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Na semana passada fui surpreendida com uma troça generalizada na internet à intervenção de António Pires de Lima no Parlamento. O ministro da Economia foi irónico, para mim foi perspicaz e engraçado, e se alguma coisa se podia dizer é que foi informal, agora sem nexo é que não estava.

Brincava António Pires de Lima com a tentação de António Costa, presidente da Câmara de Lisboa e candidato a Primeiro Ministro, de fixar uma taxa de dormidas para os turistas. Enfim criticar o Governo pelos impostos é fácil, mas depois acaba por não resistir a fazer o mesmo na sua chafarica, a cidade de Lisboa. 

Claro que o tom irónico foi rapidamente ridicularizado e um pouco por todo lado se criou uma ideia (falsa) de que o Ministro estaria alterado por alguma substância exterior. "Triste figura a de Pires de Lima", dizia-se. Incrível! O pior não são os mandatados para ofuscar a razão de Pires de Lima com fait divers e deturpações do discurso e das respectivas intenções, o pior são as pessoas não pensarem pela própria cabeça e reproduzirem, ou comerem por bom que o Ministro estava alterado. Cheguei mesmo a ouvir uma amiga dizer que "ele devia estar com coca". Eu ia caindo para o lado. Parecia que não tínhamos visto a mesma coisa. Ainda a minha amiga me acusou de não ver por não conhecer os sintomas (ainda bem que não conheço) da coca. Mas reconheço a ironia quando a vejo e a falta de inteligência também. Há nestas interpretações apenas duas origens: a deliberada que sabe que há margem para deturpar ridicularizando e a outra é a falta de perspicácia e capacidade de pensar pela própria cabeça, para formar opinião sem se deixar influenciar pelas campanhas orquestradas. Esse é o grande pecado deste país. Por isso é que as intrigas vencem aqui. 

A verdade está à vista de todos:

O orçamento da Câmara de Lisboa, que foi apresentado esta segunda-feira, prevê mesmo a criação de uma Taxa Municipal Turística, com a qual se prevê angariar sete milhões de euros em 2015. «Os turistas vão ter de pagar um euro quando entrarem na cidade de Lisboa, por via aérea ou marítima, já a partir de 2015».

Era a isto que se referia o Ministro quando insinuou que o autarca não ia resistir à tentação de cobrar taxas e taxinhas.


10 comentários

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De Alfacinha a 10.11.2014 às 16:56

Essa medida costista é mais uma maneira simples de a cm meter dinheiro ao bolso.
Mas é verdade que existe uma medonha avalanche turística, insuportável para quem faz a sua vida no núcleo central/histórico de Lisboa.
Não sou técnico desse âmbito e ignoro que medidas em concreto se poderão tomar para que o cidadão de Lisboa deixe de estar em segundo plano face à referida avalanche, mas parecia-me bem uma vigilância muito maior sobre quem descobriu que alugar "clandestinamente" quartos/apartamentos/andares a turistas estrangeiros sem pagar qualquer espécie de imposto é uma excelente maneira de aumentar exponencialmente os seus rendimentos.
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De Luis Moreira a 10.11.2014 às 19:45

É fantástico anda toda a gente preocupada com o sucesso do turismo em Lisboa. Ele são as taxas, os impostos sobre os truck, e sobre as dormidas...não se pode, quem salva os alfacinhas, Deus meu?
Eu adoro andar por Lisboa cheia de turistas. " Lisboa de muitas e desvairadas gentes". Sempre foi assim.
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De Ai a Tola a 11.11.2014 às 09:44

Os truck? Eheheh
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De Luis Moreira a 13.11.2014 às 02:56

Se não são trucks são tracks, tal é a importância...
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De Ai a tola a 13.11.2014 às 16:31

Quem não sabe do que fala, DISPARATA.
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De Anónimo a 13.11.2014 às 11:22

"quem salva os alfacinhas..."? A vida é aí assim tão dificil? Coitadinhos.
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De M a 10.11.2014 às 23:10

E chegou a essa conclusão sozinha? Já lhe disseram que é brilhante?
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De Ricardo Sebastião a 11.11.2014 às 11:49

Cara Maria Teixeira Alves, a intervenção de Pires de Lima foi completamente desastrada na forma, tanto que ofuscou a própria mensagem que, como refere, realmente acertava na mouche. Aliás, pense assim, se fosse um parlamentar de outra bancada a ter uma intervenção daquelas qual seria a sua reacção? (então se fosse do BE acho que ficava logo estabelecido o consenso que era coca mesmo :D)
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De Maria Teixeira Alves a 13.11.2014 às 00:58

A minha reacção não seria nenhuma, sinceramente. Achei aquilo normalíssimo, talvez eu esteja habituada àquela maneira de falar. :)
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De Luisa a 12.11.2014 às 14:19

Pois é, isto da partidarite é uma 'chatice'. E se formos apartidários nesta questão? Fosse outro o presidente da câmara e como seria? E um pouco por todo o mundo se paga e bem. Por que havemos de ser diferentes? Esmoleres?  E o IMI mais baixo não agrada a todos ? Onde ir buscar dinheiro, perguntava ontem Pedro Santana Lopes...
 '' Dezenas de países e cidades cobram aos turistas taxas da mais diversa índole''. Ver aqui: http://www.daliteratura.blogspot.pt/2014/11/as-taxas.html

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