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Nos tempos em que os governos não são da sua simpatia -- ou seja, socialistas, e de preferência com Bloco à tiracolo -- os serventes da Sic utilizam um instrumento para manchar qualquer notícia que possa ser considerada positiva para o executivo, ou dar a ideia de que algo foi feito bem e competentemente. No fim da matéria de facto, e terminada a intervenção de algum protagonista, os serventes acrescentavam: «Só não disse...», após o que inscreviam a sua crença de que na verdade tudo corria mal.
Com governos como os de Guterres, ou Sócrates, ou Costa, o «só não disse» é metido na gaveta. Ao contrário, quando alguma coisa corre «aparentemente» mal, e em vez do estribilho do «só não disse», a Sic parece buscar desesperadamente «o que falta dizer», e corre zelosa a entrevistar um ministro, um membro qualquer do governo, um sociólogo, alguém, para que diga que está tudo supimpa no mundo dos milagres e maravilhas.
Ontem, a Sic (e todos os orgãos de comunicação social) noticiou que a criminalidade violenta tinha aumentado 3% em Portugal no ano de 2019. Donde, a Sic foi a correr «auscultar» o ministro da administração interna, Eduardo Cabrita, que a descansou dizendo que Portugal é um dos países mais seguros do Mundo (imaginem o que a Sic de antanho diria que o pobre homem «só não disse» sobre o seu próprio descaso).
Ontem, a Sic noticiou (e todos os orgãos de comunicação social) que há um surto grave de infecções do coronavirus em Reguengos de Monsaraz. Donde a Sic informou pressurosamente que estava a ser feito um rastreio exaustivo (elaborem sobre como a Sic se divertiria com a diferença entre prevenção e aflição).
Ontem, a Sic noticiou (e todos os orgãos de comunicação social) que o aumento de infectados em Lisboa esgota os meios de vários hospitais da região de Lisboa, e coloca outros próximo do esgotamento. Logo, a Sic «colheu» declarações do secretário de Estado da Saúde, que disse que era assim, mas que havia outros hospitais que estavam muito bem (entusiasmem-se com as oportunidades que a Sic de antanho teria para vituperar amplamente a criatura pelo que «só não disse»).
Eu julgo que é supérfluo elaborar sobre se isto é jornalismo ou outra coisa, e que tipo de coisa ela é. O certo, é que no domínio deste tipo de «informação» extravagante, aguardo ansiosamente que a senhora da tvi que era, segundo o seu director de informação, do melhor que lá têm e que acusou o Norte de ser pouco culto, queira explicar agora, a propósito dos números de Lisboa, se eles se devem ao facto de -- como ela antes dizia -- uma «população menos educada e mais pobre estar a potenciar uma maior incidência da epidemia» na capital. [Há, evidentemente, duas boas razões para que a senhora jamais faça isto. A primeira, é que foi repreendida. A segunda, é porque agora é verdade. Mas, evidentemente, não se pode dizer que há bairros degradados, transportes inadequados, e gente pobre, menos educada e ferreamente confinada num paraíso socialista.]
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É exactamente isso que tenho vindo a dizer: da mes...
se a imprensa funcionasse sempre assim, [...] não ...
Haverá eleitores e cidadãos que pouco se importam ...
É claro que responder a quem não faz ideia de que ...
"Here’s a True Believer insisting it’s *no big dea...