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A paz, o pão, habitação, saúde, educação

por henrique pereira dos santos, em 15.09.23

Mais ou menos toda a gente (ou seja, os rapazes do meu tempo) conhece a "Liberdade", uma música óptima de Sérgio Godinho de que aqui deixo uma versão muito boa, para quem não conheça.

Lembrei-me desta música quando me passou pelos olhos uma reportagem (agora chamam reportagens a umas peças televisivas em que os jornalistas em vez de investigarem factos, ouvem pessoas acriticamente) em que alguém dizia que a habitação não era uma mercadoria, era um direito fundamental.

A paz é um assunto diferente dos outros, não é uma coisa que dependa da livre troca de bens ou serviços, é uma coisa que apenas depende de nós na precária medida em que nos preparemos para a guerra, como comunidade.

Mas em relação aos outros bens e serviços, o que a música de Sergio Godinho sugere é que a liberdade é dependente da existência desses bens e serviços, uma ideia com uma longa tradição e alguma verdade: ninguém é verdadeiramente livre com fome.

O resto da letra da música (e, já agora, o contexto em que apareceu, no calor do PREC, num disco adequadamente chamado "À queima roupa"), não deixa grande margem para interpretações: a ideia é a de que a liberdade é um bem subordinado à prévia satisfação dos "direitos básicos", para usar a terminologia do senhor que acha que a habitação não é uma mercadoria porque é um direito fundamental.

Há muitas experiências práticas de sociedades que, em determinado momento, consideraram que o pão não era uma mercadoria, mas um direito fundamental, e portanto acharam que a maneira de assegurar esse direito fundamental era retirar o pão da lista das mercadorias, substituindo a livre troca de bens e serviços entre indivíduos (ou seja, o mercado), pela apropriação colectiva dos meios de produção, como instrumento para dar acesso ao pão a toda a gente.

Em todas, rigorosamente todas, essas experiências, as pessoas não ficaram mais livres depois de acederem à paz, ao pão, habitação, saúde e educação, pelo contrário, as pessoas ficaram bem menos livres, incluindo menos livres de procurarem acordos entre si que lhes permitissem o acesso a esses bens e serviços e, de caminho, essa falta de liberdade na procura de acordos de troca que lhes permitissem aceder a esses bens e serviços, conduziu a duas consequências não desejadas: 1) a frequente escassez do acesso a esses bens e serviços; 2) a desigualdade social no acesso a esses bens e serviços.

Ao contrário do que sugere Sérgio Godinho nesta música (não sei o que pensa hoje), não é o acesso à paz, ao pão, habitação, saúde e educação que materializa a liberdade, é a liberdade, como condição prévia, incluindo a liberdade de troca de bens e serviços, que materializa o acesso a esses bens.

É verdade que nas sociedades mais próximas desta opção também existem restrições económicas ao acesso a estes bens e serviços, mas por grupos sociais menores e menos generalizados que nas outras experiências, e também existe desigualdade social no acesso a esses bens e serviços.

Há uma diferença nessa desigualdade social: nas primeiras sociedades essa desigualdade é imposta pela força pelo grupo dominante, o que implica sólidos aparelhos repressivos de protecção dos que acedem ao poder, nas segundas sociedades essa desigualdade é imposta pelas diferenças de acesso a recursos materiais, dispensado os pesados mecanismos repressivos e de restrição de liberdades.

Liberdades essas que são a chave, não para o acesso aos direitos fundamentais, mas para a oportunidade e possibilidade de decidir da minha vida de modo a optimizar o meu acesso aos direitos fundamentais.

Os resultados são conhecidos e sistematicamente os mesmos quando a opção é uma e outra: o acesso aos direitos fundamentais é incomparavelmente mais justo e eficiente quando os bens e serviços que os materializam são tratados como aquilo que são, mercadorias.


24 comentários

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De urinator a 15.09.2023 às 09:34

« Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser humano, autonomia, auto-determinação, espontaneidade e intencionalidade»
godinho está noutra onda
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De balio a 15.09.2023 às 10:14


O problema é que as casas, além de serem mercadorias, também são produtos de aforro, ou seja, reservas de valor.
Ou seja, não são como o pão, que é uma mercadoria perecível, cuja única utilidade é ser consumido para matar a fome, e isto mais cedo do que tarde. As casas não servem somente para serem trocadas como mercadoria, com o fim de serem "consumidas", isto é, habitadas. Elas servem também para permanecerem inabitadas, por meses ou anos ou até decénios, como reserva de valor para o seu proprietário. Ou como "casas de férias".
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De JPT a 15.09.2023 às 18:43

Em primeiro lugar, isso não é um problema: casas vazias em condições de ser utilizadas em locais onde há procura são como os unicórnios, não existem. Em segundo lugar, isso é um disparate: Como sabe que as tem, "casas vazias" são uma fonte de colossais despesas de manutenção, ou, em alternativa, rapidamente se degradam, pelo que só tem casas vazias quem não as pode utilizar para pagar essas despesas, designadamente, porque não tem capital para as recuperar e colocar no mercado, ou porque não está para se sujeitar às leis do arrendamento, que podem levar o senhorio a ficar sem casa e sem renda - e não estão sujeitas aos princípios da Constituição, seja o da igualdade, seja o da tutela efectiva dos direitos, seja o da famosa tutela da confiança que serviu para assegurar os vencimento dos senhores juízes do TC e demais funcionários públicos, mas não serve para acautelar as condições acordadas em contratos escritos (por exemplo o prazo mínimo dos contratos, a oposição à renovação e o valor das actualizações da renda, todos alterados a favor do inquilino por lei aplicável aos contratos em vigor). 
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De balio a 16.09.2023 às 17:51

Eu  conheço três pessoas diferentes que, cada uma delas, tem uma casa em Lisboa e uma na linha de Cascais. Todas as três pessoas habitam uma das casas e têm a outra utilizável, mas praticamente sempre desocupada.
Há também diversos lisboetas que têm casa de férias na Costa da Caparica.
Basta dar uma volta por Lisboa à noite para ver montes de casas sem luz. Algumas estarão habitadas, mas muitas não estão.
Essa afirmação de que não há casas habitáveis mas desabitadas nas zonas urbanas não tem pés nem cabeça.
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De Anonimo a 15.09.2023 às 10:28


O problema é quando a liberdade é restringida.
Eu quero ter a liberdade de ir para o hospital que quiser, para a escola que quiser, mas fico sempre restringido pelo dinheiro que tenho na carteira e pelo preço das opções.
Em teoria, todos somos livres de comprar um Ferrari. Só não anda montado num cavalinho rampante quem não quer
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De henrique pereira dos santos a 15.09.2023 às 10:35

Não é em teoria, enquanto houver fabricantes que queiram fabricar ferraris, e tenham liberdade para o fazer, eu tenho a liberdade para comprar um Ferrari.
Sim, essa liberdade é restringida pela minha capacidade para pagar essa opção, e o post é sobre a melhor forma de que lidar com essa restrição.
Há os que acham que se se limitar a liberdade da Ferrari construir ferraris e a liberdade dos que podem comprar ferraris, isso aumenta a minha capacidade para comprar um Dacia ou para me deslocar de um sítio para outro quando quiser, tendo alguém a atribuir-me os recursos para as necessidades que eles acham que que eu tenho.
E há os que acham que eu ter a liberdade de abdicar disto para ter recursos para aquilo resolve melhor os meus problemas, mesmo não me permitindo ter um Ferrari.
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De Anonimo a 15.09.2023 às 14:07

Claro. Todos somos livres de entrar no stand. Tal como em qualquer hospital. E eles são livres de nos mostrarem a porta da rua porque não podemos pagar. Liberdade para todos.
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De henrique pereira dos santos a 15.09.2023 às 15:21

Parece um sistema melhor que aqueles em que a minha entrada ou não no stand, ou no hospital, decorre da vontade do tipo que tem as armas na mão.
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De Anonimo a 15.09.2023 às 20:10

São as únicas opções? Então pouco há a argumentar.


Nos USA a saúde liberalizada é um modelo de sucesso. Era importar, já. Ou pagas  ou ficas à porta.
De barriguinha cheia é fácil pregar
(falo eu, que vivo em maior parte do Seguro Privado, mas sei reconhecer que sem SNS já tinha falido)
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De henrique pereira dos santos a 16.09.2023 às 09:02

Nos EUA o que é liberalizado são os cuidados veterinários, não é a saúde, que é pesadamente regulamentada, como em qualquer outro país desenvolvido.
É regulamentado de forma diferente da de outros países, mas o suficiente para ser mentira que a alguém sejam recusados cuidados de saúde urgentes por falta de condições de pagamento.
Comparando com outros países (há várias fontes que produzem esse tipo de comparações e são facilmente acessíveis, embora sejam sempre comparações difíceis de fazer) o que se pode dizer é que o sistema americano é mais caro, tem um problema sério de acesso aos cuidados de saúde por parte de quase um quinto da população, é mais inovador e criativo (tem mais patentes de medicamentos, equipamentos e processos que qualquer outro no mundo), tem maior grau de satisfação dos doentes que acedem aos cuidados de saúde, quer do ponto de vista dos tempos de espera, quer do ponto de vista da qualidade médica e global.
Já agora, uma das razões pelas quais o sistema é mais caro, é porque paga substancialmente melhor aos profissionais de saúde que o resto do mundo.
Os americanos de classe média pagam 15% de impostos sobre rendimentos, nós pagamos cerca de 30%, e boa parte da diferença é para financiar o sistema de saúde, que é bastante ineficiente.
Resumindo, o que tem isso com o post?
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De Anonimo a 16.09.2023 às 11:34

Paga melhor? Esses números vêem de onde?
Nao serão em número absoluto, pois nesse caso um trabalhador do Starbucks recebe bem mais que a maior parte dos portugueses...
E esses 15% aparecem de onde? Será acima de 20%, não esquecendo que o irs deles varia entre estados.
A saúde nos USA é um negócio, e pouco regulado (engraçado como muita regulaçãoapareceu por influênciadas grandes empresas, e agora é o oposto). Tem acesso a franja de pobres, e quem consegue um seguro de saúde. Basicamente o que se preconiza para Portugal, um sns para os miseráveis (que votarão na maralha, para não perderem o pouco que têm) e quem tem dinheiro que se arranje no privado (que por razões económicas existe nos grandes centros... nenhuma cuf se vai estabelecer nas raias). O resto... bem, o resto tem liberdade de se ir embora para países que nao sejam ou xuxalistas, ou neoliberais.


Essa teoria do sns funcionar mal é tão tuga, e tão ps. Funciona mal... fecha-se. Claro que se podia pôr a funcionar bem, sns, Educação, sef, o que for, mas é mais fácil desistir.
Também porque se calhar não precisam... sim, porque os Soares e Alegres defendem o sns, mas quando a coisa aperta, vão à Luz.
Também aqui se vê o quão solidários somos enquanto povo. Não nos toca, siga a festa.
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De henrique pereira dos santos a 16.09.2023 às 11:50

Que paga melhor, comparativamente, é das poucas coisas em que todos os estudos coincidem, pode começar por aqui, mas procure o tempo de quiser, pelas categorias profissionais que quiser, e vai ver resultados semelhantes em todo o lado
10 Highest-Paying Countries For Doctors | Medvocation
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De Anónimo a 16.09.2023 às 11:59

Como não há nenhum sistema que garanta Ferraris para todos, Isto é um comentário para descarrilar a dis


O que é interessa é saber a melhor forma de, na prática, proporcionar a melhor qualidade de vida ao maior número possível de pessoas. Na prática e não na teoria, em que há SNS para todos mas só lá vai quem não tem alternativa, ou em que a comida é para todos mas as prateleiras estão vazias...
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De henrique pereira dos santos a 16.09.2023 às 13:15

Nem sequer é líquido que toda a gente prefira um Ferrari a um Dacia que sirva melhor os seus objectivos
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De Anónimo a 15.09.2023 às 11:47

Sei o que pensa hoje sobre a descolonização o revolucionário Fausto (Bordalo Dias) também ele um excelente cantor angolano de intervenção. No programa da RTP "Primeira Pessoa", entrevistado pela Fátima Campos Ferreira, confessou que tinha de admitir que os africanos eram mais felizes durante o tempo colonial.

 Mas tal como o HPS também não sei o que pensa hoje  o Sérgio Godinho sobre uma letra que escreveu em defesa da auto-determinação dos povos colonizados:

«Independência
 Independência
A África é dos africanos»

O verso " A África é dos africanos", numa interpretação enviesada e maliciosa, corresponderia claramente a um incentivo para que os africanos permanecessem em África, onde devem ficar a ocupar as suas terras... africanas! Assim sendo, por ironia do destino, a mesma ideia de "pertença" a uma terra, não anda muito longe daquele convite xenófobo e racista "vai para a tua terra".



Mas é uma questão de se clarificar junto do Sérgio Godinho (e dos africanos) o que  pensa hoje desta letra... e que correlação estabelece entre a pobreza extrema desse Continente riquíssimo e a actual migração e êxodo dos povos africanos entretanto já "descolonizados" há décadas.


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De balio a 15.09.2023 às 14:48


os africanos eram mais felizes durante o tempo colonial


Pois seriam, mas nesse tempo eles eram muito menos do que agora.


Angola am 1960 tinha cinco milhões de habitantes. Atualmente tem trinta milhões. (Números arredondados e bastante imprecisos.)


É difícil, num país que multiplica por seis a sua população num período de 60 anos, manter essa população com o mesmo nível de felicidade.


A África tem estado a ter (agora já está a abrandar, na maior parte dos países africanos) um aumento populacional como nunca houve anteriormente em nenhuma outra zona na história da Humanidade. É natural que, com tal aumento, haja muitas situações menos felizes.
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De Anónimo a 16.09.2023 às 11:20

 Não sei se entendi bem as suas conclusões, pareceram-me incompletas.
O Balio diz que o grau de "felicidade" / "infelecidade".dos angolanos, ao longo do tempo _ concretamente desde a década de 60_ dependeu do seu maior ou menor número populacional. E a seguir, num momento "eureka!", avançou com a teoria de que o nível de felicidade/satisfação da população angolana era mais elevado na década de 60 porque eles eram em menor número  e, por oposição, o sentimento de felicidade/satisfação diminuía à medida que a população aumentava exponencialmente e por isso tornou-se difícil  manter os mesmos níveis de sentimento de felicidade e de satisfação de outro tempos. (Espero estar a interpretá-lo correctamente.)


Não ponho isto em causa, mas ficou-me uma ideia no ar a "bailar"...
(Por isso afirmei no início que não tinha entendido muito bem as suas conclusões e considerei-as incompletas face ao que expôs.) 
Se não veja: faz algum sentido que __ naquele contexto, no meio de um povo em paz, feliz e satisfeito __ tenha coincidido temporalmente com o surgimento dos Movimentos de Libertação? Curioso que não tenha introduzido esse tema tão a propósito e pensado na falta de lógica do desencadear dessas organizações e não tenha feito algumas considerações sobre o seu aparecimento, naquele preciso momento, pois nada o faria supor e aparentemente parece não ter havido "causas", não acha? E não  pode invocar que o povo vivia insatisfeito ou infeliz...  
Muito curioso que, conhecendo a História, o pensamento e a ideologia política  dominante em meados do séc.XX  e que se propagou pelo Ocidente e sobretudo pela Europa  (onde estavam os nossos exilados) e não se tenha interrogado que talvez...esses  movimentos introduzidos em África  tenham  sido exógenos. Por conseguinte, as causas eram  "externas", alheias à população, uma espécie de fabricação proveniente do exterior... 

Sabe bem onde quero chegar... Tal como acontece no mundo das plantas, onde há algumas que não crescem no centro da haste, mas na circunferência... 
Havia um vento que soprava, vindo doutras paragens. Tal como hoje, os activismos e activistas  daquela época, com as suas agendas importadas, todos tentando surfar a onda do momento ...  São assim todos os ventos da moda. É assim o ar do tempo.  Às vezes sopram ventanias com uma intensidade tal, que devastam e levam tudo à frente. Quase sempre alguém fica pelo caminho e o sonho (se houve), por cumprir. 
Mas era tudo pelo progresso dos povos.


Não há nenhuma novidade nisto. Tem paralelismo com o presente: está lá tudo, de novo. Hoje só mudam as "causas" e o cenário, mas repete-se o mesmo fenómeno  das modas "importadas" a que os activistas  deste tempo aderem. Como outrora, absorvem o que está a dar (lá "fora") e adaptam (à força) a uma realidade inexistente. Hoje são os "-fobismos" imaginários que depois incorporam na sociedade, com os seus ruidosos e bem orquestrados "Movimentos de (outras )Libertações", onde também não faltam as perseguições e as punições. 
Mas é  tudo pelo progresso dos povos. 



Sabemos como tudo começa, o que nunca se sabe é como acaba a História. Julgo que é isso que o Fausto vem dizer...
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De O apartidário a 16.09.2023 às 13:06

"Por conseguinte, as causas eram  "externas", alheias à população, uma espécie de fabricação proveniente do exterior... "  ----------- Sem dúvida. Sugiro o blog portugalnonevoeiro jo blogspot onde podem encontrar (entre outros) o post Portugal Traído. 
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De O apartidário a 16.09.2023 às 13:09

Obviamente portugalnonevoeiro no blogspot 
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De Anónimo a 15.09.2023 às 12:04

Aqui está a referida entrevista a Fausto Bordalo Dias no programa "Primeira Pessoa" e uma extraordinária lição da grandeza da nossa História.
Chamo a atenção para a corajosa afirmação feita ao 26 min: 40 seg.

https://www.rtp.pt/play/p7801/e543401/primeira-pessoa



(em rtp play, Ep.14 em 10/maio/ 2021)
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De henrique pereira dos santos a 15.09.2023 às 12:35

Obrigado pela ligação, que não conhecia e ainda sou ouvi aos tais 26 minutos, sou bem capaz de fazer um post com base nisto (talvez com base no profundo suspiro antes da resposta à pergunta mais directa sobre a felicidade que viveu ou vive por aquelas terras).
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De Anónimo a 15.09.2023 às 15:15

Sou absolutamente fã do Fausto, portanto sou suspeita. Se me permite, sugiro-lhe que procure no youtube o "Fausto ao vivo no CCB"
 É extraordinária a sua interpretação de "Voando por cima das águas" , "Lembra-me um sonho lindo" e todas as outras.
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De JPT a 15.09.2023 às 18:57

Concordo totalmente com o post, excepto com a frase "Há uma diferença nessa desigualdade social: nas primeiras sociedades essa desigualdade é imposta pela força pelo grupo dominante, o que implica sólidos aparelhos repressivos de protecção dos que acedem ao poder, nas segundas sociedades essa desigualdade é imposta pelas diferenças de acesso a recursos materiais, dispensado os pesados mecanismos repressivos e de restrição de liberdades" que, a meu ver, é francamente discutível. No estádio actual das nossas sociedades "livres", os mecanismos repressivos e de restrição das liberdades impostos pelo grupo dominantes serão menos visíveis, mas são porventura mais pesados, e certamente mais insidiosos e eficazes. E dispenso-me de dar exemplos (é só ver os noticiários da noite, idealmente, de seguida, e ler o que o autor deste post escreveu nos anos de 2020 e 2021). Não sugiro que haja melhor alternativa (v.g. a demagogia descabelada, tipo Trump, Bolsonaro, ou Milei), mas as coisas são como são.
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De L a 15.09.2023 às 19:28

Muito bom. Vou levar

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