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Nunca vi “O Preço Certo”. Ao que parece há lá uma, ou umas, assistentes que vestem vestidos curtos para “embelezar a montra”.
Actualmente este comportamento tende a ser socialmente censurado, levando, na maior parte dos casos, à extinção do mesmo. Por exemplo, havia umas miúdas atraentes que acompanhavam os pilotos na grelha de partida, as “pit girls” que deixaram de existir. No concurso de Miss Mundo deixou de existir desfile em fato de banho, como se uma pessoa não visse um concurso desses para ver “aviões”, mas sim para encontrar a companhia certa para discutir Heidegger e Foucault. Existem imensos exemplos que podem ser dados.
Eu não nego que essa exibição, e objectivação, da mulher tenha algo de degradante. No entanto, e entendendo que esta é uma questão que, de todo, não é a preto e branco, eu prefiro que existam algumas situações de “mulher-objecto” do que tal seja banido por completo.
O homem é um ser bio-socio-cultural. A evolução dos tempos levou que muitas das nossas pulsões biológicas fossem “domesticadas” por padrões culturais. Tal não é, necessariamente, mau. Tal permitiu-nos, abandonando a lei da selva, atingir padrões de civilidade que, na maior parte das vezes, significam proteção dos mais fracos. No entanto, a engenharia da criação do homem novo “quimicamente puro”, destituído de qualquer instinto biológico tem tanto de perverso como o de perigoso.
Depois na crítica às “Lenkas” há uma enorme componente moralista. É permitido exibir talentos futebolísticos, musicais ou de cultura geral. Mas tudo o que respeita a exibição (e não tenho receio em utilizar a palavra exibição) do corpo é visto como intrinsecamente mau. As feministas, e outros puritanos, são completamente reféns da cultura judaico-cristã que vê o corpo como a fonte do pecado que conspurca a alma.
Também existe uma componente elitista. Fala-se com desprezo dos velhotes que se babam a ver a Lenka. Nos valores desses críticos uma mulher glamorosa de vestido de noite e stilettos é algo interdito aos sonhos de um modesto reformado que vive nos subúrbios. Para se ter “acesso”, real ou onírico, a uma mulher dessas é necessário vestir Armani e conduzir um Aston Martin.
Conforme referi, acho que este tema é longe de ser simples, há argumentos fortes de ambos os lados. No entanto, de modo global, não tenho dúvidas em dizer que prefiro viver num mundo em que existam Lenkas, do que num mundo de zelotes frustrados acicatando permanentemente os superegos.
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