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António Costa, na segunda carta aos indecisos, escreveu que “há 600 anos partimos à descoberta. É altura de descobrir e valorizar as Índias e Brasis que temos em nós.” Esta afirmação se fosse feita por alguém do Governo da Coligação ou de um dos dirigentes dos partidos que a formam, seria, pela esquerda e pelo próprio António Costa, classificada ou de neo-liberal (post-it muito útil quando se desconhece o conteúdo) ou de saudosista. Sendo feita por alguém da esquerda é o convite ao sonho. As Índias e os Brasis referidos repostam-se a um tempo em que Portugal teve de sair do seu reduzido espaço (e de uma situação financeira muito difícil, ou seja de uma crise) para procurar novos territórios e outras fontes de rendimento. Tal significou a partida (a emigração de que a esquerda hoje tanto critica e da qual se envergonha) de muitos portugueses e a construção de uma rede comercial que teve, no nosso velho território, a sua plataforma para as trocas entre o Velho e o Novo Mundo. Novas atividades surgiram, muitas oportunidades apareceram aos portugueses de então e Portugal expandiu-se pelo Mundo e enriqueceu. Hoje não existem novos territórios para descobrir mas existem, sim, mercados para onde devemos exportar o que cá sabemos produzir. Por isso as Índias e os Brasis de hoje são os países para onde deveremos enviar os nossos bens transacionáveis. Esta é a aposta do atual Governo e da coligação! A aposta de António Costa é no consumo interno! Uma vez mais está Costa equivocado!
Não sei. O que me parece é que está na moda apontarem a emigração como um sinal de empreendedorismo, sair da zona de conforto, não serem piegas, etc. Acho que este primeiro-ministro já começa a mudar esse discurso e faz bem, que as eleições estão à porta. Fazia-lhe bem a ele fazer um estágio a assentar tijolo em Champigny, onde eu nasci e de onde tive de voltar aos cinco anos para junto dos avós, deixando lá os meus pais.
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