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A República em roda livre

por João-Afonso Machado, em 26.07.15

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Celorico de Basto é uma terrinha sossegada, um lugar próximo do Céu, onde por isso fazem mais ruído as pilhérias do Mafarrico. Como, por exemplo, esta última - desabou o tecto da Conservatória do Registo Civil; em cima da cabeça dos funcionários, uma das quais seguiu dali para o hospital.

Ora estes acidentes não acontecem por acaso, nem inopinadamente. As responsabilidades têm de ser encontradas no horizonte mais alargado do Regime inteiro, a largar lascas por toda a parte.

Guardadas as devidas distâncias, ocorre-me, a propósito, aquele episódio narrado por Costa Brochado (in Para a História de um Regime) sobre uma visita do Presidente da República ao Brasil, em 1921: viajou, não em um navio da Armada, mas «num paquete mercante, que parou algumas vezes no caminho por falta de carvão, rebentamento das caldeiras, etc». Isto porque, segundo o próprio Ministro da Marinha de então, não havia «um navio capaz de dar um tiro», sobrando, no entanto «vinte e três almirantes», espécie hierárquica inexistente quando a Monarquia caiu.

Além da pronta recuperação da senhora funcionária atingida por mais uns bocados da República, ficam os votos de um tanto quanto possivel tranquilo desempenho dos seus colegas. Será necessário escorar os tectos da repartição e evitar a permanência de vibrações mais maçadoras e impertinentes. E, já agora, ler (ou reler) os profetas. Um dia virá... Para já aguardemos uma provável IV República, sem «ética» mas com a justiça possivel. De que modo chegará ela? Durante o sono dos parlamentares? Pelas armas, cumprindo a tradição das antecessoras?

O Regime está cheio de traumas e traumatizados mas, com boa disposição, é sempre caricato. E imprevisivel.

 

 



4 comentários

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De A.M.C. a 26.07.2015 às 22:19

A I República atingiu os paradoxos do delírio. Ainda assim, esta nem tanto.
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De Viv'á república a 27.07.2015 às 18:29

23 almirantes e 0 navios é uma grande gamela!
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De Anónimo a 27.07.2015 às 23:18

mais Almirantes do que navios. (http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181&contentid=CB7ECAE1-024A-456F-AA0E-CFE31232227C)

Vejam-se as seguintes pensões em Abril de 2012:
VICE-ALMIRANTE  € 4 892,95 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/03/049000000/0863508654.pdf)
VICE-ALMIRANTE  € 4 550,99 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/03/049000000/0863508654.pdf)

E estas de Maio de 2012:
ALMIRANTE                    € 5 440,78 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/04/071000000/1268012700.pdf)
VICE -ALMIRANTE        € 4 550,99 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/04/071000000/1268012700.pdf)
CONTRA -ALMIRANTE € 4 470,21 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/04/071000000/1268012700.pdf)

Em Julho  2012
CONTRA-ALMIRANTE   € 4 050,50 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/06/111000000/2072420745.pdf)

Em Agosto  2012
VICE -ALMIRANTE  € 4 550,99 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/07/130000000/2385523878.pdf)

Em Setembro  2012
VICE-ALMIRANTE         € 4 550,99 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/08/153000000/2778427806.pdf)
CONTRA-ALMIRANTE  € 4 567,73 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/08/153000000/2778427806.pdf)
CONTRA-ALMIRANTE  € 4 050,50 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/08/153000000/2778427806.pdf)
VICE-ALMIRANTE         € 4 550,99 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/08/153000000/2778427806.pdf)
CONTRA-ALMIRANTE  € 4 050,50 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/08/153000000/2778427806.pdf)
CONTRA-ALMIRANTE  € 4 050,50 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/08/153000000/2778427806.pdf)

Em Outubro 2012
CONTRA -ALMIRANTE  € 4 050,50 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/09/172000000/3069630716.pdf)
VICE -ALMIRANTE         € 4 927,91 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/09/172000000/3069630716.pdf)
CONTRA -ALMIRANTE  € 4 050,50 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/09/172000000/3069630716.pdf)
VICE -ALMIRANTE         € 4 970,71 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/09/172000000/3069630716.pdf)
ALMIRANTE                    € 4 584,57 (http://dre.pt/pdf2sdip/2012/09/172000000/3069630716.pdf)

Só em 2012 foram 18 almirantes que passaram à reserva. E a pergunta que se impõe é o que é que eles fizeram de tão importante para o País durante os 30 e poucos anos que por lá andaram para merecerem vencimentos desta ordem de grandeza. Qualquer Povo precisa de ter os seus militares. Mas de forma adequada e proporcionada às necessidades. Um Povo não pode andar a ser explorado por uma classe profissional, qualquer que ela seja.
Apenas transcrevi a classe de almirantes. Mas veja-se a quantidade de "capitães de mar-e-guerra" (correspondem à patente de coronel no Exército) e às pensões de  € 3.500. 
Falar da "dignidade da condição militar", como têm reclamado os sindicalistas militares,  implica, em primeiro lugar, respeitar  e não explorar o Povo que os sustenta."
Sem imagem de perfil

De anónimo a 27.07.2015 às 23:19

"(...) O embaixador dos Estados Unidos em Lisboa descreveu as razões para que Portugal tenha comprado submarinos e tenha 39 caças de combate.

A diplomacia norte-americana escreve (...) que o ministério da Defesa compra armamento por uma questão do orgulho e não importa se é útil ou não.

Num telegrama enviado a 5 de Março de 2009, o então embaixador Thomas Stephenson escreve ainda que Portugal gasta dinheiro em submarinos que devia usar em outras áreas em falta como navios para patrulhar a costa.

(...) classifica ainda Portugal como um país de generais "sentados": que tem mais generais e almirantes por soldado que quase todas as outras forças armadas modernas." notícia SIC

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