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A tenaz radical e uma nova realidade

por Jose Miguel Roque Martins, em 26.10.20

O centrão já teve melhores dias. Aqui em Portugal, o PS e o PSD, por culpas próprias, deixaram nascer e crescer dois monstros. O Bloco de Esquerda e o Chega. A alternância de poder, entre os dois partidos,  foi ferida de morte. António Costa julgou ter descoberto a solução: afinal sendo um país de esquerda, seria fácil ao PS eternizar-se no poder. Bastaria aliar-se aos partidos à esquerda, fazendo algumas concessões. Esta semana, demonstrou que estava enganado, e que o problema é mais denso.

Apesar de penalizantes cedências feitas pelo PS, o Bloco de Esquerda assumiu a sua ambição (ou radicalismo) , e anunciou não votar no Orçamento. O PS que não faça confusões: o objectivo do Bloco de Esquerda é “roubar” o seu eleitorado e não, apenas,  influenciar as suas políticas.

Nos Açores, a “direita” ganhou a maioria. Só que, nessa ampla definição, está o Chega. Outro partido radical, com o mesmo tipo de perfil do Bloco de Esquerda, que já anunciou que não dá a mão a nenhum partido do regime. Se o fizerem, perdem a aura de anti-sistema que tanto os têm ajudado. 

No País, como nos Açores, cada vez é mais claro que o status quo mudou.  E que cada vez será mais difícil encontrar uma maioria estável.

A mudança é inevitável.

Ou o PS ou o  PSD, ou ambos,  se aproximam do eleitorado, esmagando as franjas radicais. Ou vão ter que se entender, como tem  acontecido na Alemanha (entre CDU e o SPD) , permitindo o crescimento dos partidos populistas, adiando o problema, com essa “fusão” ao centro.

Ou os partidos radicais ficarão com o real poder de determinar as políticas.

Ou novos partidos que entendam as regras das democracias liberais ganham expressão e substituem os partidos radicais ou estabelecidos.

As alternativas ou são difíceis mas boas, ou são fáceis mas más. 

Certo é que, no entretanto,  o sistema político está feito num molho de brócolos!

 

 


8 comentários

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De Anónimo a 26.10.2020 às 14:33

Aqui do canto, com bons modos e em voz baixa : o Chega é monstro  porquê?
Eu bem sei no que consiste "l`air  du temps" ( em estrangeiro a coisa soa sem pre melhor...) , mas mesmo assim...


JSP
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De Jose Miguel Roque Martins a 26.10.2020 às 15:57

 O chega, é um partido populista e de protesto, que não contribui com uma oferta de uma solução governativa. Aparece apenas por inépcia e vazio de partidos de direita que assumam que o são. 
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De Anónimo a 27.10.2020 às 13:57

Precisamente. É por ser de protesto que vou fazer do Chega a minha voz.
Não tenho outra maneira de me fazer ouvir. Assim, pode ser que os ddt  tomem boa nota e comecem a perceber que a situação por eles criada  JÁ  é  "mesmo" de ruptura. Irreversível. (Este psd, partido em quem votei sempre, já não me representa).
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De Anónimo a 27.10.2020 às 13:59

E também lhes junto M.Rebelo de Sousa. Também não terá o meu voto.
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De Anónimo a 27.10.2020 às 14:44


RM, não se deixe contaminar pelo unanimismos do pensamento mainstream.  Não dê demasiada importância aos sound bites para nos enredar mas valorize  a persistência com que tentam toldar-nos o juízo ou amputar-nos o discernimento. Não vê qual o objectivo dessa matracagem diária que só demonstra como estão assustados? 
E depois há uma coisa para mim misteriosa e incompreensível: como não denunciam com o mesmo vigor os extremistas de esquerda? Porque terão tão boa imprensa, mesmo sabendo a proveniência das suas "crenças" políticas e o seu projecto de sociedade? (Abstenho-me de descrevê-los).
Isso não (o) faz pensar?
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De Anónimo a 27.10.2020 às 15:06

Também não pretendo que o Chega seja governo, entenda-se. Quero que ele aumente em número de deputados e a partir daí, ter tempo de o ver actuar e poder avaliá-lo depois. Para já é o único partido que faz oposição e com um deputado apenas. É um grande feito no panorama de bovinidade geral e mansa.
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De lucklucky a 27.10.2020 às 23:34


"como não denunciam com o mesmo vigor os extremistas de esquerda?"


Qual foi a ultima vez que um jornalista das TVs, ou do Publico, Expresso se refriu ao PCP e BE como de Extrema Esquerda?
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De Anónimo a 27.10.2020 às 18:07

Os resultados nos Açores confirmam que estamos a entrar num novo tempo político, com outros protagonistas. A derrota do PS marca uma viragem. Mas a nível nacional também já se vêem mudanças com novas tendências. António Costa que conte que a partir de agora é sempre a descer.
De salientar que para o PS dos Açores foi um resultado inesperado, uma surpresa, visto as sondagens darem outro resultado. Diz muito dos métodos coercivos e do respeitinho que infunde o PS.

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