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(...) "Não sou em geral a favor do derrube de estátuas, mas não deixa de ser curioso que Pombal tenha a proeminência que tem na mais conhecida rotunda do nosso país. Essa estátua representa hoje o triunfo da propaganda sobre a verdade, mais de dois séculos depois. Não há dúvida de que as mentiras promovidas por Pombal foram eficazes, também por terem sido evidentemente úteis a regimes e narrativas que surgiram mais tarde.
Assim, não surpreende a subsequente reabilitação e veneração da sua figura, não deixando de ser irónico que ainda hoje seja frequentemente visto como um grande reformador, até entre muitos historiadores incautos. Tudo culminou no mandar erguer da sua estátua, cerca de um século e meio depois da sua morte, por um regime que também se caracterizaria por uma grande divergência entre as belas intenções declaradas e a realidade conseguida a nível educativo: a Primeira República. Mas, antes de aí chegarmos, temos de atravessar o século XIX: um período deprimente da História de Portugal. Ainda que a maldição do ouro já estivesse a afundar a economia setecentista portuguesa, e o atraso tenha aí as suas raízes, foi no século XIX que Portugal bateu no fundo."
* Trecho de parte do capítulo pré-publicado no Observador dedicado ao pombalismo no livro "As Causas do Atraso Português" do investigador Nuno Palma. Já no meu sapatinho.
A CAUSA DO ATRASO?
1 – Em 1900 viviam em Portugal cerca de 5 milhões de pessoas. A taxa de analfabetos era de 70%. Por ano, mais de 40.000 portugueses emigravam. Dois grandes Partidos dominavam o espaço político: o “partido Progressista” (chefiado por Luciano de Castro) e o “partido Regenerador” (chefiado por Hintze Ribeiro).
2 – Sete anos depois da dita “Implantação da República”, em 1917, Almada Negreiros fez o “Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Séc. XX”. Escreveu: “O Povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses! Só vos faltam as qualidades”. E, em 27 de maio de 1926, Fernando Pessoa, escreveu: “Não sei o que faça. Não sei o que penso. O frio não passa. E o tédio é imenso”.
3 – O Cavaco e os seus Governos também, quando lhes jorrou o dinheiro emprestado da CEE, desataram a construir auto-estradas e rotundas em todo o lado, esquecendo-se das qualificações dos portugueses. Optaram por não gastar o dinheiro emprestado nas profissões científicas e tecnológicas (médicos, professores, engenheiros, cientistas das áreas da matemática, física e química, etc.). Baixos-salários, 80% dos detentores das pequenas e médias empresas em Portugal não têm a escolaridade completa. Vendeu tudo o que era indústria aos estrangeiros, acreditando no Liberalismo.
A CAUSA DO ATRASO é esta. É a mesma.
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