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António Costa e Lucília Gago

por henrique pereira dos santos, em 15.09.24

Por causa da audição a Lucília Gago, li e ouvi muitas opiniões sobre o estilo de gestão do Ministério Público que Lucília Gago tem vindo a aplicar.

Não sei o suficiente do assunto para ter uma opinião minimamente sólida que me permita avaliar o seu desempenho.

Ainda assim, no meio de tantas opiniões e comentários, chamou-me a atenção o que disse Paula Teixeira da Cruz sobre Lucília Gago.

Em especial o que o Observador também destaca: ""Se o perfil de Lucília Gago tivesse sido avaliado ela nunca teria sido nomeada Procuradora-Geral".

A mim, que tenho deste assunto a opinião de um ignorante na matéria, parece-me que Paula Teixeira da Cruz está redondamente enganada, a julgar pela forma como Lucília Gago foi parar a Procuradora-Geral.

O PS, e António Costa, por convicção ou conveniência política, coisa sempre difícil de distinguir em António Costa, não queriam que a Procuradora-Geral fosse Joana Marques Vidal porque o PS, e António Costa, não estão interessados em procuradores gerais que tenham peso próprio e sejam imunes ao poder de facto que se exerce por ínvios caminhos, aquilo em que o PS se especializou e em que António Costa é considerado uma pessoa imbatível.

Joana Marques Vidal tinha de sair, mas não para ser substituída por outra pessoa com características semelhantes, o que se pretendia era exactamente um procurador geral que se encaixasse melhor no regime de bastidores em que Costa e Marcelo são muito competentes.

A impressão que me dá, apesar de agora vermos grande parte da elite do PS (e do jornalismo companheiro) a dizer cobras e lagartos da audição de Lucília Gago, da forma como não responde nem deixa de responder e da forma habitual como se comporta, segundo o modelo dominante nos altos dirigentes da administração pública (são dirigentes, mas nunca responsáveis), é que é exactamente porque se avaliou cuidadosamente o perfil de Lucília Gago que foi nomeada, o PS, Costa e Marcelo queriam exactamente o que se diz que se conseguiu com a nomeação de Lucília Gago.

Lucília Gago não parece ser nenhum erro de casting, Lucília Gago é o que "a casta" (sim, eu sei que este é um termo populista de esquerda e direita para falar da classe política e é mesmo por isso que o usei, pondo umas aspas que sinalizam o facto de não ser esta a opinião que tenho dos políticos, onde há bons e maus, como em todo o lado) verdadeiramente quer a dirigir o Ministério Público: alguém que não complica a forma manhosa como grande parte do regime se vai mantendo sem grandes rupturas e, ao mesmo tempo, "é feita para apanhar", como diria o Chico Buarque.


5 comentários

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De cela.e.sela a 15.09.2024 às 10:54

3 bancarrotas do socialismo falhado, passando pelos incêndios de 2017, os criminosos são os que estiveram ao 'serviço' da Troika.
os inúteis divertem-se nas cpi 
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De JPT a 15.09.2024 às 12:13

Concordo com tudo, menos com as aspas na casta. Se há políticos bons, foram corridos pelos maus (a excepção que abriria seria, por enquanto, os do do partido em o HPS está sempre a dizer que deixou de votar). Aliás, o último texto do Miguel Pinheiro no Observador (o melhor que ele já lá escreveu, precisamente por ser ter mostrado um atento observador) prova-o para lá de qualquer dúvida. 
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De Anónimo a 15.09.2024 às 13:07

"Casta"  , a do gado bravo...
Fauna , e fauna reles, é o que anda por aí.
Directamente proporcional ao povo (fauna...) que somos, infelizmente...
Juromenha


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De Silva a 15.09.2024 às 18:00

Na mesma entrevista PTdC diz também:
"É essencial alguém com profunda independência e com conhecimento do mundo”


É praticamente impossível alguém ter conhecimento do Mundo, pois o que nos chega dos principais meios de informação é pseudo-informação, contra-informação e desinformação.
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De Anónimo a 16.09.2024 às 01:16

"que tenho deste assunto a opinião de um ignorante na matéria", nunca é tarde para momentos de lucidez.

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