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Não conheço pessoalmente André Dias.
Conheci-o enquanto sócio da Montis, uma associação de conservação da natureza da qual fui presidente, sabia que vivia algures fora do país e que teria uma actividade profissional que se cruzava com tecnologias, não sabia muito mais.
Não sei bem quando, nem como as minhas dúvidas sobre a forma como estamos a tratar uma epidemia - supondo que somos nós que a controlamos, e não o vírus - se cruzaram com o que o André estava a escrever no facebook, para os amigos, sei que a partir de certa altura percebi que o André, cuja formação base é informática, tinha feito um doutoramento em modelação de doenças pulmonares e quando aterrou em Munique, num grande centro de investigação de epidemiologia, estava a gripe suína a aparecer, com todas as discussões que agora temos sobre a covid.
Ao ver os números iniciais que a OMS ia produzindo, ficou aterrado e começou a perguntar a estatísticos e epidemiologistas experiente como nos íamos safar, tendo ficado vacinado contra o medo que forçosamente domina o aparecimento de uma nova doença infecciosa potencialmente fatal.
Com base nessa experiência o André ia descrevendo, para a covid, um padrão das epidemias pulmonares que, ressalvando sempre que um novo vírus poderia fugir desse padrão, me parecia consistente e bastante próximo da realidade que ia vendo à minha frente.
Sem eu perceber nada do assunto, fui fazendo muitas perguntas, tanto mais que o André tem uma maneira difícil de explicar as coisas, deixando muitas pontas soltas, assumindo como certezas o que são hipóteses (por mais prováveis que sejam), correndo rapidamente atrás de todos os indícios que lhe pareçam confirmar a sua visão da epidemia sem a prudência da incerteza, etc..
Durante este tempo disse muita coisa que me parece sólida, também se tem enganado que baste, por exemplo, na dimensão da mortalidade absoluta, ou no arrastamento temporal do planalto e descida da curva epidémica.
Só que, até agora, nenhum desses erros me tem parecido pôr em causa o modelo global que propõe, tanto mais que os erros são várias grandezas abaixo dos erros de previsão da versão dominante sobre a epidemia - o Imperial College previa uma redução de 25 para 1 com a aplicação de medidas estritas de confinamento, e nada que se assemelhe a isso se passou, mesmo nos países que não adoptaram as medidas que o Imperial College achava fundamentais.
Depois de ter feito um resumo do seu entendimento do problema, que foi reproduzido num grupo que junta muita gente, onde foi insultado de toda a maneira e feitio, o André resolveu fazer uma coisa simples: adaptar esse resumo e publicá-lo no jornal ECO.
Se tivesse publicado uma patetice infantil, nem o artigo teria os milhares de partilhas que teve, nem faltariam demonstrações inequívocas de que teria dito disparates. Mais uma vez, insultos e afins.
Na sequência, aceitou dar uma entrevista em que explica bem o seu ponto de vista e, mais uma vez, o video foi muito visto e o André muito insultado.
O André é só um mané qualquer, como eu (de epidemias sabe seguramente mais que eu), como ele próprio diz, só veio ver a bola e foi achando, progressivamente, que deveria dar o seu contributo para travar a loucura em que nos metemos ao adoptar políticas nunca testadas e muito menos demonstradas, e com efeitos secundários gravíssimos.
Por mim, só tenho a agradecer-lhe, mas, aparentemente, cometeu um crime imperdoável em Portugal: disse o que pensa, sem rodriguinhos nem reverências.
O que disse afecta alguém?
Claro que não, ninguém muda uma única decisão por causa do que diz o André.
A barragem selvagem de insultos e ataques pessoais de que foi alvo é mesmo o castigo para o tal crime hediondo de pensar pela sua cabeça, dizer o que pensa e dispôr-se a apanhar a pancada virtual de tanta gente a quem sobra em emoção o que lhe falta em racionalidade.
E isso não é um problema do André, que nem vive em Portugal, isso é um problema nosso, dos que aqui vivemos e convivemos muito mal com o desassombro de opiniões e com a liberdade de espírito.
O André pode estar errado e dizer muitas asneiras que isso é um problema dele.
Já o facto de haver tanta gente para quem a divergência é insuportável, esse é mesmo um problema nosso.
Há ainda 3.189 doentes com idades entre 30 e 39 anos, 2.723 entre os 60 e 69 anos, 2.608 entre os 20 e os 29 anos e 2.047 com idades entre 70 e 79 anos.
A DGS regista ainda 360 casos de crianças até aos nove anos e 671 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.»
"e quando aterrou em Munique, num grande centro de investigação de epidemiologia"
"Ao ver os números iniciais que a OMS ia produzindo, ficou aterrado e começou a perguntar a estatísticos e epidemiologistas experiente como nos íamos safar, tendo ficado vacinado contra o medo "
Oh amigo HPS, tem de ser mais convincente. Acha que toda a gente come gelados com a testa....entao voce mal o conhecia ... e agora ate sabe que ele estudou num GRANDE centro... claro que sabe, o seu amigo andre passa a vida a gabar-se disso. Depois diz que ele começou a perguntar a estatisticos e epilemiologistas experientes ?? Ahaha a sério ? VAmos la a ser serios!! Entao mas o especialista afinal nao é ele ? Se ele precisou de opiniao de 3ºs e veio so ver a bola , quem ele pensa que é para dar palavras de ordem e dar palestras online ? Agora qualquer um pode ser médico e dar consultas ? NAo deviam ser esses especialistas a alertar o mundo ? É que o seu amigo andre nao so faz este papel patetico cá em Portugal como traduziu para varias linguas. O que é que os tais especialistas vao achar ao ver um espectador da bola a mandar bitaites ? Só enganam carneiros. Esqueceu-se de comentar que o levou para os debates da Iniciativa Liberal e que ate lhe abriram a porta do observador. Lembrem-se.... no meio dos carneiros ha lobos que nao dormem
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