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"Invocando que quer concorrência de privados, o Ministro das Infraestruturas recusa comprar os comboios de alta velocidade que a CP entende necessários. Descapitalizar o setor público para defender os privados é a noção de interesse público do Governo da AD".
Não percebi bem como impedir uma compra é descapitalizar o que quer que seja (podemos discutir a alocação do capital, mas quer comprando carruagens, quer ficando com o dinheiro na mão, o capital da CP é o mesmo com ou sem compra de carruagens), mas o que interessa aqui é a afirmação de que esta opção na alocação do capital é para defender os privados.
É uma ideia interessante, esta, de Alexandra Leitão, o aumento da concorrência não é interesse público, é defesa dos privados.
"tendo em conta que muito recentemente o Senhor Ministro das Infraestruturas disse que não ia comprar os comboios que a CP pedia, porque tinham de favorecer a concorrência privada, pergunto-me em que comboios o passe ferroviário vai servir para andar, provavelmente em nenhuns ou em comboios privados".
Ora aqui está o desenvolvimento das ideias de Alexandra Leitão (poderia usar muitos outros exemplos, como o de João Paulo Correia que admite discutir com o PSD a questão da saúde, desde que não haja desvio de recursos para os privados, Alexandra Leitão é só uma das mais histriónicas vozes dos estatistas, largamente preponderantes no actual PS e no resto da esquerda).
O governo anuncia um passe ferroviário (não tenho opinião sobre isso a não ser a opinião genérica de que sou a favor do princípio do utilizador pagador, portanto este tipo de medidas, em tese (na minha tese), deveriam ser sempre com condição de recursos) e qual é o problema de Alexandra Leitão e dos estatistas em geral?
Que o serviço ferroviário tem problemas do lado da oferta e portanto o efeito de baixar preços de utilização arrisca-se a não resolver problema nenhum e a degradar o serviço (quer por aumento da procura, quer por diminuição das fontes de recursos para a sua gestão e melhoria)?
Que os principais problemas dos utilizadores se prendem com a fiabilidade do serviço e não com o seu preço, portanto o impacto é relativamente reduzido na melhoria da vida das pessoas?
Que alocar recursos para mitigar os problemas para as pessoas que resultam da macrocefalia do país tende a potenciar essa macrocefalia e não a resolver esses problemas (como é exemplo a concentração dos recursos do PRR na habitação das grandes cidades em detrimento da sua concentração na criação de emprego nas pequenas e médias cidades)?
Não, nada disso, o problema de Alexandra Leitão é que o Estado deve usar os seus recursos para fortalecer o Estado, independentemente do facto de poder não estar no Estado a forma mais eficiente de resolver os problemas concretos das pessoas.
Não, não se pense que isto é mera demagogia de Alexandra Leitão para malhar nos adversários, isto é mesmo a convicção profunda de Alexandra Leitão, como se demonstra pela energia e desonestidade que colocou na destruição de contratos de associação que poupavam dinheiro ao Estado e garantiam maior satisfação aos utilizadores dos serviços de educação.
Alexandra Leitão sabe perfeitamente que o Estado é um instrumento de repressão nas mãos das classes dominantes e, tendo os filhos na escola alemã, acha que esse privilégio deve ser exclusivo das classes dominantes, para o povo o ensino estatal é perfeitamente razoável, independentemente da sua qualidade e do seu custo para os contribuintes.
Os elitistas defendem que bens e serviços sofisticados são naturalmente elitistas, portanto acham que não vale a pena fazer um esforço para democratizar o acesso à ópera, o que vale a pena é garantir que os que merecem integram as elites capazes de apreciar espetáculos elitistas.
Os marxistas da primeira geração, os que diziam que a libertação dos trabalhadores só podia ser obra dos próprios trabalhadores e que tinham como objectivo a destruição do Estado, por saberem da capacidade das classes dominantes usarem o Estado a seu favor, pretendiam que a ópera deixasse de ser elitista e que o povo tivesse acesso aos espectáculos de ópera.
Alexandra Leitão, e os modernos estatistas pretendem que o Estado garanta o acesso do povo a umas óperas quaisquer, sendo irrelevante a sua qualidade, desde que sejam do Estado, como a melhor forma das classes dominantes, a que sempre pertenceu, poderem frequentar as óperas que podem pagar, sem a maçada de aturar o povo.
Alexandra Leitão é um bom exemplo de política sempre, sempre ao lado do povo, mas nunca no meio dele.
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