica pelo papel das escolas na evolução da epidemia, mas porque prende os pais das crianças em casa - diz muito mais sobre nós, sobre o jornalismo que o ouve sem o confrontar com o carácter indigno dessa opção com esse fundamento, que sobre Baltazar Nunes.


15 comentários

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De Anónimo a 27.02.2021 às 17:55

Então foi uma decisão criminosa com a agravante de ter sido tomada conscientemente.  Portanto, uma medida com dolo e volitiva.  Mais ainda: essa informação foi sonegada aos pais, pois nem todos saberão que, para os manterem confinados à força, foi imposta também a prisão dos filhos, sabendo os nossos "governadores" que era uma medida desnecessária, escusada e inútil. Também estavam cientes dos prejuízos irreparáveis que tal decisão acarretaria no percurso escolar e no futuro das nossas crianças e jovens. E nem isto demoveu. 
É tão mais fácil fechar cidadãos em casa do que ter a maçada de planear e tomar decisões atempadas e adaptadas às necessidades e às circunstâncias dos diferentes grupos! 




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De Tiro ao Alvo a 28.02.2021 às 18:15

Pelo que aqui se diz, não seria má ideia meter os nossos governantes no tribunal, movendo-lhes um processo crime, por terem metido os nossos miúdos em prisão domiciliária, "medida desnecessária, escusada e inútil"?

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