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"Algumas comparações simples revelam a situação. Desde que o engenheiro Sócrates chegou ao poder, em Março de 2005, até o Lehman Brothers falir em Setembro de 2008, deflagrando a crise internacional, a nossa dívida directa do Estado aumentou em média 18 milhões de euros por dia, todos os dias, incluindo domingos e feriados. Da falência do Lehman Brothers à chegada da troika, em Abril de 2011, acelerou para 40 milhões por dia. Durante o período da troika, de Maio de 2011 a Junho de 2014, no auge da crise, subiu para 50 milhões por dia. A seguir, e até à chegada de António Costa, a dívida regressou ao ritmo de inicial, crescendo 19 milhões por dia. Desde que Costa tomou o poder até ao fim de Setembro, acelerou para 51 milhões por dia; em Outubro houve uma descida e essa média diária caiu, mas ainda para 42 milhões por dia, a segunda taxa mais elevada dos últimos dez anos." (João César das Neves).
Primeiro foram os indicadores de saúde a demonstrar o bom desempenho do Sistema Nacional de Saúde. Bom, não só porque os indicadores de saúde melhoraram, mas bom também porque os resultados foram obtidos com menos recursos.
Depois foram os indicadores da educação que demonstraram o bom desempenho no sector da Educação. Bom, não só porque os resultados foram bons, mas também porque foram obtidos com muito menos recursos.
Ontem foram os indicadores de pobreza a demonstrar uma melhoria em 2015.
Resumindo, o discurso apocalíptico sobre os resultados sociais do programa de ajustamento que a então oposição vendeu, com a colaboração activa de dezenas de jornalistas sensíveis, cheios de boas intenções e grande sensibilidade social, era simplesmente falso.
Não, não se trata de ter agora informação que então se desconhecia, todos estes resultados eram perfeitamente passíveis de ser antecipados e todas as pinturas negras do futuro (a espiral recessiva, o segundo resgate, a devastação social, a degradação dos serviços públicos, o ataque ao estado social, etc.) eram já nessa altura facilmente reconhecidas como pura propaganda, conversa de jacaré p'ra pato.
O parágrafo que cito no início deste post ilustra perfeitamente o que todos sabemos, mas alguns fingem que não sabem: ficamos mais pobres quando aumentamos a dívida, não é quando estamos a pagar dívidas que estamos a ficar mais pobres.
A estratégia de empobrecimento (uma expressão idiota, ninguém tem estratégias de empobrecimento como objectivo) é a que foi aplicada antes do programa de ajustamento e que agora está a ser retomada: aumentar a dívida para pagar consumos e investimentos de baixo retorno.
Que Jerónimo de Sousa ou Catarina Martins passem o tempo na mistificação, eu compreendo, se ficarem pela realidade não passam da meia dúzia de votos.
Mas que a generalidade da imprensa adopte a mistificação como base de trabalho, torturando os dados até que digam o que pretendem é que é não só uma tristeza, que condiciona a qualidade das políticas públicas, como um suicídio profissional que francamente não entendo.
De 2014 a 2015, houve uma redução do risco de pobreza de meio ponto percentual. Meio ponto percentual, sublinho. E mesmo assim, foi necessário o TC ordenar a reposição de alguns rendimentos, medida tão contestada pelo governo, como bem nos lembramos. Nada no quadro que apresentou foi de facto sentido como melhoria (suponho que por falta de sensibilidade da população…) E houve até um aumento, de 2014 para 2015, da população idosa em risco de pobreza. Como se sabe as pessoas votam com a carteira. Supor que a maioria das pessoas votaram na esquerda por causa dos jornais, enfim… Lembra-se o Henrique que o país estava melhor, mas as pessoas ainda não estavam, como disse alguém? Pois é precisamente isso.
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