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A Parada Fraturante

por Vasco Mina, em 20.04.16

Notícias várias nos últimos dias anunciam, sem surpresas, a parada fraturante que vamos assistir nos próximos tempos. Esta próxima Quinta-Feira volta ao Parlamento o alargamento das técnicas de Procriação Medicamente Assistida e ainda as “barrigas de aluguer” (que no politicamente correto se designem por gestação de substituição). A primeira vai possibilitar a qualquer mulher (independentemente de ser casada, ou em união de facto, ou solteira, ou viúva) ter a possibilidade de ter acesso a técnicas que lhe permitam gerar um filho recorrendo a gâmetas provenientes de bancos de gâmetas. Ou seja, a aprovação desta legislação permitirá ser mãe “por encomenda” e vedando ao filho a possibilidade de saber quem é o seu pai biológico. As barrigas de aluguer serão (caso os deputados aprovem) a versão moderna da exploração do corpo das mulheres. Como bem refere a Helena Matos, “a felicidade que algumas pessoas acreditam poder usufruir ao terem uma criança nos braços a que chamam filha não pode ser conseguida à custa do apagamento das emoções da mulher que esteve grávida e entregou a criança”; a iniciativa apresentada pelo BE é uma porta aberta para negócios futuros recorrendo a mulheres desprotegidas (como a experiencia por esse mundo fora tem revelado)! Outra notícia, anuncia uma campanha a apelar à doação de espermatozoides e óvulos. Vai ser destinada a estudantes universitários e é da iniciativa da Associação Portuguesa de Fertilidade que defende “desde a sua fundação, que a Gestação de Substituição seja uma prática legal em Portugal”. Mais uma notícia é divulgada na edição impressa do Expresso (por isso sem link) e é mais uma proposta do BE: mudança de sexo sem parecer médico; como o próprio artigo refere, trata-se do “direito à autodeterminação de género”, ou seja, uma situação clinicamente delicada e complexa passa a ser (por proposta do BE) tratada à livre vontade de quem queiram mudar de sexo. Por outras palavras, a natureza passa a ser a última a barreira que faltava ultrapassar – é a cereja no topo do bolo do pós-modernismo! No meio de tudo isto (e mais uma vez pela mão do BE) temos um Cartão de Cidadão que os bloquistas consideram sexista (como aqui já tinha referido). Teremos também, nas próximas semanas (já foi anunciada), uma outra iniciativa (igualmente do BE) sobre a eutanásia. Ou seja, estamos perante  iniciativas que irão ocupar o espaço mediático. Tudo isto seria irrelevante se fosse rejeitado pelo PS e pelo Governo. Mas não, tudo indica que António Costa irá negociar com o BE (e, por arrasto, o PCP que é tipo “Maria vai com as outras” nestas matérias). Exemplo disso é a posição assumida pelo ministro Eduardo Cabrita que considera que “estamos abertos a refletir sobre a evolução da sociedade neste tema, certos também que estaremos sempre a olhar para o futuro”. Fica claro que os temas fraturantes serão usados como moeda de troca em negociações futuras entre o Governo, o PS e o BE. Por outras palavras, não será de espantar que os socialistas votem ao lado dos bloquistas nestas matérias e em troca de apoios a certas medidas económicas e financeiras que, certamente, irão ser necessárias ao longo da execução orçamental. Verdadeira parada fraturante! Será que o PSD e o CDS também acompanham?


4 comentários

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De Carlão a 20.04.2016 às 10:06

Portugal está finalmente a chegar ao século XXI-a mudança de sexo é um acto de liberdade individual até me admira que liberais como o ssenhores estejam contra mas como vem do Bloco acham mal. Também estão contra a escolha de uma morte digna, se passassem por dores a sério que nem a morfina tira gostava de ver se ainda achavam isso e a altoderminação das mulheres faz.vos impressão porque acham que devemos viver numa sociedade sexista e machista não querem saber de estilos de vida alternativos,não aceitam que o género é uma construção cultural e que é completamente relativo..
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De ali kath a 20.04.2016 às 10:10

os Sem Abrigo merecem
ser deputados, assessores e ministros por nomeação
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De McMangus a 20.04.2016 às 15:24

"não aceitam que o género é uma construção cultural e que é completamente relativo"


Não aceito porque isso é MENTIRA, isso é IDEOLOGIA DE GÉNERO e isso é que é uma CONSTRUÇÃO CULTURAL, como todas as ideologias, é uma TESE SOCIO-POLÍTICA que seria para rir se não fosse levada a sério pelo IDIOTAS ÚTEIS DA ESQUERDA.
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De Carlão a 20.04.2016 às 21:16

epá IDOTA é quem chama nomes, falta de cultura democrática mas já se sabe que os fascistas são assim

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