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Helena Matos, no Observador, ontem, faz a pergunta que interessa à minoria que está inquieta com a forma como o país está a evoluir: "Como é que se sai da Situação?".
O problema central é que a larga maioria das pessoas não querem sair da Situação, não porque achem que o país e a sociedade estejam pujantes, tenham dinamismo, criem esperança, mas porque têm medo dos riscos associados à mudança, a qualquer mudança.
Quando o que se tem está no limite do aceitável, o medo de mudar é muito maior porque qualquer desvio negativo nos faz passar de uma situação gerível, mesmo que seja medíocre, para uma situação difícil, eventualmente desesperada.
Talvez por isso preferimos discutir se o governo tem mais ou menos mulheres, mais ou menos sucessores de Costa, se Pedro Adão e Silva deve ser contado nos independentes ou no PS, em vez de discutir se o governo é bom ou não e se os governantes, cada um por si, representam satisfatoriamente o que seria a esperança de uma vida melhor.
Note-se que este medo de mudar é transversal, na sociedade, não é o facto do PS se ter transformado no Estado, e o Estado no PS, que é a dificuldade em sair da Situação, é que os outros partidos - os seus militantes - têm medo que a coisa piore.
No Bloco a única coisa que os militantes querem é que a situação não piore, no PC a única coisa que os militantes querem é que o partido não morra, no PSD os militantes já demonstraram, à saciedade, que não querem correr qualquer risco.
Nas franjas, o CDS está a ver se não se extingue por falta de objecto, o Chega está a ver como consegue manter um discurso de protesto sem que se note muito a sua inconsequência e na Iniciativa Liberal fala-se para uma sociedade que não quer a Situação, mas continua a ser um nicho que também não sabe como "sair da Situação".
Quanto tempo vai durar este bloqueio social que desemboca no actual bloqueio político?
Não faço ideia, não tenho ideias de como se poderia aumentar a velocidade de saída da situação e nem sequer vale a pena contar com o jornalismo, desesperadamente assustado com a perda de emprego, influência e investimento no seu próprio sector.
O politburo do PS a que chamamos governo, aplaudido pelos rolhas que há anos defendem todas as direcções do partido, seja qual for a sua situação, podem estar tranquilos por muitos anos, parece-me (a esperança é apenas teórica: o futuro nunca é aquilo que hoje pensamos que venha a ser).
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