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Ontem o Observador tinha um texto meu que, modéstia à parte, embora comprido, até nem me pareceu mau, acho que saiu catita.
"podemos escolher dois ambientes: eucaliptais e pinhais com um ecossistema resinoso e combustível ou, um ecossistema de carvalhos e castanheiros com um ecossistema fresco e com sombra, não combustível.
...
O meu argumento é: espécies resinosas e combustíveis plantadas intensiva e extensivamente provocam incêndios. Carvalhais, soutos e sobrais são uma alternativa lógica.
...
o ambiente desenvolvido num eucaliptal e pinhal é mais combustível do que num carvalhal".
São comentários habituais nas discussões sobre fogos, e não adianta muito continuar a discussão, a generalidade das pessoas que repetem estes argumentos jamais deixarão que os factos influenciem as suas ideias, portanto manterão sempre esta ideia, muito difundida, embora claramente errada de acordo com o que se conhece hoje sobre ecologia do fogo.
Não me interessa, por isso, rebater estes argumentos mas voltar a uma linha de discussão a que já em tempos dediquei alguma atenção.
Como disse, os argumentos estão tecnicamente errados, mas vamos partir do princípio de que estariam certos e que seria bom cobrir o país de carvalhais para resolver os problemas de gestão do fogo, essa seria a nossa utopia.
Estabelecida a utopia, é preciso discutir o que fazer para se passar da situação actual para a utopia desejada.
Vamos admitir que um carvalhal maduro se faz em trinta anos (não faz, a não ser em condições muito favoráveis, mas relembro que estamos no domínio da utopia).
Para um prazo tão curto, é preciso plantar, retanchar (a taxa de sobrevivência de plantações de quercus, sobretudo sem rega, como seria forçoso numa plantação florestal em larga escala, é bastante baixa) e gerir nesses trinta anos, tendo em atenção que em trinta anos o mais natural é que haja dois fogos (a taxa de retorno anda, em média, por volta dos 12 a 15 anos).
Ou seja, antes do carvalhal estar maduro e a sua sombra controlar parte dos combustíveis finos, como se faz essa gestão?
Como se paga? Quem a paga? Com que técnicas? Como se lida com os mais que prováveis fogos intermédios? Que efeito têm na evolução do povoamento?
É isto, mesmo que a utopia estivesse certa nos seus pressupostos (que não está), a chatice da realidade sobrepõe-se à beleza da utopia, para aconselhar um caminho diferente que evite andar a gastar recursos numa ideia cuja viabilidade, em larga escala, é praticamente nula.
Acontece muito com as utopias.
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