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A redacção do Observador e a epidemia

por henrique pereira dos santos, em 10.08.20

A redacção do Observador - a parte da opinião é bastante mais diversa e equilibrada - calculo que seja uma redacção clássica, com forte preponderância do viés comum no jornalismo português.

No que diz respeito à epidemia, no entanto, ultrapassa largamente o admissível e parece um grupo de sectários a defender a sua dama, sem qualquer respeito por princípios e regras mínimas da profissão.

Tomemos um exemplo que é isso mesmo, um mero exemplo.

"Em Espanha, ... Era como se a Covid-19 tivesse dado tréguas a um país que chegou a lamentar a morte de quase mil pessoas num só dia. Mas não deu. A partir de meados do mês passado vieram os ‘brotes’, com vários surtos em diversas regiões no país, e o número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus voltou a subir para os quatro dígitos. As mortes continuaram por muito tempo a roçar o zero ... mas só na terça-feira foram registadas 26 vítimas num só dia. O fantasma da segunda vaga parecia ter chegado. E a Covid-19 ameaçava novamente com força os nossos vizinhos do lado."

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Realmente, olhando para a média de sete dias, embora estejamos a falar de valores que são um terço dos de Março, ainda assim estamos a falar de dois mil e quinhentos casos, ou seja, no artigo em questão, a covid 19 ameaça em força Espanha.

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Mas olhando para a média dos sete dias de mortes, que mede melhor o real impacto da epidemia, verificamos que a jornalista resolveu escolher um dia não representativo, dramatiza a informação com "só na terça-feira foram registadas 26 vítimas num só dia", omite que se trata de um valor excepcional que fez elevar a média de sete dias dos dois ou três mortos anteriores para seis a oito, média essa que deve ser comparada com as cerca de 850 mortes diárias do princípio de Abril e esquece-se de dizer os cerca de 30% de casos actuais em relação ao pico correspondem a menos de 1% das mortes actuais face ao pico, ou seja, afinal a covid 19 até pode ameaçar de novo Espanha, mas seguramente não em força, como pretende a jornalista.

Toda a peça vai no mesmo sentido: "Não são caso único. Do outro lado do mundo, na Austrália, após um outono controlado, os números dispararam em flecha".

Tem razão, o número de casos na Austrália sobe em flecha (como é normal ao comparar o Inverno actual com o Verão de Março/ Abril de uma doença respiratória).

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Já têm 500 casos diários e morrem menos de 15 pessoas por dia, um verdadeiro drama. Acho eu, claro, que como não tenho termo de comparação com o que são os números de mortes diárias na Austrália, e qual a dimensão da mortalidade excessiva atribuída à gripe todos os anos, não tenho qualquer base para saber se realmente é um drama ou não, mas não é o Observador que me vai dar indicações nesse sentido, informação para quê quando se pode ter drama e emoção, embrulhados na boa intenção de sermos todos partes essenciais do controlo de uma epidemia?

"França e Países Baixos veem-se com um gráfico em subida contínua e admitem também a existência da segunda vaga".

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Pois é, falar do aumento de casos sem explicar que a esse aumento de casos não corresponde um aumento de mortalidade (nem de cuidados de saúde relevantes), e que os números da mortalidade em França estão abaixo de dez e nos Países Baixos quase em zero, serve exactamente para quê?

Manuel Carmo Gomes explica, na mesma peça, para que serve:

"Mas algo de fundamentalmente diferente vai ocorrer já no próximo mês: o regresso às aulas presenciais, recorda Manuel Carmo Gomes. As crianças vão voltar às escolas, os pais regressam ao trabalho no lugar habitual, o frio do outono levará mais gente para dentro de espaços mal ventilados e, de um momento para o outro, o país entra no verdadeiro desconfinamento ... Mas ninguém pode prever a dimensão dessa onda: depende do número de testes, da capacidade de resposta do sistema de saúde, das medidas de contenção exigidas pelas autoridades e do grau de respeito da população por elas. No Japão, por exemplo, um país que controlou bem a primeira fase a epidemia, as medidas de contenção foram levantadas tão repentinamente que o número de casos disparou".  

Tem razão Senhor Professor, o número de caso actual no Japão é o triplo dos que existiam lá para Março/ Abril.

Sem Título casos.jpg

Mas talvez fosse razoável olhar para a mortalidade para ser perceber quais são as consequências deste aumento que tanto o assusta, Professor.

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Olha, olha, três vezes mais casos, uma coisa que parece assustadora, mas afinal das mais ou menos vinte mortes diárias de Março/ Abril, passámos para umas quatro agora. Sendo assim, qual é mesmo o seu problema, Professor?

Eu sei, Senhor Professor, eu sei qual é o seu problema, é o mesmo dos editores da revista que recusaram um artigo de Gabriela Gomes: "Given the implications for public health, it is appropriate to hold claims around the herd immunity threshold to a very high evidence bar, as these would be interpreted to justify relaxation of interventions, potentially placing people at risk."

Legitimamente, o Professor está convencido de que a epidemia responde essencialmente aos contactos humanos e não à sua dinâmica interna. É uma posição legítima e, na verdade, uma das hipóteses mais frequentes nos meios científicos, apesar da evidência empírica associada a esta ideia não ser sólida.

E a redacção do Observador também está absolutamente convencida disso.

Só que recusar as hipóteses alternativas de explicação para a dinâmica da epidemia já não é ciência, é apenas opinião política e é absolutamente ilegítimo sugerir que a abertura das escolas vai causar grandes problemas omitindo a parte da informação existente que levanta dúvidas sobre as suas ideias.

Isso não é nem ciência, nem legítimo.

E a redacção do Observador continuar nesta campanha absurda para a imposição de um pensamento único não é só ilegítimo.

Muito mais para perigoso para um jornal, é mesmo mau jornalismo, transformado em campanha política com base em processos de produção de material jornalístico assentes no desprezo por regras básicas do jornalismo.

Quando precisaram dos leitores, os leitores corresponderam, mas de cada vez que decidem publicar peças destas (e fazem-no todos os dias, várias vezes ao dia), é a base de confiança da vossa relação com os leitores que estão a minar.

E é pena.

 


22 comentários

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De pitosga a 10.08.2020 às 13:19


Só para 'aperitivo': no meu browser o link que eu criei é Observ á Dor. Aqui entre nós são uma cambada de esquerdalhos que nem escrever sabem — em Português ou Inglês...

Abraço
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De pitosga a 10.08.2020 às 13:42


Que há gente estúpida e ignorante — venha o diabo e que escolha — já sabemos.
Eu penso este país conta com uns 4/5 [80%] da 'malta'. Depois, quando a aldrabice entra, tudo fica pior.
A 'tragédia', o 'drama' e o 'horror' foram apanágio de um idiota árabe de seu nome Albarran.
Já agora, a Holanda deixou de exigir máscara em qualquer local público; só nos blocos operatórios.
O dito sr prof é uma figura típica de quem tem cu tem medo. E assim se descredibiliza a ciência.
Para mim as profissões reles nestes tempos são: Cientista, Especialista, Investigador, Operacional, Assistente.

Abraço, mandando o observ-à-cor às malvas.
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De Susana V a 10.08.2020 às 14:28

Verdade. O Observador só vale pela opinião. 
Não sei se a falta de qualidade das notícias não estará relacionada com a idade média dos jornalistas. São no geral miúdos ainda muito verdes... 
MAs que é irritante, é. Sobretudo para quem é assinante. 
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De Carlos Sousa a 10.08.2020 às 15:15

Infelizmente não é só o observador a fazer eco desta alienação de massas mas toda a comunicação social. Felizmente existe a Internet  e com ela a possibilidade de tentar desmistificar qualquer paranóia, mesmo que mundial,  como se pode constatar através deste artigo da estudosnacionais.com.

Cento e quarenta médicos espanhóis denunciam um possível desastre mundial provocado por autoridades

No passado domingo (dia 02), a Associação dos Médicos pela Verdade (AMV) questionou, publicamente, a versão oficial do Coronavírus veiculada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo  a publicação na Estudos Nacionais.Com (https://www.estudosnacionais.com/27490/medicos-da-espanha-denunciam-possivel-fraude-mundial-e-questionam-pandemia/), os médicos reuniram-se no Palacio de La Prensa, em Madrid, com mais de quatrocentos profissionais da área médica.

Heiko Schöning, representante da Comissão na Alemanha, mencionou a existência de um relatório oficial do Ministério do Interior do governo alemão, indicando que o risco da pandemia foi superestimado e provavelmente o perigo representado pelo vírus chinês foi além do nível normal, encerrando com uma revisão de 04 pontos fundamentais das investigações das autoridades pela Associação de Médicos pela Verdade - lê-se na notícia da Estudos Nacionais.Com (https://www.estudosnacionais.com/27490/medicos-da-espanha-denunciam-possivel-fraude-mundial-e-questionam-pandemia/).

No Brasil, outros pesquisadores de renome já alertavam para algo estranho na pandemia, entre os quais, o professor Marcelo Hermes de Lima.

Na sequência, as conclusões que foram destacadas são estas:

1 – Máscaras não são recomendadas.

2 – O confinamento de pessoas saudáveis ​​não é recomendado.

3 – Os testes não são confiáveis, portanto, nem as estatísticas de infectados.

4 – O número de mortes também não é confiável porque, embora os pacientes tenham coronavírus, eles geralmente morrem por outras patologias.”

 

São 34 as conclusões e todas apontam no sentido de desmistificar esta pseudo pandemia, vale a pena ler.

Não sei porque não tem mais divulgação. Espero que o tempo se encarregue de repor a verdade 

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De Anónimo a 11.08.2020 às 09:58

Um pouco estranho de facto. 


https://expresso.pt/coronavirus/2020-06-05-Revelados-emails-internos-da-Comunidade-de-Madrid-que-alertavam-para-mortes-em-condicoes-indignas-em-lares-de-idosos (https://expresso.pt/coronavirus/2020-06-05-Revelados-emails-internos-da-Comunidade-de-Madrid-que-alertavam-para-mortes-em-condicoes-indignas-em-lares-de-idosos)



Quando se lê, não se consegue deixar de pensar em formas de eugenia encapotada (alegadamente, é claro).
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De Carlos Sousa a 11.08.2020 às 12:03

Se formos à história a eugenia nazista teve inicio precisamente numa crise económica. 
Se não conseguirmos travar este tipo de manipulação de massas, pode crer que para lá caminhamos.
A alienação é geral, veja a loucura nos centros comerciais, vai a dez lojas e nas dez lojas tem de desinfectar as mãos, faz sentido?
E as máscaras? Ao fim dum certo tempo o contacto da máscara na pele provoca o aparecimento de micro-organismos,tipo fungos e bactérias, causado única e simplesmente pela humidade da respiração, faz sentido?
A minha esperança é que apareça outra loucura pandémica que ataque os desinfectadinhos caseiros para ver se isto volta à normalidade. 
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De Anónimo a 10.08.2020 às 20:49

O sr. arquiteto Henrique Pereira dos Santos escreveu este texto tão comprido sem máscara? É o que eu digo. Daqui a nada não temos ninguém que escreva sobre estas coisas!
Era de lembrar a multazinha para quem não se habituasse a usar a máscara ! Isso sim. Mas neste país é uma balda! O sr Presidente bem dá o exemplo, mas ninguém está para isso... - Falta de respeito...
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De Anónimo a 11.08.2020 às 20:08


Henrique Pereira dos Santos,
não lhe escrevi acerca dos idiotas inúteis? Eis mais um [anónimo], às 20:49
Abraço
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De Anónimo a 11.08.2020 às 09:23


Um exemplo de jornalismo livre e independente: o editorial do El País, jornal  que, apesar de afeto ao psoe, não se coibiu de cumprir a sua missão, com críticas severas ao governo de PSanchez  apontando os erros de má gestão da pandemia. 


https://elpais.com/opinion/2020-08-08/la-segunda-ola.html (https://elpais.com/opinion/2020-08-08/la-segunda-ola.html)
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De Anónimo a 12.08.2020 às 13:21

boa tarde,
passa-se alguma coisa com a sua página no facebook???
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De henrique pereira dos santos a 12.08.2020 às 14:57

Não, de vez em quando desactivo a conta
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De Anónimo a 14.08.2020 às 14:01

ok.
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De Joao S. a 12.08.2020 às 15:54

Henrique,  Como é ...?  vai apagar o post ou depois dos numeros que sairam no dia seguinte ainda vai manter este post mentiroso ?   Diga-nos la onde em Espanha 3700 é 1/3  de 7800 em Março/Abril.    É que o HPS fala em 2500......  ainda gostava de saber onde foi buscar esse numero.  
Mas ha mais.... escreveu isto no dia 10..... onde criticava que a jornalista fez drama ao ter apontado 26 mortos "excepcionais"  em a 4 de Agosto.... pois mas nesse mesmo dia 10... houve 74 mortos.  Ainda lhe chama excepcionais ?  Era preciso ser muito crente para ver os positivos a crescerem e achar que no pasa nada.   É no que dá a pressa nao é ?  Mas nao apague. Deixe aqui ficar o post.... para se Espanha tiver a infelicidade de ter ainda mais mortes isto ficar aqui para a posteridade.... professor Henrique.   Eu sei que nao vai publicar este comentario, a sua integridade nao é dessas.  Mas pelo menos ficou a saber que nao anda tudo a dormir
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De henrique pereira dos santos a 12.08.2020 às 17:49

Tenho muito pouca paciência para responder a quem entra de chancas, mas uso médias a sete dias exactamente para evitar números excepcionais, e os 74 aparecem num dia, mas dizem respeito à semana toda, é um bocado estúpido dizer que só nesse dia morreram 74 pessoas, a média subiu para menos de 15 pessoas por dia.
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De henrique pereira dos santos a 12.08.2020 às 17:50

Já agora, que Espanha vai ter mais mortos é uma evidência. De covid e de outras coisas
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De henrique pereira dos santos a 12.08.2020 às 22:00

Por acaso passei uma vista de olhos nos números e a média a sete dias é mais perto do valor que refere que daquele que refiro no post.
Provavelmente fiz o que faço frequentemente, usei um valor menos favorável à minha tese, se tivesse dito que metade dos casos, em vez do um terço que usei, dão origem a 1% das mortes estaria a reforçar o meu argumento, e não a diminuí-lo
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De Joao S. a 17.08.2020 às 12:11

Ah ok... metade em vez de 1/3 dá-lhe mais razao ainda. Esta certo.  Aquelas das medias de 7 dias.. foi mesmo boa.  Dica : Tem que comer muita mas muitas chanfana para me enganar nos numeros.  Continue a tentar.  Eu tirei printscreen ao seu post todo.  Vamos aguardar.   (sim.. ja sei que vai dizer que as mortes se subirem sao de outras coisas.  Ha sempr euma resposta.  Parece mesmo o seu pupilo.  O castelo de cartas esta a ruir)
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De henrique pereira dos santos a 17.08.2020 às 17:21

Se o meu argumento é que a subida de casos não tem uma tradução directa no na mortalidade, dizendo que um terço dos casos deu origem a 1% das mortes, é evidente que se não é um terço, mas metade, o argumento fica reforçado.
O que não entendo é por que razão perde tempo comigo se acha que eu sou um mentiroso, argumentando que eu, em determinada altura, não entrei em linha de conta com números que só existiram depois com o único objectivo de o enganar.
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De Samuel B. ilva a 20.08.2020 às 15:41

Henrique... vi agora um comentario na net que me fez lembrar novamente deste seu post.  Podemos falar sobre aqueles 26 mortos excepcionais no dia 4 Agosto ?
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De henrique pereira dos santos a 20.08.2020 às 18:51

Sim, com certeza, qual é a sua questão?
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De Samuel B. ilva a 24.08.2020 às 16:44

Sabe quantas vezes aquele numero se repetiu desde aí ?
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De henrique pereira dos santos a 25.08.2020 às 07:38

Três vezes, houve registos de 26 ou maior. Como em dois desses casos foi muito maior e alguns dos mais pequenos são valores próximos (24, 25) a média de mortos diária, a sete dias, anda pelos 30.
Qual é a sua questão?

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