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Por causa da audição a Lucília Gago, li e ouvi muitas opiniões sobre o estilo de gestão do Ministério Público que Lucília Gago tem vindo a aplicar.
Não sei o suficiente do assunto para ter uma opinião minimamente sólida que me permita avaliar o seu desempenho.
Ainda assim, no meio de tantas opiniões e comentários, chamou-me a atenção o que disse Paula Teixeira da Cruz sobre Lucília Gago.
Em especial o que o Observador também destaca: ""Se o perfil de Lucília Gago tivesse sido avaliado ela nunca teria sido nomeada Procuradora-Geral".
A mim, que tenho deste assunto a opinião de um ignorante na matéria, parece-me que Paula Teixeira da Cruz está redondamente enganada, a julgar pela forma como Lucília Gago foi parar a Procuradora-Geral.
O PS, e António Costa, por convicção ou conveniência política, coisa sempre difícil de distinguir em António Costa, não queriam que a Procuradora-Geral fosse Joana Marques Vidal porque o PS, e António Costa, não estão interessados em procuradores gerais que tenham peso próprio e sejam imunes ao poder de facto que se exerce por ínvios caminhos, aquilo em que o PS se especializou e em que António Costa é considerado uma pessoa imbatível.
Joana Marques Vidal tinha de sair, mas não para ser substituída por outra pessoa com características semelhantes, o que se pretendia era exactamente um procurador geral que se encaixasse melhor no regime de bastidores em que Costa e Marcelo são muito competentes.
A impressão que me dá, apesar de agora vermos grande parte da elite do PS (e do jornalismo companheiro) a dizer cobras e lagartos da audição de Lucília Gago, da forma como não responde nem deixa de responder e da forma habitual como se comporta, segundo o modelo dominante nos altos dirigentes da administração pública (são dirigentes, mas nunca responsáveis), é que é exactamente porque se avaliou cuidadosamente o perfil de Lucília Gago que foi nomeada, o PS, Costa e Marcelo queriam exactamente o que se diz que se conseguiu com a nomeação de Lucília Gago.
Lucília Gago não parece ser nenhum erro de casting, Lucília Gago é o que "a casta" (sim, eu sei que este é um termo populista de esquerda e direita para falar da classe política e é mesmo por isso que o usei, pondo umas aspas que sinalizam o facto de não ser esta a opinião que tenho dos políticos, onde há bons e maus, como em todo o lado) verdadeiramente quer a dirigir o Ministério Público: alguém que não complica a forma manhosa como grande parte do regime se vai mantendo sem grandes rupturas e, ao mesmo tempo, "é feita para apanhar", como diria o Chico Buarque.
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