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Antes de entrar no post propriamente dito, gostava de assinalar este artigo de Vera Gouveia Barros, que faz (com o rigor da Vera, que é bem maior que o meu) o que gostaria de ter feito: ir verificar as fontes primárias de uma machete e artigo do Público que, confirmada a sua autoria (Rafaela Burd Relvas), era evidente, para mim, que seria pura propaganda política panfletária.
Eu não deixo de me espantar com a direcção do jornal e os donos não conseguem perceber como vender propaganda como jornalismo sé serve para destruir valor, nada mais.
Vamos ao que me interessa, a partir de outra notícia de jornal, neste caso, do Expresso, em que Carla Tomás resolve escrever um artigo sobre o acesso às praias da costa que vai de Tróia a Melides.
O artigo tem um interesse muito relativo (a única coisa com interesse é mesmo a resposta do Presidente de Câmara de Grândola) e hesitei em escrever meia dúzia de parágrafos sobre o assunto.
Na realidade, a única coisa que me leva a escrever isto é a mudança de opinião do mundo ambientalista.
Não vou falar das mais de setenta mil camas previstas para Tróia, ou da ponte que chegou a ser pensada para ligar Setúbal a Tróia, vou sim falar da preocupação base dos ambientalistas há uns anos, no que diz respeito ao acesso às praias.
Naquele tempo, o problema era o exceso de acesso, e dentro deste o excesso de acesso automóvel, a rebaldaria, a falta de ordenamento, a multiplicidade de acessos formais e informais, a devassa das dunas, etc., etc., etc..
Agora parece que o problema é que não se fazem acessos fáceis e baratos para levar as pessoas à praia, o que se liga sempre aos empreendimentos de luxo que vão surgindo ao longo desta costa (com certeza esses empreendimentos não surgiram ao longo das prais da Costa da Caparica até ao Meco, onde uma política de acesso fácil, incluindo de transporte público, e uma ponte sobre o Tejo, deu origem a uma utilização intensa das praias, e quase zero interesse natural das zonas imediatamente atrás das praias, no lado de terra).
Com esses investimentos, que implicam pesados programas ambientais e de conservação da natureza, resultantes de longos e nem sempre lineares processos de autorização (declaração de interesses, participei directamente em alguns deles, do lado da administração pública), passa a haver ordenamento (se o Estado fiscaliza e verifica o cumprimentos das decisões que toma no processo de licenciamento, é uma questão que diz respeito ao funcionamento do Estado, não é uma responsabilidade dos promotores), passa a haver áreas de conservação, passa a haver práticas ambientais de elevado padrão, para além de actividades de grande valor acrescentado.
Naturalmente, tudo isso tem custos para os utilizadores, quer pela relativa raridade (constrói-se muito menos que noutras áreas), quer porque todas essas exisgências custam dinheiro aos promotores, portanto os utilizadores são de níveis sócio-económico elevado ou muito elevado, na esmagadora maioria, que são os que podem pagar o serviço que resulta deste modelo de licenciamento.
Mas é totalmente falso que os acessos sejam impossíveis para a generalidade das pessoas (não são à borla).
Com o ódio do ambientalismo ao dinheiro e à criação de riqueza, o movimento ambientalista foi-se deslocando, deslocando, deslocando, e agora, em vez de usar argumentação de base ambiental, inventa o direito de toda a gente a ir à praia à borla e facilmente.
Não há maneira do meio do movimento ambientalista, de maneira geral, se convencer de que onde há criação de riqueza, há soluções (umas boas, outras más), mas onde não há criação de riqueza, não há soluções, nem mesmo do lado da administração pública que, sem criação de riqueza, não só tem poucos recursos como, naturalmente, os aplica prioritariamente a resolver os problemas sociais decorrentes da pobreza que se instala onde não se cria riqueza.
Eu não entendo.
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