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A transparência e a clandestinidade

por Vasco Mina, em 24.11.15

A indigitação de António costa para PM encerra um ciclo que foi marcado pela dicotomia entre a transparência e a clandestinidade, bem à moda comunista. Os resultados eleitorais revelaram, com toda a clareza, quem tinha vencido mas os acontecimentos posteriores revelaram uma estratégia que foi sendo construída (no silêncio e longe dos olhares dos eleitores) para conseguir que os derrotados saíssem vencedores. Com toda a transparência, Passos Coelho e a coligação PSD-CDS iniciaram negociações tendentes à formação de um governo com acordo parlamentar do PS. Teria assim início um governo minoritário que teria de negociar á sua esquerda com o principal parido de oposição – o PS. Esta situação, de governo minoritário, já tinha ocorrido em governos anteriores ainda que de formação socialista. Cedo se percebeu que a intenção de António Costa era a de sentar-se à mesa com a coligação vencedora mas apenas para empatar tempo; em simultâneo o líder do PS foi tendo reuniões com o PCP e BE e (quase) sempre na clandestinidade. As vozes da esquerda foram anunciando que existiam condições para uma governação socialista mas nunca avançaram com qualquer compromisso público digno desse registo. O PR foi de uma transparência total quanto às suas intenções desde o primeiro momento e foi, também por isso, duramente criticado. Depois, foi o cenário mais ilustrativo do que é a clandestinidade da política no sec. XXI com a assinatura das três posições conjuntas (nem na palavra acordo conseguiram entendimento): actos separados, à vez e numa sala à porta fechada; os documentos assinados só depois foram conhecidos e, como bem ontem referiu Cavaco Silva, assimétricos e omissos em algumas questões de elevada relevância. Ontem mesmo, com toda a transparência, o PR fez saber, publicamente, as suas dúvidas e as questões que tinha colocado a António Costa. Ainda ontem o PS enviou a resposta que ainda hoje se desconhece pois a clandestinidade dos processos é agora a via com a qual temos de conviver.


4 comentários

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De Lufra a 24.11.2015 às 14:44

Bye, bye austerity. It is time to try some of that Greek prosperity!
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De fty a 24.11.2015 às 15:15

São migalhas. A questão essencial reside em o PSD-CDS terem erodido - desnecessariamente, entre a imperícia e uma arrogância por vezes arrrufiada  - a sua base de apoio.
Nem Passos nem Portas têm estatura, alma, para o que o que lhes era pedido.
Por isso, votei em branco, e hoje repetiria o voto - embora considere o futuro governo um perigo e um mal. 
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De Lufra a 24.11.2015 às 16:43

Tem alguma razão não estavam à altura do desafio, pelo menos no inicio, mas quem estava, do PS só pode vir coisa pior (bancarrota) do BE e do PCP não podemos esperar nada, nunca farão nada mais que barulho e confusão.
Resultado: temos um desgoverno para alguns, poucos, meses. E não vão ser deitados a baixo, vão-se auto destruir, provavelmente antes do PR poder dissolver a Assembleia da República!
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De fty a 25.11.2015 às 01:38

Não é preciso grande preparação para perceber que manter um Relvas no governo quando era (com razão) o escárnio do país não daria grande resultado.
Em 2011 Passos/Portas tinham por eles a expectativa de uma grande parte do país e outra parte estava em choque, que se traduzia numa  imensa  margem de manobra, como de há muito não havia. A isto responderam nada fazendo de sério (a reforma do estado era possível, então)  e vieram  com tolices de crianças parvas - feriados, etc.

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