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Com total legitimidade democrática, António Costa ascendeu ao poder. Surfou a onda do crescimento iniciada pelo governo anterior, baseada essencialmente no turismo, que nunca teria crescido sem a liberdade que foi, então, dada aos privados.
Felizmente manteve a tão necessária ortodoxia financeira do governo anterior. As medidas tomadas pelo governo de Passos Coelho, antes tão criticadas, não foram alteradas, em termos fiscais, o que explica a subida da carga fiscal. Apenas “austeridade” passou a chamar-se “contas certas”.
Conseguiu um deficit menor do que o imposto pela Europa. Mas deixou-se de seguir, como antes, uma política mais troika do que a troika. Passámos foi a ser fiscalmente responsáveis.
A única reforma digna de nota que implementou, foi, para os funcionários públicos, a reposição dos salários, alguma progressão nas carreiras e a diminuição das horas de trabalho para 35 horas semanais. Uma “reforma” que permitiu também dizer que se investia mais na Saúde.
Os outros Portugueses, continuaram basicamente na mesma mas com diminuição do desemprego, o que foi muito bom. O turismo, com muito esforço e dificuldades, assente na precariedade e em baixos salários, foi o motor das melhorias alcançadas. Não foi um caminho ótimo, mas a única saída possível para todos aqueles que tinham caído na vala comum.
Em síntese, objectivamente, António Costa nada fez de relevante ou novo, durante uma legislatura inteira, a não ser transferir dinheiro do sector privado para o publico, aproveitando a folga concedida pelo turismo.
Já em termos psicológicos, estamos na presença de um verdadeiro prodígio que, é verdade, envergonha Passos Coelho.
Conseguiu convencer os Portugueses de que a austeridade tinha acabado e que tinha sido o responsável por um crescimento económico que aconteceu apenas apesar das suas políticas. E o seu optimismo, conseguiu devolver um sentimento de esperança aos Portugueses, o que é verdadeiramente positivo e extraordinário! Créditos lhe sejam concedidos.
Acontece então a Pandemia que, temos que reconhecer, é um desafio formidável para qualquer um.
O pior é que o forte de António Costa não é enfrentar desafios. É fazer de conta que eles não existem. O estúpido do coronavírus, ainda por cima, não ouve nem discute. Um problema adicional.
Quando precisamos de um primeiro ministro, continuamos a ter apenas um super vendedor! Podemos, apesar de tudo, contar com a capacidade de nos iludir de António Costa. Se a pandemia não é contida, como acontece em Lisboa ( e noutras cidades da Europa), nada como uma explicação fácil. Os conselhos e freguesias atacadas, parecem ser aqueles em que mais gente depende dos apinhados transportes públicos. Mas o problema identificado é, primeiro, na construção civil. Depois de jovens festivos e inconscientes. Como não se consegue resolver o problema dos transportes, como não podemos deixar de trabalhar, então podemos sempre instituir o fecho de cafés e comercio ás 20.00. Se nada funcionar, então é porque existe alguma nova justificação, apesar dos assertivos esforços anteriormente feitos. Garantida é uma nova explicação que, se não acalmar os ânimos (as pessoas estão outra vez em casa), pelo menos permite não assumir incapacidades. É o que António Costa faz como ninguém, iludir o seu publico, animar e fazer sonhar os Portugueses, dizendo o que eles querem ouvir.
Não está sozinho neste tipo de discurso por este mundo fora. Nem é negativo animar uma população prostrada.
Mas nem o maior mestre consegue mentir, a todos, sempre. Nem é possível resolver problemas objectivos, sem primeiro procurar e aceitar as realidades.
As ilusões e sonhos de António Costa e dos Portugueses, contra todos os meus desejos, parece-me que vão fatalmente bater numa parede.
PS: A profunda crise que se vive nas democracias Ocidentais e o aumento do radicalismo, tem muito a ver com esta forma de estar na política.
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Primeiro: O Governo de Passos, foi mau. Como todos...
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