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As formigas, Putin, Meloni e Portugal

por Jose Miguel Roque Martins, em 28.09.22

Quando observamos grupos de formigas á procura de comida, parece observarmos a atividade humana: um aparentemente caos, nem sempre bem sucedidos, produzindo resultados surpreendentemente bons.

Assim tem sido nos últimos séculos, em que formigueiros mais organizados vivem mais e melhor do que os outros.

Imagino que, também nos formigueiros, não se atinjam os melhores resultados, porque umas teimam em apostar em soluções erradas e que exista um algoritmo biológico que persiste numa inconformidade inconstante, umas vezes mais à esquerda, outras mais à  direita, umas vezes a procurar mais próximo, outras mais longe, porque nem sempre as respostas certas são as mesmas. Como diria Darwin, os formigueiros que não se adaptem acabam por se extinguir.

Nas sociedades humanas, as autocracias são exemplos próximos da falta de diversidade actuante que pode levar ao desastre. De um formigueiro ou até de todas as formigas, como a Rússia de hoje parece demonstrar. Quando o grupo maioritário de formigas, em certo momento, puxam para soluções novas, como acontece hoje em Itália, tanto pode ser mais uma experiência falhada, como tantas outras, como a correcção de exageros, que estão a produzir maus resultados.

Certo é que a bússola da maioria das formigas, de vez em quando, perde completamente o norte e precisa de afinações para sobreviver. É o que parece acontecer em tempos de crise profunda, provocada por imobilismos dogmáticos ou alterações da realidade não assimiladas e não corrigidas com o devido pragmatismo. Como parece ser o caso de Portugal há algumas décadas. 

Correndo bem, depois das crises, muito sofrimento e imensas falhas escusadas, os formigueiros têm continuado a prosperar. Será bom que assim continue.

ps: eu, como boa formiguinha, não tenho duvidas do caminho certo e espanto-me com as opções das outras. 

 

 

 



9 comentários

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De Carlos Sousa a 28.09.2022 às 13:35

Pois, os velhos quando são apanhados em contra mão também ficam indignados com a quantidade de carros em sentido contrário. 
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De Anónimo a 28.09.2022 às 22:26

Você lá sabe e de experiência feita.
Mas a anedota não é com velhos e novos, é com belgas e franceses e já a conheço há uns 50 anos.
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De João Felgar a 28.09.2022 às 14:57

Muito interessante, e os formigueiros não se poderão juntar todos entre eles e criar um super formigueiro. 


Somos todos formigas, uns mais hábeis em contornar situações com pagamento de luvas e julgam que assim vai perdurar a sua vantagem.


Nada se extingue, tudo se transforma noutra realidade, toda esta sabedoria de extremas direitas veio da Monarquia, porque dentro desta instituição os valores de Deus Família e Pátria, sempre existiram na Monarquia.


existem formigueiros um pouco malandros que conseguem enganar outros de várias maneiras e este processo de engano é tão peculiar das repúblicas e não só, dentro dos formigueiros existe religiosidade que usurpam valores de outros e são formigas, estes até podem extinguirem se na Europa.
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De Anónimo a 29.09.2022 às 08:37

Obrigado por chamar a atenção deste artigo.
Peço licença ao JMRoque Martins para transcrever alguns excertos:
"Apesar de não surpreender, é de assinalar o atrevimento das instituições europeias nos últimos tempos, em particular com a Polónia e a Hungria. A UE foi fundada debaixo dos escombros que o nazismo deixou na Europa e perante a ameaça do comunismo soviético. Tanto a Polónia como a Hungria resistiram a ambos os momentos. Ambas foram capazes de sobreviver às mais perversas ideologias, contra tudo e todos. Representam, provavelmente, o melhor que existe na Europa. São dois países que até pelo seu passado recente escolheram a Europa, com todas as letras. São europeístas.

No entanto, não deixa de ser interessante perceber que para a UE, a democracia-cristã de Orbán atenta mais contra os valores europeus do que, por exemplo, dois partidos comunistas terem suportado um governo socialista em Portugal durante 6 anos, ou um partido de extrema-esquerda, como o Podemos, fazer parte do governo espanhol. Também, praticamente, não temos palavras da UE quando, por ano, entre 8% a 10% do nosso PIB nacional é perdido para a corrupção. Mas irritam-se quando os húngaros decidem querer proteger a vida humana desde a conceção, ou que tenham definido o casamento como uma instituição realizada entre um homem e uma mulher. Bruxelas transformou os temas que eram considerados fraturantes, porque dividiam a sociedade ao meio, em novos dogmas europeus incontestáveis.

(...) forçam desenvolvimentos políticos numa UE fragmentada e desarticulada dos seus cidadãos. O Brexit, a pandemia e a resposta da UE a estes demonstraram essa mudança. Os políticos europeus quando, no princípio do século, rejeitaram referir o cristianismo num projeto de constituição europeia, já demonstravam não conhecer a identidade europeia, mas principalmente, mostravam como faltava identidade à UE. Perverteu-se o espírito inicial da UE e 2024 corre cada vez mais o risco de ficar para a história como o ano no qual tiveram lugar as últimas eleições europeias.
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De Anónimo a 29.09.2022 às 08:47

[Órban] Tem em abundância aquilo que mais falta às instituições europeias: legitimidade. Ganhou consecutivamente eleições desde 2010, sendo que, na última, contra todos os seus adversários políticos que se tinham unido numa coligação inédita de 6 partidos da esquerda à direita , contando também com muito apoio de Bruxelas . Contrariamente a todas as expectativas, até do seu partido, não só venceu como reforçou a maioria parlamentar  que já tinha obtido anteriormente. É uma figura incontornável da sociedade húngara e um dos rostos da queda da União Soviética.

(sublinhados meus)
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De balio a 28.09.2022 às 21:13

Não sou bom a interpretar fábulas. O autor deste post poderia explicar melhor o que quer significar com ele.
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De Anónimo a 29.09.2022 às 11:22

Depreendo que queira dizer que até nas sociedades das formigas, estas se põem em desacordo e que nem sempre as percepções que têm do mundo à sua volta são coincidentes e isso será um factor condicionante e determinante das suas escolhas em busca de soluções. Umas vezes acertam e outras desacertam e portanto as soluções dos problemas do carreiro  não serão do agrado de todas as formigas e se passe entre elas como diz a canção do Fausto "Uns vão bem e outros mal" e talvez até discutam " Faz lá como tu quiseres. Eu não quero o que tu queres!"  _ (coisas que eu desconhecia sobre as formigas desentenderem-se). 
Assim acontece entre humanos. Pecou o texto, quanto a mim, por não tirar a conclusão evidente: Não há comunidades perfeitas em parte nenhuma, porque os (des)entendimentos são próprios (também) das sociedades humanas e são inultrapassáveis, fazem parte "da" condição humana. Logo, nunca existirá a «boa» solução, a que agrada a todos _ "Eu não quero o que tu queres"...
A diferença entre homens e formigas é só de «racionalidade» e de «flexibilidade» na dose certa, entre os homens de boa vontade. 
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De O apartidário a 30.09.2022 às 09:09


Governo tomou posse no dia 30 de março e seis meses depois são muitos os casos a fragilizar a sua ação política.



https://eco.sapo.pt/especiais/seis-meses-de-desgoverno-10-casos-e-tudo-depende-de-costa/

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