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Anti-liberalismo primário

por henrique pereira dos santos, em 22.03.22

Tenho visto comentários de gente muito preocupada com o batalhão AZOV ou com a eventual ida de Mário Machado para a Ucrânia, usando, mais ou menos explicitamente, o argumento: "a Ucrânia, sim, tem um problema único com o extremismo de direita, como sabe, ou sabia antes da invasão, praticamente toda a gente. ... O Ocidente abre aos seus cidadãos, muitos deles criminosos condenados, caminho para que marchem rumo à Ucrânia, onde ganharão experiência militar e acesso a armamento sofisticado. O espantoso caso de Mário Machado é um exemplo, mas não serão poucos os extremistas entre aqueles que aproveitam a oportunidade para ir adestrar-se no Dniepr. Quando milhares de lunáticos treinados e equipados regressarem da Ucrânia às nossas ruas, talvez acabemos a lamentar a irresponsabilidade chorosa destes dias". Note-se que se fazem afirmações que se pretendem sérias como "Deus nos guarde quando estes fanáticos, derrotados e sedentos de vingança pela 'traição' ocidental, andarem pelas ruas de Lisboa e Paris com Stingers e NLAWs".

Saltemos por cima da ingenuidade de pensar que os extremistas vão adestrar-se para cenários de guerra, onde contactam com armamento sofisticado e depois voltam calmamente para as nossas ruas treinados e equipados, e concentremo-nos nos factos.

Na Europa, depois da segunda guerra mundial - vamos esquecer a América Latina, em que de facto houve grupos extremistas violentos de direita que provocaram problemas sérios, de maneira geral com bastante apoio nas forças armadas dos respectivos países - os grupos que mais gente mataram, perseguiram, feriram, nas nossas ruas, foram praticamente todos de extrema esquerda ou de origem islâmica.

Sim, é verdade que Mário Machado esteve envolvido nos acontecimentos em que morreu Alcindo Monteiro, mas actividades de Mário Machado e seus próximos, quando comparada com a das FP-25, só não é uma uma brincadeira de meninos porque ainda assim diz respeito a assuntos sérios de violação de direitos individuais de terceiros, incluindo o direito à vida de Alcindo Monteiro.

E pela Europa fora, desde as Brigadas Vermelhas a Baader-Meinhof, passando pela ETA ou o IRA, é esmagadora a preponderância da extrema-esquerda na actividade terrorista na Europa, entretanto substituída pelos grupos islâmicos radicais.

Pelo meio existem incidentes bastante grandes com pessoas de extrema direita como Anders Breivik ou Gundolf Kohler, mas a comparação entre o risco associado a organizações estruturadas de extrema esquerda (mais recentemente, de inspiração islâmica) ou organizações de extrema direita, na Europa, tem pendido largamente para o lado da extrema esquerda (pese embora o facto de actualmente já não ser exactamente assim).

Tanto quanto sei, nenhum dos partidos de extrema-direita (sem discutir o conceito de extrema-direita, usando-o apenas como auxiliar de linguagem) com mais representatividade tem milícias armadas como acontecia com os partidos de extrema-direita dos anos vinte e trinta do século XX.

A larga maioria das pessoas que vejo estarem muito mais preocupadas com os riscos associados ao batalhão Azov que ao exército russo - eu nem consigo perceber como se põe o foco no batalhão Azov, que no máximo terá mil ou duas mil pessoas, quando está a ocorrer uma invasão por um exército com umas centenas de milhar de pessoas - têm como base uma posição profundamente anti-liberal: as pessoas não contam muito, é preciso olhar para valores superiores (a superestrutura, diriam os marxistas clássicos).

É por isso que acham, frequentemente, que a Rússia, como grande potência, tem direitos especiais de segurança que implicam uma área de influência em que terceiros não são livres de fazer opções diferentes das que resultam desses tais direitos especiais.

São pessoas para quem a Rússia e a Ucrânia são entidades bem mais reais e relevantes que os russos e os ucranianos.

E, no entanto, se olharmos para o assunto do ponto de vista das pessoas comuns, é inegável que a generalidade das pessoas, incluindo russas, têm muito mais medo do exército russo que do batalhão Azov.

Acontece que o anti-liberalismo primário que os impede de pôr as pessoas no centro do problema também os impede de ver como é ridículo, perante a dimensão do problema criado pela invasão russa, perder muito tempo com Mário Machado ou com a discussão sobre se houve ou não a despolitização do batalhão Azov.


35 comentários

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De Anónimo a 22.03.2022 às 20:07

" ... perder muito tempo com Mário Machado ou com a discussão sobre se houve ou não a despolitização do batalhão Azov."



O Azov é apenas um entre três principais que, desde o triunfo do golpe da Maidan em 1914, foram integrados no aparelho de segurança e defesa dos sucessivos governos até hoje. Entre as façanhas desse grupo está o que aconteceu na central dos sindicatos em Odessa, em Maio desse ano, com pessoas queimadas vivas. Ouviu o JPS falar disso? Aposto que não. Informe-se.


"Perder tempo" é um factor relevantíssimo neste caso e neste sentido: quanto mais dias passam com o "herói da resistência" numa resistência inútil, mais os ucranianos sofrerão.


Mas é a "despolitização" (leia-se, sem ambages: desnazificação) o que está em causa. O ódio anti-russo vem dos tempos do Holodomor (depois que se soube da dimensão dele) e o nacionalismo extermista é de tal ordem que (à maneira de Hitler em 45 com a Alemanha) preferem a destruição total da Ucrânia a qualquer cedência. Em desespero de causa, esperemos que não provoquem qualquer "acidente" nas centrais nucleares, que os russos fizeram bem em (tentar) controlar. E esperemos que subista algum realismo nos menos extremistas do actual governo. (Não sei se há algum, a avaliar pelo que aconteceu a um negociador ucraniano na 1ª ronda de negociações: dias depois foi encontrado morto numa rua, crivado de balas. Parece que era um "traidor"...) 
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De henrique pereira dos santos a 23.03.2022 às 09:16

Tem toda a razão, o problema são os nazis da Ucrânia, e só não se transformam num problema muito maior porque Putin resolveu ajudar os oprimidos da Ucrânia a libertar-se do ovo da serpente.
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De henrique pereira dos santos a 23.03.2022 às 09:19

E é do mais lúcido que tenho lido o paralelismo entre o nacionalismo ucraniano e nazi, os dois são expansionistas e, ao contrário do que relata a imprensa, na verdade foi a Ucrânia que invadiu a Rússia.
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De henrique pereira dos santos a 23.03.2022 às 09:30

E, por curiosidade, quem é o JPS e a que propósito é para aqui chamado?
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De balio a 23.03.2022 às 10:04

O JPS é o Henrique Pereira dos Santos. Em vez de H o autor do comentário escreveu J, que é a letra que fica ao lado no teclado do computador.
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De henrique pereira dos santos a 23.03.2022 às 11:51

Como sou muito bem mandado, fui informar-me e o que li está sintetizado pela wikipedia: em nada fica demonstrada a sua alegação de que os neo nazis ucranianos é que são um grande risco, não o exército russo:
2014 Odessa clashes - Wikipedia
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De Anónimo a 22.03.2022 às 20:34




Aqui um documentário suave dos tempos em que a BBC ainda tinha alguma informação equilibrada:    https://www.youtube.com/watch?v=5SBo0akeDMY


Uma vez mais: tudo isto não começou com um tirano sanguinário que certa manhã de Fevereiro deste ano acordou mais sedento de sangue, olhou para o mapa e decidiu invadir o quintal dum vizinho pacífico e inocente.




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De henrique pereira dos santos a 23.03.2022 às 09:16

Tem toda a razão, o problema começa nos nazis da Ucrânia e Putin foi obrigado a resolver o problema antes que houvesse mais mortes provocadas pelos nazis
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De Anónimo a 23.03.2022 às 20:09

HPS:
Não desconverse e não perca a lucidez e discernimento crítico que tivemos muitas ocasiões de admirar aqui da sua parte, nos tempos da histeria covídica. Agora  não é um vírus, mas a histeria e a desinformação são as mesmas.
Eu nunca disse que o problema ucraniano "começa" com os neonazis. O problema tem séculos. Se andou a ler a Wiki aproveite para dar uma vista de olhos à história do que tem sido esta "Ukraína" (= "terra de fronteira"), cujas fronteiras actuais datam do pós-1ª Guerra. A história, que remonta a mais de mil anos e começa na "Rússia de Kiev", tem muita importância para os russos. (Ao invés de nós.)
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De henrique pereira dos santos a 24.03.2022 às 10:13

Eu não desconverso e sou até muito directo: a Rússia invadiu a Ucrânia.
Desconversar é falar do Rus de Kiev a propósito disso.
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De henrique pereira dos santos a 23.03.2022 às 09:28

De resto, a peça é de 2014 e pergunta qual será a força dos neonazis na nova Ucrânia.
Em 2022 é fácil responder: em torno de dois por cento dos votos e zero deputados nacionais.
Mas claro, esse é o perigo, não o exército russo.
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De Hugo Filipe a 23.03.2022 às 10:12

Henrique, ainda faltaram as brigadas vermelhas que mataram Aldo Moro, era só primeiro ministro de Itália... É com cada lunático que aqui anda...
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De Hugo Filipe a 23.03.2022 às 10:13

Henrique, desculpe, não tenha em consideração o que escrevi. Falou sim das brigadas vermelhas. Um abraço.
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De Anónimo a 24.03.2022 às 10:42

"A história, que remonta a mais de mil anos e começa na "Rússia de Kiev", tem muita importância para os russos".



E daí?! Isso é justificação??? A nossa História de séculos também tem muita importância para a maioria de nós e não é razão para querermos recuperar, por ex., os nossos ex-territórios ultramarinos. Mas pelo que expõe, parece que na sua perspectiva isso seria aceitável. (Esse tipo de raciocínio é perigoso como efectivamente hoje está demonstrado).
Caríssimo, os Impérios têm o seu apogeu, declínio e queda, fazem-se e desfazem-se na poeira dos tempos, e temos de aceitar que faz parte da ordem natural, da evolução do Mundo e do Homem. Olhe para todos os Impérios e observe que assim aconteceu com a queda do Império Romano de que já fomos parte integrante. Passaria pela cabeça de alguém "reconstituí-lo"? Seria absurdo!


Contudo, no meio desta ordem "natural" que constitui o Progresso e a História do Homem, com todas as transformações que ela comporta e todos aceitamos, acontece, porém, que de tempos a tempos, o Acaso  _ que não obedece às leis da racionalidade, nem da previsibilidade, mas  tão-só às leis das probabilidades_  produz umas "degenerescências", i.e., uns seres com características "recessivas" ancestrais, quase inumanos, portadores de deformações morais e mentais, infractores da lei e das normas da Civilização. Estes seres sombrios, ou melhor, estes "lobos do homem", como disse Plauto, são incapazes de reprimir a sua brutalidade atávica e exibem um potencial de destruição e de letalidade extraordinárias :  assombram o Mundo, ameaçam a Ordem e criam o Caos _ que é o mesmo que dizer que o Mundo se transforma num Grande Manicómio de barbárie. 


A História tem mostrado que, geralmente, quando se suspende a alucinação e passa a onda de devastação e de loucura, «os indiferentes» costumam depois perguntar-se estupefactos _ "Como foi possível chegarmos aqui e não termos visto?"
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De JPT a 23.03.2022 às 10:36

Criticar os ucranianos por aceitarem militantes de extrema-direita nas forças que os defendem da invasão russa, faz o mesmo sentido de criticar os aliados por se terem aliado ao Estaline na segunda guerra mundial. Não havia (nem há) propriamente escolha. Realço quem, em 2014, o exército ucraniano era, em grande parte, controlado por oficiais pró-Rússia, que massacraram os manifestantes do movimento Euromaidan, enquanto permitiam a actuação das milícias armadas pelo Kremlin - pelo que, a defesa do Donbass teve de ser feita, à falta de outros, por milícias nacionalistas. Não acredito que o "anónimo" tão ralado com as maldades do "batalhão Azov" diga mal das milícias de extrema-esquerda que se constituíram em Espanha a seguir à sublevação de 18.07.1936, por exemplo, para defender Madrid, precisamente pela mesma razão - porque grande parte dos oficiais do exército espanhol não era fiel à República.
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De Elvimonte a 23.03.2022 às 22:55

O meu modesto contributo para a  propaganda.


Join the Ukrainian Legion: become the hero of the 21st century in the comfort of your home. Ukraine Legion - for PC, Mac and Android. Join now!


Russia mercilessly kills ukrainian children! Help save them by contributing to the abortion clinics in Ukraine!


Help the ukrainian army resist Russia. Support us financially. Donate to the Svoboda and Azov mostly peaceful organizations. The White Fuhrer needs you!


Give a chance to survive - close the sky over Ukraine! Hope for the nukes to come!


Any war is a war against kids! Nancy Pelosi is in the Congress for the children. Donate to help Nancy.


War in Ukraine: you can actually help by joining the Legion. Hunter Biden is unemployed and needs the job in ukrainian Burisma that Trump took from him. Join the Legion and help Biden.


PS - O golpe de estado de 2014, orquestrado pelos EUA, derrubou o presidente ucraniano democraticamente eleito Yanukovych e colocou no poder um governo fantoche pró-EUA, tal era o domínio dos oficiais pró-Rússia no exército ucraniano, está-se mesmo a ver. 
Os disparos iniciais na praça Maidan, quando a maioria dos manifestantes já se tinha retirado para ser colocada a iluminação natalícia, tiveram origem num edifício ocupado pelos golpistas e atingiram indiscriminadamente polícias e civis - há vídeos a confirmar. Não refira isto que, por ser verdade, não assenta bem na propaganda. 
Também não refira que foi em consequência desse golpe de estado que a Crimeia, etnicamente russa, com receio do que lhes pudesse vir a acontecer realizou um referendo em que venceu a reintegração na Rússia. 
E nem pensar em recordar que a Crimeia tinha sido "dada" à Ucrânia nos anos 50 so século passado, senão ainda é abatido a tiro no meio da rua pela SBU - a Gestapo ucraniana - tal como o foi o negociador ucraniano há uns dias atrás. 
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De henrique pereira dos santos a 24.03.2022 às 10:15

Contributo inútil, porque é repetido todos os dias por dezenas de pessoas.
Mas isso não o torna mais factual.
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De JPT a 24.03.2022 às 10:38

Isso. Se os factos atrapalharem, inventem-se outros. Não sei o mais hilariante (ou triste, na realidade), se o facto de as "iluminações natalícias" na Ucrânia serem colocadas em Fevereiro (quando foram mortas mais de 100 pessoas na praça), se o referendo na Crimeia ter precedido a anexação russa (a Rússia invadiu em Fevereiro de 2014 e o referendo foi em Março, organizado pelas autoridades escolhidas pelos russos). "Golpe de estado" foi o que aconteceu cá, em 25.04.1974 (ou em Santiago do Chile em 11.09.1973, se preferir), quando a tropa derrubou um regime, que também tinha sido eleito por eleições "livres, tão livres como na livre Inglaterra". O que aconteceu na Ucrânia, no Inverno de 2014, foi o mesmo que aconteceu em França, em 14.07.1789 ou no Cairo em 25.01.2011. E, mesmo que não tivesse sido, já houve eleições depois, e o "fantoche pró-EUA", perdeu para o actual presidente, um russófono de origem judaica (dois anátemas para os nacionalistas ucranianos). PS: já dizia o Aleixo "prá mentira ser segura e atingir profundidade, tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade" - a frase final é verdadeira, e, provavelmente, em 2014, a maioria dos habitantes da Crimeia preferiria ser reintegrado na Federação Russa (algo com que esta nunca se ralou, porque governava a Ucrânia por meio de "fantoches", como manifestamente faz na Belarus e na Ásia Central). No mundo civilizado, isso não "justifica" uma invasão, naturalmente, senão a Áustria invadia o Tirol do Sul, a Hungria invadia a Transilvânia do Norte, a Albânia invadia o Kosovo, a Macedónia e o Montenegro, a Roménia anexava a Moldávia, a Croácia e a Sérvia invadiam (outra vez) a Bósnia, e por aí a fora.
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De Anónimo a 24.03.2022 às 13:00

Elvimonte, é espantoso que se diabolize uma pulga, as hostes de extrema-direita no combate à invasão russa, um elefante colossal!!! É dum relativismo Mas espanta-me muito mais que não tenha uma palavra sobre a imoralidade _ essa, sim, e de de proporções apocalípticas_ da ameaça do Kremlin sobre a Ucrânia e os países ocidentais, espalhando o terror e chantageando-os como uso de armas nucleares e não só...
E que diz ao falhanço putinesco carregado de ódio e vingança  "não consigo vencê-los, mas vou destrui-los"? 
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De Elvimonte a 24.03.2022 às 23:02

Não me acuse de inventar factos. Eu não estive em Maidan aquando dos acontecimentos e apenas relato aqui que li, ouvi e vi. Será que o JPT esteve lá e o seu conhecimento é em primeira mão?


Mas houve pessoas que lá estiveram, há imagens dos acontecimentos e existe um documentário produzido por Oliver Stone que faz uma resenha histórica, desde os tempos do nazismo ucraniano até ao post golpe de estado de 2014, com uma cronologia detalhada. Outras fontes corroboram o material apresentado e encontram-se também fontes que apresentam versões diferentes relativamente aos acontecimentos de 2014. Ao longo de toda a História, aquilo que verifico sempre é que são elites que estão na origem das revoluções, nunca o verdadeiro povo.  


De acordo com IMDB:  "Ukraine. Across its eastern border is Russia and to its west-Europe. For centuries, it has been at the center of a tug-of-war between powers seeking to control its rich lands and access to the Black Sea. 2014's Maidan Massacre triggered a bloody uprising that ousted president Viktor Yanukovych and painted Russia as the perpetrator by Western media. But was it? "Ukraine on Fire" by Igor Lopatonok provides a historical perspective for the deep divisions in the region which lead to the 2004 Orange Revolution, 2014 uprisings, and the violent overthrow of democratically elected Yanukovych. Covered by Western media as a people's revolution, it was in fact a coup d'état scripted and staged by nationalist groups and the U.S. State Department. Investigative journalist Robert Parry reveals how U.S.-funded political NGOs and media companies have emerged since the 80s replacing the CIA in promoting America's geopolitical agenda abroad."


https://newtube.app/user/Fragalicious/OkYaPpW - Ukraine on Fire, The Real Story - Documentary by Oliver Stone (2016)  
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De henrique pereira dos santos a 25.03.2022 às 09:45

Tem toda, não há qualquer invenção de factos (matéria séria só ao alcance de verdadeiros criadores), mas sim repetição de mentiras sem qualquer relação com os factos para branquear um facto indesmentível: a Rússia invadiu a Ucrânia.
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De JPT a 25.03.2022 às 11:40

Stone é (no meu juízo) um genial, ainda que irregular, autor de ficção "baseada na realidade". Por isso, mesmo nos "biopics" que faz (quanto mais nos "documentários") a frase final "qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência" é a única coisa que deve ser levada a sério. Se quer um filme sobre os eventos da Maidan, sem voz-off e sem um ou vários sujeitos a dizer-lhe o que deve pensar (admito que isso o horrorize) tem o filme "Maidan" de Sergei Loznitsa, que consiste em duas horas e dez, sem um só comentário. 
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De Anónimo 78 a 24.03.2022 às 12:24

Cada vez que "Elvimonte" escreve sobre 2014 e o "derrube" (não foi derrube foi deposição" relembro o que já opinei sobre essa descaradíssima inverdade.
https://corta-fitas.blogs.sapo.pt/e-tudo-impensavel-mas-vai-provavelmente-7619684?thread=37738596#t37738596
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De Elvimonte a 23.03.2022 às 23:06

Não descreveu Zelensky a sociedade ucraniana, numa actuação de stand-up comedy antes de ser presidente, dizendo que "antes roubávamos os judeus, agora roubamos os russos", que teve que se alistar nas Banderetes (organizações neo-nazis, em referência a Stepan Bandera), que têm que lhe enviar um exemplar de "Mein Kampf", da autoria de Hitler, porque está esgotado, tendo terminado a fazer a saudação nazi como exemplo dos exercícios que fazia na varanda? Não é isso que ele diz e se vê no clip com 2 minutos abaixo?
(https://brandnewtube.com/watch/ukraine-zelensky-you-will-
be-shocked_wDonsemjdtoGnQi.html)

Será que é o mesmo Zelensky dessa actuação que agora proíbe - grande democracia - a actividade de 11 partidos políticos da oposição, alguns deles com representação parlamentar envolvendo um total de 44 deputados? Não é isso que ele diz no clip abaixo? 
(https://rumble.com/vxz5cl-breaking-zelensky-bans-11-opposition-parties.html)

Não acordou o então presidente Bush Sr. que a NATO não se expandiria para além da Alemanha aquando da sua reunificação? Que fariam os EUA se a Rússia instalasse no México tropas e mísseis, fruto duma aliança? Ou a China 
no Canadá? Será que os EUA o iriam permitir? Permitiram isso em 1961, quando a URSS se preparava para instalar mísseis em Cuba, como retaliação contra a instalação de mísseis da NATO na Turquia? Permitiram a ameaça, a milhares de quilómetros de distância, das armas de destruição massiva que nunca existiram no Iraque e não o invadiram?

Que foi fazer a sub-Secretária de Estado americana Victoria Nulan quando viajou em Outubro de 2021 até Moscovo e mais tarde até Kiev? Não foi após essas viagens que as milícias neo-nazis ucranianas intensificaram os ataques no Donbass e a guerra electónica contra os drones dos observadores da OSCE na linha de separação que zelavam pelo cumprimento dos acordos de Minsk? 

Qual o objectivo do discurso inflamatório e de provocação proferido por Zelensky na Conferência de Segurança de Munique? Não houve guerras que começaram por bem menos? Será que o discurso foi "importado" dos EUA? Será que ele apenas o papagueou? Será que lhe pagaram para ele o proferir? Será que o ameaçaram e à família, caso não o fizesse? Não terá sido esse discurso que desencadeou a intervenção russa? 




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De henrique pereira dos santos a 24.03.2022 às 10:16

Vou-lhe dar uma novidade que pelos vistos desconhece: a Rússia invadiu a Ucrânia.
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De Elvimonte a 23.03.2022 às 23:21

Não será esta uma guerra comprada pelos EUA e paga com o sangue ucraniano e russo? Não será esta a guerra com a qual a actual administração americana pretende desviar as atenções da inflação (o preço da gasolina duplicou num ano!), da imigração ilegal, do aumento da criminalidade e da baixa popularidade e aprovação do presidente Biden até às eleições legislativas de Novembro?

A quem Interessa que o gasoduto Nord Stream 2, a ligar a Rússia e a Alemanha através do Báltico sem passar pela Ucrânia, tal como o Nord Stream 1, não entre em funcionamento? Será que é à Rússia e à Europa? Será que é à Ucrânia e aos EUA?

Não é a actual administração americana constituída pela "mesma gente", à excepção de Obama, que em 2014 orquestrou o golpe de estado que derrubou o presidente ucraniano Yanukovych com a ajuda dos neo-nazis e colocou no poder um governo pró-EUA? Não foi a então sub-Secretária americana Victoria Nulan, a mesma que viajou em Outubro de 2021 até Moscovo e posteriormente até Kiev, fotografada a distribuir comida aos golpistas? Não foi ela "apanhada" numa conversa telefónica com o então embaixador americano a combinarem quem deveria suceder a Yanukovych? Não é nessa conversa, cuja gravação se pode encontrar por aí, que ela diz "fuck the EU"? 

Não foi na sequência desse golpe de estado que a Crimeia, em referendo, votou para retornar à administração russa? Não foi a Crimeia "dada" à Ucrânia nos anos 50 do século passado pelo presidente da URSS da altura, um ucraniano? Não foi esse referendo e as causas que o motivaram sempre omitidas, tendo-nos sido vendido todo o assunto simplesmente como "a anexação da Crimeia"?   


 
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De henrique pereira dos santos a 24.03.2022 às 10:17

Vou-lhe dar uma novidade: há uma guerra em curso entre a Rússia e a Ucrânia, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Argumentar que foram os EUA que deram ordens a Putin para invadir a Ucrânia é simplesmente delirante.
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De Anónimo a 24.03.2022 às 13:53

Deixe-o lá, HPS! Não há pior cego que aquele que não quer ver.
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De Anónimo a 24.03.2022 às 14:12

É tão delirante como aquela tirada do Boaventura SS de que a Rússia, coitada, "foi provocada a expandir-se". 
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De Elvimonte a 24.03.2022 às 15:50

«In the big lie there is always a certain force of credibility; because the broad masses of a nation are always more easily corrupted in the deeper strata of their emotional nature than consciously or voluntarily; and thus in the primitive simplicity of their minds they more readily fall victims to the big lie than the small lie, since they themselves often tell small lies in little matters but would be ashamed to resort to large-scale falsehoods. It would never come into their heads to fabricate colossal untruths, and they would not believe that others could have the impudence to distort the truth so infamously. Even though the facts which prove this to be so may be brought clearly to their minds, they will still doubt and waver and will continue to think that there may be some other explanation.» (Mein Kampf, Adolf Hitler)



Companhia Internacional dos Arranjinhos, especialista em golpes de estado, deposição de governos, desestabilização internacional, guerras directas e por procuração: nós jogamos xadrez no tabuleiro do Mundo - felizmente as massas "in the primitive simplicity of their minds" nunca perceberão que a Ucrânia é o peão que sacrificámos para lançar o ataque à Rússia.

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De henrique pereira dos santos a 25.03.2022 às 06:50

Aqui a primitive simple mind que fez o post nunca entenderá como o peão sacrificado para atacar a Rússia foi sacrificada através da decisão russa de a invadir.
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De Elvimonte a 24.03.2022 às 16:44


ameaça, ainda que subjectiva, segundo o nosso CP e outros ordenamentos jurídicos,  constitui crime. Sem haver a quem apresentar queixa, depois de esgotada a diplomacia, o que fazem os países - os que podem - para suprimir a ameaça? 


Mário Soares, 2008: "NATO: da defesa à ameaça  
A NATO, que se tornou um verdadeiro braço armado dos Estados Unidos, está a fazer também estragos noutras regiões do mundo. Refiro-me ao Cáucaso, às zonas do Cáspio e do mar Negro e aos países limítrofes da Rússia Ocidental. (...) E a NATO, cercando a Rússia e instalando na Polónia e na República Checa bases de mísseis, começa a ser uma ameaça para a Rússia, que a pode tornar agressiva. Um perigo!


O vice-presidente Dick Cheney, em fim do mandato, fez uma recente visita, altamente desestabilizadora, para dar, em nome da NATO, apoio à Geórgia. Mas, felizmente, ficou tudo em retórica inconsequente. Após a provocação do Presidente da Geórgia – e da guerra –, os russos reagiram e os europeus procuraram pacificar a situação. Ainda bem. Se a guerra não acabasse, os europeus seriam os primeiros a ser atingidos, com o corte do petróleo e do gás; e pior: entrariam numa fase com grandes riscos para a paz na Região. Putine não é Hitler e não ressuscitemos a «guerra fria»..."
("NATO: da defesa à ameaça", Mário Soares, 2008, http://www.fmsoares.pt/mario_soares/textos_ms/002/247.pdf) 


Não emanou da Declaração de Istambul e posteriormente da Declaração de Astana um princípio, elementar para a manutenção da paz e subscrito pela OSCE, segundo o qual o reforço da segurança de um país não pode ser feito à custa da segurança de outro país?



John Mearsheimer, 2015: "Ukraine will be wrecked". 


George H W Bush no parlamento ucraniano, 1991:  US would  “not support those who seek independence in order to replace a far-off tyranny with a local despotism. They will not aid those who promote a suicidal nationalism based upon ethnic hatred.” - infelizmente, desde o início deste século, a posição dos EUA é a contrária.

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De henrique pereira dos santos a 25.03.2022 às 06:32

Vou-lhe dar uma novidade que, aparentemente, desconhece: não foi a Nato ou os EUA que invadiram um país, foi a Rússia que invadiu a Ucrânia
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De Elvimonte a 24.03.2022 às 17:02


Ameaça de expansão da NATO, Revolução Laranja em 2003, golpe de estado em 2014,  "local despotism", "suicidal nationalism based upon ethnic hatred", genocídio étnico sistemático das populações do Donbass pelas milícias neo-nazis, violação e não implementação dos acordos de Minsk, viagens de Victoria Nulan a Moscovo e a Kiev, discurso inflamatório de Zelensky em Munique e o tabuleiro está praticamente completo. Desde há décadas que académicos, políticos, analistas e outros andavam a prever e a lançar avisos. 


O sacrifício do "peão" Ucrânia não acontece por acaso e insere-se na estratégia de ataque (por procuração) à Rússia. Depois de tudo o que foi feito para que isso se concretizasse, só faltava a Rússia tomar o peão.

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De henrique pereira dos santos a 25.03.2022 às 06:29

Pelo que percebo, a decisão de Putin invadir a Ucrânia corresponde ao último acto de sacrifício do peão Ucrânia para permitir o ataque à Rússia.
Ou seja, Putin não passa de um agente da CIA, é isso?

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