Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




A paz no mundo

por João Távora, em 17.11.23

hippies.jpg

Por estes dias ouve-se falar muito de paz, da necessidade de paz, do fim das injustiças e da guerra, e eu reconheço que esse é um debate muito estimulante. O problema é que implementá-la à força constituiria sempre uma extrema violência, uma guerra ainda mais atroz. Quase que me envergonho de afirmar que a paz entre os homens é contra-natura. Eu cresci no meio de cinco irmãos, quase com a mesma idade, e sei do que falo. Lembro-me de como o sistema repressivo implementado pelos meus pais nem sempre funcionava como o de um colégio modelar, e que entre nós às vezes armávamos umas guerras intestinas tão acirradas que chegávamos a “vias de facto” – é inerente à espécie humana a competitividade, a luta pelo poder, já para não falar de sentimentos obscuros e outras motivações muito pouco nobres. Além disso a inquietação humana, tanto dá para gestos e criações de grande nobreza como para os mais mesquinhos e destrutivos. Não é invulgar que o excesso de bem-estar em conjugação com o tédio promovam o conflito (a decadência) em todas o género de comunidades. É sabido que quando o ser humano não tem problemas vitais para solucionar inventa-os.

Que a Miss Mundo e poetas entontados pretendam acabar com as guerras é perfeitamente compreensível – até eu se me distrair caio nesse equívoco. Só que eles não entendem que o que desejam é um mundo sem pessoas. Sem pertença familiar, cultural, religiosa, enfim; sem desejo, sem afectos, sem humanidade.  A canção “Imagine” do John Lennon é um logro infantil. Mas não pensem que eu não desejo a paz no Mundo: rezo por ela frequentemente, mas principalmente pela minha paz interior, que também é difícil, mas está mais ao meu alcance. E não precisamos de ir para o Médio Oriente para perceber como é extremamente difícil desmontar os equívocos intrincados e sobrepostos de erros políticos talvez bem-intencionados que ao longo da história cavaram feridas e acicatam ressentimentos, zangas e ódios, por estes dias gravados na pedra. No outro lado de um acto de justiça encontra-se muitas vezes uma brutal injustiça, invisível do ângulo contrário. A história ensina-nos como a arquitectura de uma paz duradoura provém quase sempre duma guerra com um claro derrotado que produza uma narrativa a preto e branco, onde dificilmente cabe um espírito humano, muito menos a história dos povos envolvidos. Depois, a excessiva simplificação de um conflito complexo é a tentação de quem pretende tomar posição nele. Sem o assumirem, os activistas quando reclamam a paz num determinado conflito tomam partido pela capitulação dum dos lados. Vejamos: eu posso em causa própria oferecer a outra face (render-me) para terminar uma determinada contenda que pareça insanável, mas não posso exigir que um terceiro o faça para minha conveniência, ou para conveniência de valores que eu considere superiores.

Assistir a uma guerra é um enorme incómodo para os nossos olhos, é uma aberração para qualquer alma nobre e bem-intencionada. Esfrega-nos na cara como as pulsões de morte convivem dentro de nós, domesticadas e arrumadas numa recôndita prateleira da nossa consciência funcional. Não é difícil, num conflito profissional ou familiar, como os que acontecem aos comuns mortais, adivinhar essa força brutal que habita no fundo de cada um com raízes num indomável instinto de sobrevivência. O melhor mesmo é não submergir nessas águas sombrias.

Só há uma coisa pior que a desconcertante e trágica natureza humana: aqueles que acham possível mudá-la através da lei ou de sistemas políticos. Está mais que provado que a construção de um Homem Novo é um processo por demais sanguinário e violento. O espírito humano não se encaixa dentro dumas talas. Além do mais a verdadeira salvação só será alcançável através de um acto de liberdade – pessoal e intransmissível. Só pretende mudar o mundo quem tem receio de se mudar a si próprio.

Publicado também no Observador


33 comentários

Sem imagem de perfil

De lucklucky a 17.11.2023 às 16:58

A União Soviética também pedia paz em 1940 depois de ter abocanhado parte da Polónia e os Bálticos junto com os Nazis e estes a França, etc.

https://en.wikipedia.org/wiki/Songs_for_John_Doe  
Pete Seeger  cunhava música em Maio 1941 onde se pedia a Paz, leia-se proteger ganhos Comunistas e Nazis.


Quando os Nazis atacaram a União Sovietica 1 mês depois o album da Paz foi rapidamente retirado do mercado e lançaram albuns a favor da Guerra.
https://en.wikipedia.org/wiki/Dear_Mr._President_(album)


A maior parte dos que dizem que querem paz, querem na verdade proteger os ganhos ou proteger alguma força militar.
Em Portugal o primeiro partido ecologista. "Os Verdes" também nasceu para a Paz, isto é proteger os mísseis SS-20 da União Soviética apontados entre outros a Portugal.
Sem imagem de perfil

De urinator a 17.11.2023 às 17:18

a ambição não tem limites.
«Pax Romana foi um período de paz e prosperidade que aconteceu de 27 a.C. até 180 d.C. Tinha como objetivo reforçar o poder romano nas províncias dominadas
Sem imagem de perfil

De Cá não há bar a 17.11.2023 às 19:08

O problema maior eram os gauleses(Obelix e Asterix nomeadamente) e depois nos séculos quarto e quinto foi uma barbaridade.
Sem imagem de perfil

De urinator a 17.11.2023 às 20:36

César tornou-se presidente do ps
Sem imagem de perfil

De Cá não há bar a 17.11.2023 às 21:41

É verdade. Então por que razão foi o futuro ex primeiro-ministro (anterior,actual e futuro ex secretário  geral) agradecer a Roma!?
Sem imagem de perfil

De Maria Viegas a 17.11.2023 às 19:05

Quanto mais alargado é o conceito de Paz, mais abstrato ele se torna.
O que é a Paz no Mundo? É tão improvável conseguirmos a paz dentro de nós, como o João tão bem referiu: "Mas não pensem que eu não desejo a paz no Mundo: rezo por ela frequentemente, mas principalmente pela minha paz interior...).
Há uma frase do sociólogo alemão Ulrich Beck que pode ser utilizada em vários contextos: «Pensar globalmente, agir localmente»
Se conseguirmos no nosso microcosmos, fazer dela um objetivo de vida, certamente estaremos a contribuir para um mundo melhor.
Imagem de perfil

De Ricardo A a 18.11.2023 às 08:47

Pensar globalmente e agir localmente já é feito há bastante tempo. 
https://medium.com/@cesarranquetatjr/os-liberais-globalistas-e-agenda-cultural-da-esquerda-115ce0616672 --- Sejamos francos e objetivos: a estratégia diretriz das oligarquias cosmopolitas é disseminar o caos e a desestabilização social. A palavra de ordem das classes falantes progressistas é desconstruir e desmitificar todos os valores e instituições tradicionais do Ocidente. Mais no link acima
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 17.11.2023 às 21:02

« ... rezo por ela frequentemente, mas principalmente pela minha paz interior, que também é difícil, mas está mais ao meu alcance.» Como dizia a sabedoria dos velhos portugueses: "Quem quer emendar o mundo, comece por si."



Sem imagem de perfil

De IMPRONUNCIÁVEL a 18.11.2023 às 00:31

A PAZ NO MUNDO...

1 – Já que o ilustre João Távora põe a coisa assim, tão corajosamente, permita que comente da mesma maneira.

Hoje, um amigo (que veio dos EUA, este ano, viver para Lisboa) perguntou por mim. Por não me ver onde habitualmente estou.

E respondi-lhe assim:

2 – Olá Kevin,

Está tudo bem. Obrigado.

Estou um pouco retirado do mundo.

Continuo aqui no meu trabalho. A discernir se a formulação do Impronuncialismo à teoria da Física (expressa no atual «Modelo-Padrão») pode ser válida.

Concretamente, «Se a gravidade fôr o quadrado da força nuclear forte (gluão), então, hipoteticamente, o electromagnetismo poderá ser a raiz quadrada da força nuclear fraca (bosão). Logo, não existiriam quatro diferentes forças como propõe o ‘Modelo Padrão’, mas, outrossim, apenas uma (força nuclear). E, todas as outras seriam consequências e proporções dela.» (IMPRONUNCIALISMO, 15/08/2023, Museu do Ser-Humano).

3 – Kevin, para brincar comigo-mesmo, e evitar convencer-me do que faço, até podia fazer uma espécie de poema. Ou criar uma fantasia (teoria) sobre as consequências desta formulação que fiz. Ficaria assim:

4 – POEMA AO QUE HÁ-DE VIR:

...

Sem imagem de perfil

De Anonimo a 18.11.2023 às 08:35

Quando for preciso chamar alguém para ir para a Frente, já sabemos quem abordar. 
Imagem de perfil

De Helena a 18.11.2023 às 09:41

Concordo com o texto! E mais do que se falar na guerra era mesmo construirmos caminhos de paz....
Sem imagem de perfil

De marina a 18.11.2023 às 10:57


". No outro lado de um acto de justiça encontra-se muitas vezes uma brutal injustiça, invisív"
não houve nenhuma acto de justiça , a onu não tinha qualquer direito ou legitimidade para colocar ali um país. coisa nunca vista na história da humanidade : até ali , todos os países foram conquistados  com guerras pelos seus habitantes.  por exemplo , eu hoje podia ser moura , não fosse por Pelayo , que se fez aos mouros.
se os ingleses e americanos queriam dar um país aos judeus dessem-lhes um estado dos usa , que é bem grande.
ah , mas o que queriam os americanos e ingleses   era um enclave no médio oriente por causa do petróleo , n'est ce pas ? o mesmo a invasão do iraque e toda a conflitualidade no médio oriente.
guerras por dinheiro para acumular nas mãos de alguns ...Anda cá abaixo , Cristo , que isto já não se aguenta.
Imagem de perfil

De João Távora a 18.11.2023 às 11:12

A Marina já tomou a sua posição de guerreira na peleja, força, com o teclado é mais limpa a guerra! Mas há mais exemplos de povos e nações deslocadas para determinados territórios, tentativas de soluções artificiais de solução de conflitos latentes ou existentes. Por exemplo, o Paquistão foi criado para comportar os indianos muçulmanos. 
Se a ONU não tivesse cometido esse "erro" outro igual ou pior permaneceria - a nação judaica expulsa de todos os lados (milhões sem pátria no pós guerra e mais de um milhão expulsos do Egito em 1957). 
Sem imagem de perfil

De Anonimo a 18.11.2023 às 17:31

A opção Europa (Alemanha) foi colocada na mesa. Até seria mais fácil a deslocação desses milhões todos.
Mas realmente dá jeito, sempre deu, ter um aliado naquela zona estrategicamente relevante. Negar que Israel é um erro histórico é ser literalmente um negacionista. E não, não advogo extinção de Israel, está feito, não se pode simplesmente apagar com borracha. 
Não há solução de paz possível, apenas teóricas. Ambos os lados têm demasiada gente interessada no conflito. O Hamas só sobrevive baseado no ódio a Israel, e não é interlocutor de confiança,  Israel jamais libertará a Palestina, e tem um governo cuja base de governação é o conflito. Quanto à vitória militar, sabendo o poderio de Israel, porquê o Hamas ainda viver? Falamos de um país capaz de caçar nazis e terroristas por esse mundo fora, e uma potência militar. Se calhar liquidar o Hamas é mais fácil de falar do que fazer. O mais certo é, e parafraseando o humanista Shapiro, Israel matar um número de s.o.b. suficiente para acalmar as massas, também dependendo de quantos reféns regressam, "negociar" paz, e manter o ststus quo até à próxima intifada.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 18.11.2023 às 20:43

Negar a opinião de outro qualquer é "ser negacionista".
Esse outro qualquer negar a nossa também é "ser negacionista".
"Ser negacionista" dá para tudo e todos.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 19.11.2023 às 09:19

Opiniões não se negam, factos sim. Os factos sobre as consequências da constituição de Israel estão aí. Décadas deles.
Pode negá-los à vontade.
Sem imagem de perfil

De lucklucky a 19.11.2023 às 20:20

" Os factos sobre as consequências da constituição de Israel estão aí."



E? é um excelente pais. moderno, civilizado. Não os antros de ódio Islamico de Gaza  ou Teerão.
O teu problema não é Israel,  é a tua cabeça. 
Para ti todos os rejeitam ser oprimidos pelo Islão são o problema, se os Baha'i, os Zoroastras, os Druzos, os Coptas pudessem resistir à opressão estava aqui a acusá-los  . 
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 19.11.2023 às 23:13

Uma maravilha da geopolítica,  um autêntico oásis idílico, quiçá a utopia realizada. Recomendo emigração. 
Mas não seguindo a carreira na área da psicologia, a habilidade cognitiva é reduzida nessa área. Talvez ciências sociais, esses são bons a tirar conclusões baseadas nos seus preconceitos. 
Sem imagem de perfil

De lucklucky a 19.11.2023 às 01:06


E vem o ódio.a Israel simplesmente porque é odiado pelo Islão uma religião supremacista.
A Europa é um erro histórico? Portugal é um erro histórico?  os EUA são um erro histórico?


Já agora o Islão.é um erro histórico?
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 19.11.2023 às 16:59

Lá vem o odio do ódio. Nao houvesse chavão é que me admirava. O verdadeiro taxista taberneiro.
Comparar um Estado judaico metido a martelo no meio de árabes com Portugal é realmente um argumento altamente erudito
Islão, seja o que entender por isso, não é um erro, já a actual política de integração europeia de muçulmanos é um erro, e mais cedo que tarde iremos pagar por ele.
Imagem de perfil

De O apartidário a 19.11.2023 às 18:08

"já a actual política de integração europeia de muçulmanos é um erro, e mais cedo que tarde iremos pagar por ele."  ----------- É factual que a Europa (pelo menos na última década) já paga por ele. 
Sem imagem de perfil

De lucklucky a 19.11.2023 às 01:03


O que é que a marina diz sobre a Jordânia, Síria, Líbano, Iraque ou é tão ignorante que não pensa sequer sobre isso?


O que é que a ONU tem que ver com o assunto?
Portugal nasceu da mesma maneira que Israel. 

Os Curdos por exemplo também deveriam ter um país. Ou tem algo contra?
Ou a marina só odeia os Israelitas.


Só me espanto da marina não pedir para combater pelo retorno de Moçambique, Angola , também outros territórios e populações que decidiram ser independentes.

Sem imagem de perfil

De marina a 19.11.2023 às 13:36


está a ver a coisa ao contrário : os habitantes desses países , angola , moçambique , etc , lutaram  pelos seus países e conseguiram , não foi a onu que lhos ofereceu.

mas porque carga de água os habitantes da palestina iriam aceitar que lhes introduzissem um elemento estranho nas terras onde viviam ? e que pouco a pouco os foram expulsando ? só fazem o que angolanos , moçambicanos e tal fizeram , tentar reconquistar as suas terras. aquela gente paga pelos  "pecados"  dos outros ? e isso é justo?
e se os judeus foram sendo expulsos de países pelo mundo fora por alguma coisa seria. os meus antepassados não eram uns doidos cruéis , tal e qual como os meus contemporâneos  que não querem viver perto de ciganos sedentarizados também não o são.. são questões de sobrevivência , exactamente  como as guerras.
Sem imagem de perfil

De Francisco Almeida a 18.11.2023 às 11:27

Bom post. Muito corajoso. Como diz o autor, ninguém bem formado ou apenas equilibrado é a favor da guerra. E, como bem diz, a guerra é uma constante da vida e a paz forçada, só pode ser implementada suprimindo a liberdade, normalmente dos vencidos. Por isso quem fala de paz são maioritariamente as esquerdas, aquelas que se obtivessem o poder, logo suprimiam a liberdade.
Nos meus delírios de imaginação, até já pensei que a guerra é uma força da natureza, como se tivesse vontade própria. Depois caí na análise histórica - a minha, sem formação e com todas as minhas limitações - e especulei sobre as consequências da paz. Nos dois modelos que mais me interessam, a Europa e Portugal, a primeira gozou de 70 anos da "pax americana" e os resultados estão à vista. Os actuais líderes europeus não têm qualidade e ficam a perder de vista na comparação com os do pós-guerra, que recuperaram a economia alemã e construíram a Europa. Em Portugal é mais grave ainda, pois a última guerra foi a de 14-18, com excepção das guerras de África que, pela sua natureza -uma guerrilha longe e um regime autoritário - não seria grande geradora de líderes, e os muito poucos que emergiram, foram inutilizados com o 25 de Abril. O resultado é este pântano que nos sufoca e onde, com o desprezo pelo estado de direito, até a liberdade começa a ser ameaçada.
Não há volta a dar. A guerra selecciona líderes fortes, a paz líderes fracos. E lideranças fracas, não se opõe a tempo a autocratas emergentes, o que favorece a ocorrência de novas guerras. Como evidente, estou a pensar em Putín, que se revelou em 2002 na Chechénia, reincidiu na Geórgia e ofereceu a última oportunidade de ser travado em 2014 no Donbass e na Crimeia.
Gostaria de também referir os caminhos da paz, mas este comentário já vai longo. 
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 18.11.2023 às 12:06

Gosto de ler o que escreve.
Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 19.11.2023 às 01:03

"A guerra é uma extensão da política por outros meios" (Carl von Clausewitz, citado de memória). 


A política possui uma dimensão geo-estratégica e há quem jogue xadrez no grande tabuleiro que é Mundo. Se a esmagadora maioria das pessoas não compreende aquilo que se passa no tabuleiro de 8x8, como poderão compreender aquilo que se passa no grande tabuleiro?


Com o único propósito de o esclarecer, deixo-lhe abaixo algumas citações e links.


Geo-estratégia dos EUA para a Eurasia
"The U.S. goal of preventing the emergence of regional hegemons in Eurasia, though long-standing, is not written in stone — it is a policy choice reflecting two judgments: (1) that given the amount of people, resources, and economic activity in Eurasia, a regional hegemon in Eurasia would represent a concentration of power large enough to be able to threaten vital U.S. interests; and (2) that Eurasia is not dependably self-regulating in terms of preventing the emergence of regional hegemons, meaning that the countries of Eurasia cannot be counted on to be able to prevent, through their own actions, the emergence of regional hegemons, and may need assistance from one or more countries outside Eurasia to be able to do this dependably."
("Renewed Great Power Competition: Implications for Defense — Issues for Congress", US Congress  https://crsreports.congress.gov/product/pdf/R/R43838/71)


Doutrina Wolfowitz
(Paul Wolfowitz, then-under secretary of defense for policy, supervised the drafting of a 1992 policy statement on America's mission in the post-Cold War era, called the "Defense Planning Guidance".)
"Our first objective is to prevent the re-emergence of a new rival. This is a dominant consideration underlying the new regional defense strategy and requires that we endeavor to prevent any hostile power from dominating a region 
whose resources would, under consolidated control, be sufficient to generate global power. These regions include Western Europe, East Asia, the territory of the former Soviet Union, and Southwest Asia."
(https://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/iraq/etc/wolf.html)


Doutrina Brzezinski
"For America, the chief geopolitical prize is Eurasia...and America's global primacy is directly dependent on how long and how effectively its preponderance on the Eurasian continent is sustained." 
("The Grand Chessboard - American Primacy And It's Geostrategic Imperatives", Zbigniew Brzezinski, page 30, Basic Books, 1997)




Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 19.11.2023 às 01:04


Garantias de não-expansão da NATO
"Declassified documents show security assurances against NATO expansion to Soviet leaders from Baker, Bush, Genscher, Kohl, Gates, Mitterrand, Thatcher, Hurd, Major, and Woerner
Washington D.C., December 12, 2017 - U.S. Secretary of State James Baker’s famous “not one inch eastward” assurance about NATO expansion in his meeting with Soviet leader Mikhail Gorbachev on February 9, 1990, was part of a cascade of assurances about Soviet security given by Western leaders to Gorbachev and other Soviet officials throughout the process of German unification in 1990 and on into 1991, according to declassified U.S., Soviet, German, British and French documents posted today by the National Security Archive at George Washington University."
(https://nsarchive.gwu.edu/briefing-book/russia-programs/2017-12-12/nato-expansion-what-gorbachev-heard-western-leaders-early)


Acordos de Minsk 
"Merkel’s confession could be a pretext for an International Tribunal   
Speaking in her interview for “Die Zeit”, published on December 7, German ex-Chancellor Merkel said the following: 
“The 2014 Minsk Agreement was an attempt to buy time for Ukraine. Ukraine used this time to become stronger, as you can see today. Ukraine in 2014-2015 and Ukraine today are not the same.” According to the ex-Chancellor, “it was clear for everyone” that the conflict was suspended and the problem was not resolved, “but it was exactly what gave Ukraine the priceless time.”
(https://moderndiplomacy.eu/2022/12/13/merkels-confession-could-be-a-pretext-for-an-international-tribunal/)


Resolução 2202 do Conselho de Segurança da ONU
"Unanimously Adopting Resolution 2202 (2015), Security Council Calls on Parties to Implement Accords Aimed at Peaceful Settlement in Eastern Ukraine
By resolution 2202 (2015), the Council called on all parties to fully implement the “Package of Measures for the Implementation of the Minsk Agreements”, adopted on 12 February 2015 in Minsk, Belarus.  Firmly convinced that the 
resolution of the situation in eastern regions of Ukraine could only be achieved through a peaceful settlement to the current crisis, the Council welcomed the declaration by the Heads of State of the Russian Federation, Ukraine, 
France and Germany in support of the “package of measures” and their continuing commitment to implement the agreements.
In addition, the package called for carrying out reform in Ukraine with a new constitution entering into force by the end of 2015.  That document had to provide for decentralization, as well as adopting permanent legislation on the special status of certain areas of the Donetsk and Luhansk regions in line with eight measures until the end of 2015."
(https://press.un.org/en/2015/sc11785.doc.htm)




Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 19.11.2023 às 00:23

Alguns exemplos de retórica para a paz.


“Let us not ignore the truth among ourselves…politically we are the aggressors and they defend themselvesThe country is theirs, because they inhabit it, whereas we want to come here and settle down, and in their view we want to take away from them their country.” Speech by David Ben-Gurion, 1938, quoted in Zionism and the Palestinians by Simha Flapan, 1979.


Não haja dúvidas de que Ben-Gurion, que viria a ser o primeiro PM de Israel, já falava de paz neste seu discurso de 1938. É por demais evidente que aos agressores sionistas iriam sempre ser oferecidas flores, tal como aos ocupantes castelhanos foram oferecidas flores no primeiro dia do mês de Dezembro de 1640.  


"We must use terror, assassination, intimidation, land confiscation, and the cutting of all social services to rid the Galilee of its Arab population." Israel Koenig, "The Koenig Memorandum".



Só quem for muito obtuso é que vê não nestas palavras de Israel Koenig apelos à paz.


"If I were an Arab leader, I would never sign an agreement with Israel. It is normal; we have taken their country. It is true God promised it to us, but how could that interest them? Our God is not theirs. There has been Anti-Semitism, the Nazis, Hitler, Auschwitz, but was that their fault? They see but one thing: we have come and we have stolen their country. Why would they accept that?" David Ben-Gurion - Quoted by Nahum Goldmann in Le Paraddoxe Juif (The Jewish Paradox), pp121.



Se nós não aceitámos em 1640, na nossa luta pela paz contra castela, ninguém compreende como os palestinianos não aceitam. Exceptuando Ben-Gurion, que ainda assim vai dizendo umas coisas acertadas que a propaganda se tem encarregado de esconder.


"The Palestinians would be crushed like grasshoppers ... heads smashed against the boulders and walls." Israeli Prime Minister Yitzhak Shamir in a speech to Jewish settlers New York Times April 1, 1988.in a speech to Jewish settlers New York Times April 1, 1988.



Os palestinianos serão esmagados como gafanhotos, dizia em 1988 o então PM israelita Yitzhak Shamir. Mas quem é que não vê nesta afirmação um veemente apelo à paz? Só quem estiver de má-fé.



Sem imagem de perfil

De lucklucky a 19.11.2023 às 20:26


Nem um pensamento vindo de ti colocas...és já uma mente colonisada?


Para comparação talvez possas trazer aqui os que os Ingleses escreveram sobre os Alemães...


Os Palestinianos mesmo antes do Mufti se aliar a Hitler quiseram sempre destruir os Judeus.   A Fatah sempre teve no se programa destruir Israel.

Comentar post


Pág. 1/2



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Silva

    "Constato por aí que há muitos cristãos que se sat...

  • Anonimo

    Todas as empresas da aeronáutica mantêm área de ne...

  • JPT

    A primeira diferença existe, mas a segunda não é d...

  • henrique pereira dos santos

    Deve fornecer, como apoio ao seu negócio de fabric...

  • lucklucky

    Leia o pindérico relatório da IGF em vez de ler o ...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D