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Atualização de rendas

por Jose Miguel Roque Martins, em 18.09.23

Parece evidente que o congelamento de rendas não é a solução do problema da falta de casas para arrendar: inúmeros estudos assim o demonstram, mesmo nos louvados exemplos de Berlin e outras cidades de primeira linha ( a falta de senso não tem fronteiras) . No caso Português, com uma longa perseguição do senhorio desde a Republica, passando pelo Estado Novo e continuando no regime de Abril, os estudos não deveriam ser necessarios para que se entendesse que expliar senhorios não dá bons resultados e que é provavelmente a maior causa do actual problema de falta de casas para arrendar ( infelizmente há muitos outros neste jardim á beira mar plantado). 

Não é do prisma pratico que pretendo falar : mesmo que seja um paliativo para os arrendatarios instalados ( com casa) ou que até não torna-se o actual problema pior, o congelamento de rendas é vergonhoso.

 Que Estado de direito não aplica leis aprovadas e não revogadas, apenas suspendendo os direitos consignados por lei? Que Estado de direito vê o seu 1º ministro, aparecer na televisão a dizer ter que se fazer uma ponderação entre a Lei e a protecção dos interesses dos inquilinos? Que estado de direito, discrimina de forma tão clara os cidadãos, elegendo uns como beneficiário e outros como espoliados,  independentemente dos seus rendimentos? A resposta é simples: nenhum.

É apenas mais um exemplo de que Portugal não é um estado de direito, é uma democracia mercantilista pouco inteligente. Fazer política social, faz todo o sentido. Com fundos do Estado e não expropriando cidadãos independentemente dos seus rendimentos, eleitos apenas por uma circunstância partilhada: ser proprietario de um imovel arrendado. Considerando a situação de rendimentos dos mais desfavorecidos e não os “direitos” de interesses corporativos de agrupamentos de cidadãos heterodoxos, apenas partilhando um interesse comum: pagar menos.

A acumulação de distorções sem critério, explicam que estejamos mais longe dos niveis de bem estar médio da CE e a ser ultrapassados por todos os países , com as poucas exepções daqueles que, tal como nós, apenas estão a interessados em manter pobreza endemica, para poderemos ser os pedintes da Europa, uma distinção que me escapa como positiva. 


14 comentários

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De balio a 18.09.2023 às 21:22

Muito bem. Estou totalmente de acordo.
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De urinator a 18.09.2023 às 21:24

"Olê muié rendeiraOlê muié rendá ; Assim era que cantava os cabras de Lampião Dançando e xaxando nos forró do sertão

 Luiz Gonzaga
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De anónimo a 18.09.2023 às 22:37


Sim, há por aí muita demagogia. Preocupação e caça a eleitores. O perfil dos activistas é uma anedota. Perfil dos políticos a condizer. Todos conhecemos factos. A maioria dos valores de alugueres é menos que 1.000 €uros, o que corresponderia a um aumento mensal de 70 €uros. Dois tanques de gazóleo para o inquilino (Opel Record) ou um tanque para o senhorio (Mercedes Benz), ou vice-versa em muitos casos. Quanto aos subsídios de renda convém apresentar o cartão do PS.
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De anónimo a 20.09.2023 às 15:14


Exacto, vice-versa. O inquilino com dois ou três carros à porta, o senhorio com passe-social e a ter de pagar mais de 1/4 da desajustada renda em impostos, taxas, condo, manutenção.... Depois admiram-se que não haja oferta de habitação de privados.

Consequentemente os novos contratos de arrendamento não podiam ser diferentes e mesmo assim, com este comunismo/socialismo em vigor, é tudo um grande risco.

Ps- Curioso o perfil da Ministro da habitação.
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De Anónimo a 19.09.2023 às 00:40

E a atualização dos salários? E em todos os anos em que a escumalha senhoria "atualizou" muito acima da inflação? Só há atualização para quem parasita e não há atualização para quem trabalha?
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De XRT a 19.09.2023 às 01:50

Escreve-se actualização.
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De Anonimo a 19.09.2023 às 09:30

É sempre interessante ver nas TV programas a debater o problema da habitação em "Portugal". Culpa dos vistos gold, do turismo, e do AL.
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De Francisco Almeida a 19.09.2023 às 09:36

A questão das rendas é um dos exemplos mais expressivos de que Salazar, politicamente, não era um homem de direita mas uma mulher de esquerda.
"Não mexam nisso que é um vespeiro".
Mas, ao menos, o Estado Novo construía uns milhares de casas anualmente e não as 17 que é a "perfomance" de António Costa.
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De balio a 19.09.2023 às 11:46


A questão das rendas é um dos exemplos mais expressivos de que Salazar, politicamente, não era um homem de direita mas uma mulher de esquerda.



A diferença é que, segundo julgo, no tempo de Salazar a inflação era deveras baixa, pelo que o congelamento das rendas não tinha efeitos muito graves. Quando a inflação é de 10% é que as coisas fiam mais fino.
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De Francisco Almeida a 19.09.2023 às 20:26

Claro que não havia inflação. Nesse tempo o papo-seco custava 4 tostões e 20 anos depois estava no mesmo preço (foi um exemplo escolhido por Calouste Gulbenkian quando lhe perguntaram porque decidira ficar a viver em Portugal).
Mas a questão é que Salazar já herdara as rendas congeladas da 1ª República e nessa houve inflação. Sem aumentos a esmagadora maioria dos senhorios não tinham já excedentes para obras de conservação e esse terá sido o principal motivo para a degradação das casas de habitação nos bairros antigos de Lisboa.
Citei como exemplo mas há outros. 
O Estado Novo só conheceu inflação com o primeiro choque petrolífero, já com Marcello Caetano que foi tão incapaz de reagir como estes incapazes de hoje, com a vantagem sobre eles de não ter usado a mentira sistemática como forma de governo. Lembro-me muitíssimo bem que, quando a gasolina passou dos 4$60 para 5$10, fizeram-se manifestações e muita gente se apercebeu de que o fim do regime estava próximo.
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De balio a 20.09.2023 às 09:49


O Estado Novo só conheceu inflação com o primeiro choque petrolífero, já com Marcello Caetano que foi tão incapaz de reagir como estes incapazes de hoje



Aquando do 25 de Abril dizia-se que a guerra colonial estava a absorver metade do Orçamento de Estado e que essa era uma das razões pela qual era urgente descolonizar.
Não sei se estava de facto a absorver metade do Orçamento mas, se estava, isso dever-se-ia certamente ao aumento brutal do preço do petróleo em outubro de 1973. Todos os veículos militares exigem muita gasolina...
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De Ricardo a 19.09.2023 às 10:07

Um estado de direito (a que chegámos) por linhas tortas e sem catenária. Oh oh oh  (já faltou mais para o natal).
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De pitosga a 19.09.2023 às 11:12

O senhor do 'n Roll reapareceu para o seu papel de elefante na loja do Costa-Fitas. Valha-lhes Deus...
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De The Mole a 19.09.2023 às 12:01


Como diz: "É apenas mais um exemplo de que Portugal não é um estado de direito"...
Infelizmente, há muitos outros.

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