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A crise política, nem é uma crise, nem é política. É uma oportunidade e uma luta de interesses próprios
Na pior das hipóteses, fica tudo na mesma. Temos um tempo de férias de disparates, desaparecem os ministros mais rançosos, ficam estabelecidas as linhas vermelhas do PS à sua esquerda. Acresce que terão que aguentar os anos mais difíceis, a partir de 2014, que, com a estapafúrdia governação que temos tido, será uma inevitabilidade indisfarçável mesmo para o Houdini Português.
Na melhor das hipóteses, o País vê-se livre da governação socialista durante uns tempos. E até poderemos ultrapassar os ventos mais difíceis quando o défice estrutural não for amparado pela Bazuca.
Não há pois crise: é uma oportunidade em que o País e os Portugueses têm muito a ganhar. Continuar como estávamos, sem qualquer mudança, é que era uma crise das grandes.
Falar em política, é até engraçado. O que eu mais vejo em confronto, não são seguramente ideologias ou políticas, são interesses e egos.
O Sr. Presidente, está furioso por ter feito pior do que Cavaco Silva. Nada que não se consiga mascarar. Os seus medos de estimação, não ser amado e ser irrelevante, não estão em perigo. Pelo menos no quesito da relevância, só pode estar mesmo feliz: nunca, como hoje, está em plena luz dos holofotes.
O Sr. Costa, está naturalmente triste: o artista do pleno de consensos, morreu. Agora há que ressuscitar aquele que faz das derrotas vitórias. À falta de melhores obras, há que apresentar vitórias políticas.
Os Srs. da Esquerda radical, estão apertados. Não há duvida que as cedências de Costa foram mesmo generosas, criminosamente de esquerda radical. Afinal o titulo de príncipe dos consensos vale muito.
Sem poder explicar que o seu voto contrário tem a ver com a sua sobrevivência política enquanto partidos, há que passar a ideia que o Sr. Costa queria mesmo era provocar eleições para ter maioria e esmagar as verdadeiras forças de protecção dos trabalhadores: eles próprios. De cuja sobrevivência depende, não a sua relevância pessoal, mas a salvação nacional.
No PAN, à falta de capacidade de inovar ou apresentar argumentos ideológicos, que não têm, reinventa-se o Nin. Nem a favor dos malandros do PS, ainda mais contra os que votam contra o PS, com consequências. Afinal são os radicais pouco radicais, a verdadeira alternativa de esquerda ao PS. Que a causa canina ou taurina, obriga ao crescimento do partido e à sobrevivência e crescimento de lugares, para mais animalistas, daqueles que deitam fora a rica vida que têm, entre os cuidados que prestam aos nossos amigos de quatro patas, para ir para o parlamento, abandonando as suas obrigações directas. Tudo pelo bem da causa maior.
No PSD e no CDS, a luta é entre os velhos líderes e os candidatos, ambos esgrimindo o interesse nacional para justificarem o mesmo objectivo de poder dentro do partido. Os instalados acoitados em discursos que já deixaram o “agora é que ia ser”, para, democraticamente, cada vez mais se refugiarem em regulamentos que os impeçam de ir a votos.
A verdadeira crise, é a de valores.
“ O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A práctica da vida tem por única direcção a conveniência. Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés.
A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática.
No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado - e pede-se conhaque! ”
(in Farpas, Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, Junho de 1871).
Cada Povo tem os chefes que merece.
Roma, nisso, foi exemplar.
Portugal e a Europa seguem-lhe as pisadas.
Falhou a Vida Militar: falha a segurança, o civismo e o respeito pela hierarquia.
Falhou a Escola: falha o conhecimento base de toda a sobrevivência e progresso.
Falhou a Igreja Católica: falha a moral (cimento de todos os valores humanos), o respeito por si mesmo e pelo seu semelhante.
Falindo estes três pilares, não há volta a dar: a morte dum Povo está à vista.
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Parece é que poucos estão preparados para discutir...
Tenho um histórico de cirurgias infelizmente longo...
Sendo que, no entanto,os doentes no Sns são(por co...
O problema de Espanha é ter um tribunal de ideolog...
Do ponto de vista de quem gere, um doente é um cli...
Se Marcelo se permitir deixar Costa passear-se com perna alongada a compasso em dois tabuleiros distintos, incompatíveis com o regular funcionamento democrítico que devia ser o primeiro a garantir e respeitar, deixará para trás a evidência da sua inutilidade, mostrando a descoberto a proverbial condição de intriguista matreiro.
Será de um descaramento atroz permitir que o homem com o titulo de 1º ministro enquanto faz de conta que governa, utilize essa condição para desse posto articular uma campanha eleitoral chocante em beneficio do próprio umbigo.
Já foi dado o mote com o anuncio à descarada da preparação de novas núpcias com roupagem de virgindade das muletas do costume.
E do carpinteiro também..