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A Padaria Portuguesa, o Pingo Doce, o Banco Alimentar, etc..

por henrique pereira dos santos, em 31.12.17

Há um grupo muito vocal de pessoas que reagem facilmente a qualquer coisinha menos ortodoxa relacionada com a Padaria Portuguesa, o Pingo Doce, o Banco Alimentar e mais uns quantos, havendo uma espécie de acordo geral em considerar, à partida, estes, e outros do mesmo tipo, como malandros moralmente desqualificados.

Por mais que os factos demonstrem que não é verdade que a Padaria Portuguesa trate os seus empregados pior que os seus concorrentes, por mais que não seja verdade que o Pingo Doce não pague os seus impostos em Portugal, por mais que não seja verdade que Isabel Jonet faça qualquer tipo de negócio com a pobreza, nada disso interessa a uma boa parte das pessoas que se declaram adversárias destas três entidades (e quem as representa) até porque jamais deixarão que os factos influenciem a sua opinião.

Isto é possível, e grande parte da imprensa funciona como caixa de ressonância dessas ideias erradas, apenas por uma circunstância: responsáveis máximos destas entidades resolveram dizer, em alguma altura, o que pensam, tendo o azar de o que pensam não encaixar no que grande parte da esquerda considera admissível.

O interessante é que estas pessoas não pretendem discutir os argumentos usados pelos responsáveis por estas organizações, o que querem é mesmo que ninguém diga e, se possível, ninguém pense, o que eles disseram.

A liberdade de expressão, em Portugal, tem limites informais estabelecidos pela superioridade moral da esquerda e quem não os respeitar vai mesmo ter de aguentar custos muitos mais altos que os outros, os que podem ser embarretados livremente pelo primeiro burlão que diga o que querem ouvir e, mesmo assim, serem considerados a melhor escolha para dirigir uma agência de notícias, desde que o que dizem esteja dentro do cânone estabelecido pela ortodoxia comunicacional.

O que eu queria era mesmo agradecer a Nuno Carvalho, a Alexandre Soares Santos, a Isabel Jonet (há mais, claro, mas estes três representam bem o que quero dizer) o exercício da liberdade de expressão que têm dados mostras.

Portugal seria menos diverso sem a coragem de dizerem coisas fora da ortodoxia dominante.


20 comentários

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De Anónimo a 31.12.2017 às 19:58

Meu Pai quando nos seus 100 anos e que só conheceu o trabalho duro, disse-me esta frase certíssima a propósito duma crítica "Todos são livres de serem ricos".
Há por aí muita dor de cotovelo.
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De João Marcelino a 01.01.2018 às 23:51

Está certo o seu pai. E eu acrescento, que "mais vale ser rico e saudável que pobre e doente".
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De Fátima Bento a 01.01.2018 às 16:57

Se calhar- se o Henrique já já tivesse visto - como tantos de nós - as palettes de alimentos que são despachadas para o lixo nas traseiras dos armazéns do Banco Alimentar, talvez mudasse de ideias. 
Há coisas que me revoltam: o desperdício de bens alimentares por incúria - gente que necessita do mesmo E ASSINALADA não falta - e arrogâncias bacocas que assentam no ai-que-sou-tão-boa-a-praticar-caridadezinha (#sóquenãofunciona) são duas delas.
É que prefiro nem pensar nesses assuntos...
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De henrique pereira dos santos a 01.01.2018 às 21:36

Portanto, está convencida de que o desperdício seria menor sem o Banco Alimentar, que aliás foi uma resposta ao desperdício então existente.
Em concreto, o que fez a Fátima de melhor que o Banco Alimentar para resolver o assunto?
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De Fátima Bento a 02.01.2018 às 08:32

Acredito que não é de todo "bonito" que pessoas que contribuem para o banco, tantas vezes com dificuldade, estejam a fazê-lo com uma forte probabilidade de o estarem a fazer para aumentar o desperdício. E sim, isso incomoda-me. Conheço casos (talvez os dos sacos mais vazios) em que as pessoas contribuem €4 ou €5 de produtos, e chegam a casa com menos esse valor em bens que lhes fariam falta...
Em concreto, acredito mesmo na frase que conhecerá "que a tua mão esquerda não saiba o que a direita faz", e que talvez a saiba até situar... não vi para aqui alardear o que faço ou não por quem precisa, isso fica entre mim e o alvo de tais atos, se estes tiverem lugar, já que mais ninguém tem nada a ver com isso.


Mas é engraçado como o argumento se repete... como se o facto de contribuir para o Banco fosse a única coisa que fora válido!


Urge que a sociedade abra os olhos e observe em volta de si, e deixe-se de alívios de consciência enfiados dentro de um saco na falsa certeza de ter "feito a sua parte".


Ser solidário não é isso: é tanto mais...


Bem haja.
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De henrique pereira dos santos a 02.01.2018 às 11:32


Nem sabe como lhe agradeço (e a outros comentadores do post) a demonstração de que jamais deixarão que os factos influenciem as suas opiniões.
Blá, blá, blá e de concreto nada, o relevante é a má língua sobre a Isabel Jonet cujo crime é simplesmente dizer o que entende.
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De Anónimo a 03.01.2018 às 21:38

Quando os alimentos estão no limite da data, e esses alimentos já foram doados por esse motivo,  se conseguem distribuir "palettes" num único dia, por exemplo? 
Claro que poderá haver outros motivos... mas causa-me muita confusão pessoas que não fazem a mínima ideia de como esta instituição funciona, de outras instituições que dela dependem no país inteiro e de todos os portugueses que usufruem  dessa ajuda.
Claro que seria impossível tudo ser perfeito porque todos nós somos humanos...
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De Fátima Bento a 04.01.2018 às 12:41


"causa-me muita confusão pessoas que não fazem a mínima ideia de como esta instituição funciona"
E informações de dentro, tem?De certeza?
Isto é chover no molhado. O amigo acha que sim, eu acho que não.
Concordemos em discordar.
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De MAMM a 01.01.2018 às 18:29

Nao sei exactamente onde me situo na avaliacao das entidades que refere e da bondade/solidariedade das mesmas.
O que sei, dai a desconfianca que refere existir nas pessoas e o aproveitamento que se faz destas e doutras empresas organizações em proveito proprio publicitando se o contratrio.
Daí que sendo situacoes aparentemente rarissimas levam a que na duvida, com empolamento ou nao o povo desconfie.
E, esta desconfiança nao e de esquerda nem de direita e o sentimento social
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De Anónimo a 01.01.2018 às 18:31

Este bpíede, que sou eu, reage exactamente ao contrário : não compra a ponta de um corno em qualquer das diversificadas tascas do financiador do "púbico da sãozinha".
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De Anónimo a 01.01.2018 às 18:33

"bípede", evidentemente.
A gralha autorizaria a pensar em quadrúpede...
Mea culpa.
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De Makiavel a 01.01.2018 às 21:45

Caro Henrique,


Do seu artigo de opinião posso concluir que a liberdade de expressão é um bem a defender apenas quando alguém diz o que como nós?
Terei de ouvir a directora comercial informal das grandes superfícies, aquela que ajuda a escoar o stock de bens alimentares dos Pingos Doces, Continentes e afins, dizer que não podemos contar meu bifes todos os dias (ou lá o raio que ela disse) e não criticar?
Elucide-me que fiquei confuso.
Mas não deixo de me rir quando a direita vem clamar contra a liberdade de expressão ameaçada quando tem do seu lado 90% da opinião publicada.
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De henrique pereira dos santos a 02.01.2018 às 11:29

Como vê, mesmo um comentário completamente idiota como o seu é publicado sem o menor problema.
A questão mesmo é o facto de haver pessoas que fazem comentários idiotas, como este, a manifestar incómodo por uma outra pessoa qualquer dizer o que pensa, como se houvesse qualquer direito seu a não ouvir o que não quer.
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De Anónimo a 02.01.2018 às 12:24

A questão é mesmo o facto de haver pessoas a fazer artigos idiotas sobre uma suposta liberdade de expressão ameaçada.

Claro que manifesto incómodo por uma outra pessoa dizer o que pensa, quando o que ela diz me incomoda. Ela poderá dizer o que pensa e eu poderei incomodar-me à vontade.

Relembro-lhe a idiotice que escreveu:
"A liberdade de expressão, em Portugal, tem limites informais estabelecidos pela superioridade moral da esquerda"

De idiotices e seus autores, estamos conversados.
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De Anónimo a 02.01.2018 às 12:46

Oh Makiavel, para achar que 90% da opinião publicada é de direita, você deve estar no extremo da esquerda da extrema esquerda. Explique lá como é isso?
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De Makiavel a 02.01.2018 às 18:14

Confesso que posso ter exagerado na cifra de 90%.

Mas apostaria que, por cada opinador de esquerda há 3 a 4 de direita.

Nem me dou ao trabalho de os mencionar, basta olhar para os comentadores do i, do sol, do expresso (do correio da manha nem considero, não se trata de um órgão da cs), do je...

Nem de propósito, saiu hoje a notícia de que o santanista Luis Delgado vai comprar o título Visão e mais uns quantos ao grupo Impresa.

Mas claro, na sua óptica, ele deve ser de centro-esquerda moderadíssima.

Falar em condicionamento da liberdade de expressão pela esquerda é a anedota de 2017. Como todas as anedotas com algum tempo, já ninguém se ri com elas. São apenas patéticas.
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De Anónimo a 04.01.2018 às 22:52

Anedota do ano é o que disse...
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De Makiavel a 05.01.2018 às 17:14

Ehehehhe, entrámos em modo birra de puto?
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De Anónimo a 02.01.2018 às 19:15



Independentemente das tolices que ficam escritas aí para trás, lembro aqui o seguinte:
O Banco Alimentar conquanto possa ter algum mérito, não deixa de fomentar alguns belos e chorudos ganhos imorais, para não os chamar de escandalosos:

A) IVA para o Estado relativo aos milhares de produtos que o Público  adquire para para doar e mostrar à sua "má consciência esbanjadora" que é muito solidário.

B) As Grandes Superfícies que à conta vendem mais uns milhares de toneladas de bens que se não fosse o "Banquinho Alimentar" não saíam naqueles dias das prateleiras.

C) Os chamados "pobrezinhos" que nem precisam de procurar trabalho pois é só levar o carrinho das compras aos centros de distribuição e carregar "aquelas coisinhas que me fazem muita faltinha".
D) Jonets e toda aquela gentinha atarefada; diziam os antigos, "Quem lida com o azeite sempre unta as mãos".
Estou certo que não estão ali a trabalhar para aquecer:
Esperam beneficiar de algo, no presente ou no futuro.
Vão mas é todos trabalhar para esses muitos campos agrícolas ao abandono por esse País fora, criem riqueza e beneficiem dela; assim acreditava na solidariedade. De contrário é tudo a viver à conta dos otários, aquilo a que eu chamo a "Indústria dos pobrezinhos".
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De Anónimo a 03.01.2018 às 13:46

"Indústria dos pobrezinhos" : certíssimo.
Aquela actividade em que os principais promotores, propagandistas e beneficiários são, respectivamente, o PS (Partido Sarjeta) e o PC (Partido Corrupto).
Corrupto  e hipócrita, claro  -  e hipócrita com I grande, como dizia o outro...

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