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O assunto Spinumviva é uma criação mediática, cavalgada pelos partidos da oposição e a polícia da moralidade, até ver (amanhã não sabemos o que vai acontecer).
Há um comentador do Corta-fitas que resolveu fazer uma demonstração, ao vivo e a cores, de como funciona o processo.
Argumento inicial: "nas últimas semanas veio a público que as empresas tidas como clientes da Spinumviva tinham aumentado a relação comercial com o Estado já no governo de Montenegro. Para mais, como já era sabido, a Spinumviva continuou a existir e a receber dinheiro desses clientes".
Perante a contestação ao argumento, com base no que é factual (nem está demonstrado que haja algum aumento de facturação, porque depende do período de tempo considerado para avaliação, nem os contratos em que se baseia a afirmação foram construídos pelo governo, representam resultados de concursos públicos anteriores à tomada de posse do governo, nem as decisões são do governo, mas de entidades autónomas do Estado, nem é verdade que esses clientes tenham continuado a ser clientes da Spinumviva), a reacção é a habitual, mudar o argumento e juntar ligações sem qualquer ligação.
"A Solverde continuou a ser cliente. Tanto assim foi que veio anunciar que deixava de contar com a Spinumviva", acontece que a Solverde não aumentou facturação nenhuma, nem tem contratos com o Estado, portanto não serve para demonstrar o primeiro argumento, na medida em que não faz parte das tais "empresas tidas como clientes da Spinumviva [que] tinham aumentado a relação comercial com o Estado".
Acresce que uma das técnicas mais frequentes para manter o assunto vivo é a insinuação através de perguntas retóricas que esquecem a informação existente: "Como é que sabe que nenhuma dessas decisões vem deste governo? E como sabe que deixaram de ser clientes?".
Perante as respostas objectivas e baseadas na informação que existe a esta pergunta, volta-se a alterar o argumento inicial.
"Instituições que dependem do governo", é um argumento tão frequente, como estúpido, visto que a Santa Casa da Misericórida de Lisboa depender, dentro de limites, do Governo, não torna qualquer Primeiro Ministro responsável pela contratação de serviços de refeições através de concursos públicos, com júris conhecidos.
Se assim fosse, todos os primeiros ministros do país estavam presos, a começar por aqueles que eram primeiros ministros quando a Santa Casa da Misericórdia resolveu estoirar milhões de euros num processo de internacionalização que levantam muito mais dúvidas que uma das principais empresas de refeições do país ganhar um concurso de fornecimento de refeições lançado por uma instituição do Estado.
"A decisão pode ter sido tomada durante o governo de Costa mas isso não implicava que os contratos fossem assinados. As decisões podem sempre ser alteradas". Esta concepção de um governo que não tem de cumprir regras e pode fazer o que lhe dá na telha, incluindo reverter decisões tomadas por terceiros, sem que isso implique responsabilidades jurídicas para com os prejudicados é muito, muito difundida, mas não deixa de ser o que é: pura ignorância.
No caso, a ideia de que um governo qualquer pode reverter decisões dos serviços sob sua tutela porque em algum momento alguém tinha sido cliente de uma empresa em que a pessoa que transitoriamente ocupa o lugar de primeiro ministro trabalhava, quando não estava na política activa, é verdadeiramente extraordinária.
"Não há aqui absolutamente nenhuma mistura de assuntos. Todas são empresas clientes da Spinumviva e do estado. A realidade é esta , por mais perturbadora que possa ser. Veremos o que o tempo irá revelar".
A Spinumviva tem, tanto quanto se sabe, dois períodos de vida diferentes, um quando Montenegro está a trabalhar na empresa, e outro quando entrega a sua gestão à família, para se dedicar à política.
Na primeira fase, há um conjunto de trabalhos relacionados com gestão empresarial, que evidentemente assentam em Montenegro e que, com a sua saída, deixam de ser prestados pela empresa.
É dessa fase que são os clientes envolvidos nesta conversa do aumento de facturação, bem como a gasolineira e coisas que tais.
Numa segunda fase, com a saída de Montenegro, a empresa perde capacidade (incluindo de contactos e relação pessoal que assentavam em Montenegro), mas mantém actividade numa área específica em que já tinha ganho maturidade, a da protecção de dados.
O que a polícia da moralidade tem procurado fazer é misturar as duas coisas, afirmando, falsamente, que Montenegro continuou a receber dinheiro (Susana Peralta, que é professora numa escola de gestão e economia, apresentou o mais ridículo argumento para justificar os macaquinhos que tem na cabeça sobre este assunto, ao ir buscar um estudo que diz o que qualquer pessoa que alguma vez teve uma empresa sabe, isto é, que é possível, e generalizado, os donos das empresas imputarem despesas da sua esfera pessoal à empresa para pagarem menos impostos. Susana Peralta, conclui que é muito provável que Montenegro tenha beneficiado da empresa, mesmo passando-a aos familiares, porque pode haver despesas do agregado familiar que tenham sido imputadas à empresa. Susana Peralta considera isto uma coisa gravíssima, provavelmente porque, penso eu, nunca criou nenhuma empresa e não sabe os custos não documentáveis, incluindo em horas de trabalho, que os donos das empresas entregam às empresas para as fazer sobreviver e, se possível, crescer).
Que a situação da Spinumviva merece escrutínio, com certeza, que é preciso olhar com atenção para situações como a da renovação da concessão de jogo em que a Solverde estará interessada, com certeza (e isso é independente da existência da empresa, basta que os donos da Solverde sejam, como são, amigos de Montenegro, para que o jornalismo deve estar especialmente atento a essas amizades, não as tratando como tratou a amizade de Diogo Lacerda Machado e António Costa, com explícitos reflexos em decisões do governo), o que não vale a pena é continuar nestas chiquelinas retóricas com base nas quais rasgam as vestes, escandalizados que estão com a baixeza moral que o assunto revela, dizem eles.
No Irão também é assim, os zelotas acham uma baixeza moral uma mulher andar sem hijab e, consequentemente, não perdoam às mulheres que andam da rua sem hijab.
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