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Alucinações

por henrique pereira dos santos, em 22.09.25

Quando vi duas ou três coisas a falar de 680 mil mortos em Gaza, um terço da população, tive curiosidade em perceber de onde vinha esta súbita alucinação.

Se tivesse morrido um terço, a população de gaza teria passado de dois milhões para um milhão e trezentos ou quatrocentos mil, o que significaria que a ajuda humanitária que entra em Gaza já devia estar a sobrar por todos os lados, mesmo antes de lá entrar o espantoso carregamento de alimentos e medicamentos que é transportado pela flotilha que ia chegar em quinze dias mas parece que afinal demora um mês.

A primeira referência que vi era de Francesca Albanese, e fui verificar se realmente tinha dito o que era transcrito nos jornais, de tal maneira é absurda a afirmação. Sim, é verdade, Francesca Albanese diz mesmo que terão morrido 380 mil crianças abaixo dos cinco anos numa população em que as crianças abaixo dos cinco anos não chegam às 350 mil.

A origem da reprodução destas alucinações é vaga, no discurso da senhora Albanese, e por isso fui ver de onde vinha a informação, o que, naturalmente, é uma coisa fácil que qualquer jornalista poderia fazer para verificar as alucinações da senhora Albanese. Como seria de esperar, é uma estimativa supostamente científica feita por uns académicos quaisquer que, evidentemente, nada nem ninguém corrobora (compreende-se, e sempre difícil confirmar que o absurdo existe).

Se deixarmos as altas esferas patrocinadas pela ONU (tanto quanto sei, a ONU nunca desautorizou a senhora Albanese, apesar da evidente alucinação em que vive), e nos ficarmos por coisas mais caseirinhas, lá temos Ana Sá Lopes (não, não é ela, uso-a apenas como um exemplo de discurso dominante da comunicação social sobre a Palestina) a fazer uma comparação entre o holocausto nazi e o que se passa em Gaza.

A comparação é tão estúpida que nem deveria merecer comentário, mas vamos lá olhar para factos.

O holocausto nazi foi precedido de leis anti-judaicas (ninguém conhece uma lei israelita anti-árabe), que abriram caminho à identificação obrigatória de todos os judeus (ninguém conhece nenhum processo de identificação individual de cada palestiniano, dentro ou fora de Israel), que permitiram o perseguição legal aos judeus pelo sistema repressivo e judicial do Estado (em Israel 20% da população é palestiniana e tem todos os seus direitos de cidadania garantidos), que se traduziu num sistema de trabalhos forçados, detenção, deslocação forçada e abate indiscriminado pelo Estado nazi (ninguém conhece qualquer sistema administrativo e logístico semelhante em Israel e nos territórios envolventes de Israel, sendo Gaza um território governado autonomamente pelo Hamas, e não por Israel, desde há quase duas décadas), tendo como resultado final a eliminação de dois terços dos judeus europeus, contra 3% de mortes de palestinianos em consequência de uma guerra desencadeada pelo Hamas.

A isto Ana Sá Lopes chama um paralelismo que só os acéfalos (a palavra é dela, que acha que os seus leitores que não pensam como ela num assunto complexo são forçosamente acéfalos) não conseguem ver.

Com este contexto, não admira que os Estados com problemas internos se entretenham a reconhecer o Estado Palestiniano, até porque convenhamos que o Estado Palestiniano, mesmo sendo igualmente uma alucinação é, apesar de tudo, uma alucinação bem mais realista que as que citei anteriormente.

Infelizmente, para os palestinianos, para quem vive em Gaza, nada disto tem a menor importância, o que realmente os poderia ajudar era eliminar ou conter o poder do Hamas, isso sim, abria portas para que a sua vida fosse menos complicada, menos perigosa, menos miserável e com mais esperança.

É que a esperança até se pode alimentar de alucinações, mas normalmente a ressaca imposta pela realidade é demasiado pesada para que esse método seja considerado razoável para melhorar a vida de quem quer que seja.


21 comentários

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De Anónimo a 22.09.2025 às 13:42

A. S. Lopes , a branqueadora do terrorismo islâmico que  alia a flacidez física  à flacidez mental...
Juromenha


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De Anónimo a 22.09.2025 às 13:43

Obrigatório ler:


https://observador.pt/opiniao/deixem-de-conspurcar-a-palavra-genocidio/


Atendendo à posição do governo face ao "estado" da Palestina, pela parte que me toca, pondero seriamente não votar mais no PSD em legislativas, como sempre o fiz, inclusive _ com muitas hesitações! _ no RRio, malgré lui.
Aguardo pacientemente pelo regresso de Passos Coelho. Haja esperança. )

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De Francisco Almeida a 23.09.2025 às 10:40

A esperança de que Passos venha salvar o PSD é o equivalente à esperança de que Seguro venha salvar o PS. Ambas fúteis.
Os Pactos MFA-Partidos e as imposições do Conselho da Revolução, retiraram a representação política à direita. O resultado foi, nos partidos do arco da governação, direcções políticas à esquerda dos seus eleitorados. Essa foi a principal causa do crescimento rápido do Chega. Que continuará até que termine essa disforia entre direcções partidários e o seu eleitorado.
Assim o PS deveria cindir-se, parte juntando-se ao BE, parte à esquerda do PSD (Rioistas incluídos). O resto do PSD passaria ao CDS (se sobreviver) à IL e ao Chega. No fundo, seriam os quadros e os militantes a seguir os seus eleitores, que já o fizeram.
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De henrique pereira dos santos a 23.09.2025 às 10:47

Claro que o facto do PSD ter ganho as últimas eleições com mais 10% que o partido seguinte é irrelevante, na sua opinião.
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De Francisco Almeida a 23.09.2025 às 11:06

Não esperava de si a deselegância de concluir o que eu não disse nem quis dizer. A votação do PSD, tal como a do PS que poderia ter caído mais como vai cair no futuro, beneficiou de um fenómeno de "clubismo". Há quem vote num partido apenas por sempre ter nele votado. O que é significativo não é a diferença para o segundo mas o facto de não ter crescido ou seja, nem atraído novos eleitores nem beneficiado dos que o PS perdeu (na verdade do saldo entre os que pode ter ganho e os que pode ter perdido).
Mas na minha opinião (esta sim, não a que me atribuiu) se não existisse o Chega o PSD teria tido uma maioria absoluta mesmo com aumento da abstenção. E, nas próxima eleições, se não ocorrer alguma mudança importante, ambos PS e PSD vão diminuir.
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De henrique pereira dos santos a 23.09.2025 às 11:44

"No fundo, seriam os quadros e os militantes a seguir os seus eleitores, que já o fizeram.", se os eleitores já o fizeram, como explicar 10% de diferença da AD para o segundo partido mais votado?
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De Francisco Almeida a 23.09.2025 às 12:10

Como disse, sem o Chega, na minha opinião, o PSD teria a maioria absoluta. Indiferentemente de serem transferências directas ou saldos de transferências, a diferença entre a maioria absoluta e a percentagem que o PSD teve, são eleitores que o PSD perdeu (ou eleitores potenciais que não ganhou).
A diferença para o 2º partido mais votado - o PS - explica-se pelo descalabro deste último e não por virtude do PSD. O PS "tinha" que descer mas o PSD não beneficiou disso. Parece-me claro.
Se porventura se refere ao Chega, como partido que elegeu mais deputados a seguir ao PSD, a pergunta nem faz sentido.
Talvez seja de explicar que o PSD não me importa ou importa-me pouco. No primeiro comentário que fiz o interesse, quase académico, era a maior clareza no sistema eleitoral como um todo. Para ilustrar dou-lhe um exemplo. Imagine o comentador a quem respondi e é admirador de Passos Coelho, se Montenegro sair e o próximo líder do PSD for novamente Rui Rio. Ou, um admirador de Pedro Nuno Santos, se, com o apoio de Seguro, Sérgio Sousa Pinto ganhar o PS. Partidos não têm nem devem ser monolíticos mas também não podem incluir facções inconciliáveis.
 
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De Anónimo a 23.09.2025 às 14:26

Francisco de Almeida, são os dirigentes que fazem os partidos imprimindo nele a sua "marca". Passos Coelho esteve à altura do momento difícil que o país atravessava e nunca me desiludiu atá hoje, inclusive nas poucas (e raras) intervenções que tem tido na actualidade. A contrastar, veja o desastre e a decadência que se seguiu no partido após a liderança de Rui Rio. O servilismo e a sua subserviência ao governo socialista era tão confrangedor que cheguei a sentir vergonha alheia. Simultaneamente o partido rejeitava a "herança" de Passos Coelho e procurava distância dele. Mas a cereja no topo do bolo foi quando Rio afirmou que o partido (o meu partido) não era de direita. Foi a machadada final que sentiram muitos eleitores.
 A formação do Chega surge, assim, oportunamente neste hiato, nesta fracção de vazio, no preciso contexto de descontentamento e de desilusão  que se tinha acumulado em muitos eleitores do partido. O ressentimento destes "deserdados" foi-se expressando na medida em que pressentiram que já não tinham em quem se rever ou quem os representasse. O Ventura soube, com um "faro" inigualável, capitalizar esse sentimento dos deserdados. Tornou-se a voz dos seus protestos.
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De Francisco Almeida a 23.09.2025 às 17:45

Não vejo em que contraria o que eu escrevi. Ventura pode ter aproveitado e ter sido hábil mas o cerne do problema era Rio estar à esquerda do seu eleitorado. É uma disforia que igualmente se verifica no PS desde 1975 e que também ocorreu no CDS no tempo em que, para sobreviver, a direcção se declarava rigorosamente ao centro.
São os líderes que fazem os partidos mas só quando corre bem. Soares perdeu para Guterres e Sampaio uma dupla deplorável, ambos vindos de movimentos à esquerda do PS. Cavaco Silva, quando as coisas pioraram, fugiu e deixou um fraquíssimo Fernando Nogueira para perder as eleições. Sá Carneiro, o presidente do PSD que tinha maior apoio popular, não controlava os barões do partido e perdeu metade do grupo parlamentar, que estava obviamente à sua esquerda.
Num notabilíssimo ensaio sobre Sá Carneiro, o historiador Rui Ramos defendeu que, se perdesse a eleição de Soares Carneiro contra Ramalho Eanes, se demitiria de primeiro ministro e de presidente do PSD e formaria um novo partido com quadros do CDS, não duvidando que o eleitorado o seguiria (a fraquíssima prestação dos dissidentes com Magalhães Mota, dá força à tese).
Sem Ventura, Passos poderia protagonizar algo de semelhante mas, como sugeri, seria necessário um realinhamento partidário. Não se pode reformar o país tendo que suportar lutas internas no partido ou grupos parlamentares dissidentes.
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De lucklucky a 22.09.2025 às 14:31

Como já disse várias vezes, o objectivo deste discurso é ser aceitável um Genocídio dos Judeus. Que são vistos como traidores - ou seja piores que inimigos - pela Esquerda Marxista.


Faço notar que segundo os argumentos da Ana Sá Lopes os Aliados cometeram um Genocídio contra os Nazis na 2GM.
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De Anónimo a 22.09.2025 às 19:01

Também pode ser que esta gente apesar de cultissima, não atine muito bem com o significado das palavras.


Oxalá seja por que se não for é pior,  patologicamente pior.




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De Anónimo a 22.09.2025 às 21:47

As seguintes transcrições são apenas exemplificativas para atestar  a intenção de destruir  _ o "genocídio" _ de que falam as anas-sás-lopes...


a) "Hamas liberta 3 reféns israelitas em troca de mais de 300 palestinianos"
https://www.youtube.com/watch?v=1uUZ6nbJ9hA


b) "Mais 3 reféns em troca de 183 prisioneiros palestinianos"
https://www.youtube.com/watch?v=1uUZ6nbJ9hA


c) «Durante a noite de 26/27 de Fevereiro, o Hamas devolveu os corpos de 4 reféns israelitas em troca da libertação de mais de 600 prisioneiros e detidos palestinianos, no âmbito da última troca efectuada ao abrigo da primeira fase de cessar-fogo»
https://www.publico.pt/2025/02/26/mundo/noticia/hamas-devolve-corpos-quatro-refens-israel-devera-libertar-centenas-palestinianos-2124073


 d) «durante as primeiras tréguas do conflito israelo-palestiniano, foram libertados 180 prisioneiros, escolhidos de uma lista de 300 palestinianos detidos. Começaram por ser libertadas crianças e mulheres jovens.  Mais recentemente, em janeiro de 2025, o governo israelita aprovou a libertação de centenas prisioneiros e detidos palestinianos, como meio de troca para a libertação de reféns israelitas mantidos em Gaza. No acordo de cessar-fogo ficou determinado que fossem libertados 30 detidos palestinianos  por cada civil  israelita libertado.  Já a libertação de cada mulher militar corresponderia à libertação de 50 detidos palestinianos ».


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De Anónimo a 23.09.2025 às 12:04

Mas isso não quer dizer que os palestinos valem pouco, pois não?
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De Anónimo a 23.09.2025 às 13:34

Não posso (não devo) responder-lhe a essa questão, pois seria muito incendiário dissipar as suas dúvidas e confirmar as suas suspeitas.:)
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De Anónimo a 23.09.2025 às 06:42

« Reconhecer um Estado palestiniano hoje, na sequência imediata do ataque terrorista de 7 de Outubro de 2023, equivaleria a premiar o Hamas e o seu projecto de violência (...) Não surpreende, portanto, que a liderança do Hamas, sediada no Qatar, tenha lido o anúncio do reconhecimento como uma vitória. Em Agosto passado, enquanto o grupo terrorista divulgava mais um vídeo macabro de reféns em Gaza, um dos seus líderes, Ghazi Hamad, proclamava: “A iniciativa da parte de vários países de reconhecer um Estado palestiniano é um dos frutos do 7 de Outubro”.
.A mensagem, prestando-se logicamente a esta leitura perversa do incentivo, seria, portanto, devastadora: terror produz Estado, sangue consagra soberania, massacre derroga Montevideu. As concessões que a política e a diplomacia não conquistaram em décadas seriam obtidas, afinal, num só golpe de violência primitiva: decapitações, violações, mutilações, imolações e raptos em massa – instrumentos da elevação do terror à condição de acto político fundador. Negociar com israelitas seria, afinal, menos rentável, menos eficaz, menos estratégico do que chaciná-los. Soterrado nos escombros de Gaza, Sinwar teria, finalmente, na pompa de Nova Iorque, a sua vitória póstuma.

Criar-se-ia, por essa via, um precedente perigoso, não só para Israel, mas para toda a ordem internacional, rasgando assim um contrato que as democracias, na sua “finest hour”, firmaram com a própria História: o pacto de que a besta do terrorismo jamais será a parteira da soberania. »

https://observador.pt/opiniao/o-rei-lear-na-onu-a-tragedia-do-reconhecimento-da-palestina/




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De Anónimo a 23.09.2025 às 08:43

Verdade dura, nua e crua. 
Ontem foi um dia lamentável para o patético Estado português... 
Como português sinto-me enojado ...


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De Francisco Almeida a 23.09.2025 às 10:47

A UPA foi um movimento terrorista responsável por 20 mil mortos (há quem estime 30 mil) mas o reconhecimento pela ONU mudou-a num legítimo movimento de libertação. Exactamente o que representa para o Hamas o reconhecimento da Palestina.
Estou de acordo consigo. Como já escrevi ontem num comentário no "Observador" este governo mete-me nojo.


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De Anonimo a 23.09.2025 às 09:59

Excelente postal.
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De Anónimo a 24.09.2025 às 10:37

Felizmente a flotilha dos tristes está quase a chegar com montes de macarrão e couve troncha que vão lixar os planos de Israel para genocidar pela fome os palestinianos.


Oxalá os Israelitas não lhes barrem o caminho porque aposto, é isso mesmo que eles querem.
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De O apartidário a 24.09.2025 às 20:20

Entretanto por essa Europa fora é assim:


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De Anónimo a 24.09.2025 às 21:17

A triste flotilha continua o tristonho avanço para Gaza. 


Já foram atacados por drones e tudo. Também se sabe, não se sabe como, que os ditos eram Israelitas.


Triste flotilha, tristes tempos, tristes irrelevâncias

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