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A liberdade de não ter comboios nem infraestruturas

por José Mendonça da Cruz, em 06.05.20

O ministro das infraestruturas, Pedro Nuno Santos, confirmou perante jornalistas a evidência de que as linhas de Sintra e Cascais têm normalmente lotações muito elevadas, e mais agora, com as regras sanitárias. Mas o ministro quis deixar descansados jornalistas, utentes e potenciais utentes: os comboios não chegam, mas não vai haver mais. «Porque não os temos», diz ele. E, além disso,  «porque a capacidade da infraestrutura não consegue receber mais comboios». Diz o ministro das infraestruturas.

Perante o aumento da procura, uma empresa privada aumenta a oferta, a fim de obter mais receita e lucros. Mas Santos, único e legítimo representante da ala soviética socialista, não quer nada disso, nem lucros, nem privados, nem oferta para responder à procura, coisa para os detestáveis privados e as economias funcionais e livres. O que Santos quer, e aliás já explicou na AR ao deputado da Iniciativa Liberal, é que o Estado faça tudo, a começar por planos grandiosos, sem calendário, nem comboios, nem infraestruturas. E, se ele pudesse, aplicava a receita à TAP, que acrescentou algumas dezenas de aviões à frota, alguns milhões de passageiros à clientela, alguns milhares de postos de trabalho, mas não é do Estado. Santos gostaria de garantir nos aviões a mesma «liberdade» que garante nos comboios. 

Os utentes das linhas de Cascais e Sintra talvez venham a ter, porém, uma ajuda da sorte: a sorte de Santos  ainda não ter compreendido que o seu habilidoso primeiro-ministro lhe agradece muito o afã das negociações com as suas almas gémeas soviéticas ou alucinadas para a constituição da geringonça, mas que a linha soviética e alucinada se tornou hoje mais um incómodo do que um trunfo.

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8 comentários

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De Vasco Silveira a 06.05.2020 às 17:57

Desta vez, num raciocínio que fará o mundo da filosofia parar, este "stupori mundi", na mesma proposição , para além da elegãncia do "meter", consegue pôr uma possibilidade; logo seguida de uma condição imperativa impossibilitando a possibilidade anterior, e cereja no topo, acresce mais uma condição imperativa negativa: em resumo-é muito difícil, ...porque não temos, ...porque não temos.

Junto com a Marta Dupond Temido, com a Ministra da insegurança social, e outros afins, até o senhor a quem chamam chefe consegue brilhar.

Estamos no reino da incompertência boçal e alvar, a que se junta a arrogância atrevida, que eles tomam como habilidade...!







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De Anónimo a 06.05.2020 às 18:08

Conheço o irmão e o pai são autênticos lunares, sem qualquer educação,quem sai às seus não degenera,quem foi cliente ou é ainda cliente da Somocal pode atestar 
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De Luís Lavoura a 06.05.2020 às 18:15

Perante o aumento da procura, uma empresa privada aumenta a oferta, a fim de obter mais receita e lucros.

Depende. Se o investimento necessário para aumentar a oferta fôr muito elevado, a empresa privada pode preferir não o fazer.
Vejamos por exemplo o caso do aeroporto de Lisboa. A procura vinha a aumentar grandemente. A solução adequada seria construir um novo aeroporto de raiz, provavelmente em Alcochete. Mas a empresa privada responsável pelo aeroporto (a Vinci) achou que esse seria um investimente demasiadamente grande e inseguro, por isso preferiu a solução Montijo, que é consabidamente insuficiente e sub-ótima.
No caso das linhas de Cascais e Sintra o problema é similar. Construir uma nova infraestrutura seria muito caro. O dono da infraestrutura, seja ele o Estado ou um privado, pode achar muito inseguro enterrar imenso dinheiro numa nova infraestrutura. Pode preferir ir fazendo pequenos remendos na infraestrutura existente, em vez de encetar uma nova, extremamente dispendiosa, de raiz.
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De Luís Lavoura a 06.05.2020 às 18:17

Cá em Portugal o PS teve em tempos um primeiro-ministro que tinha ideias de infraestruturas faraónicas, tipo um aeroporto em Beja, um TGV Lisboa-Porto e coisas que tais. Foi muito criticado.
Agora que o governo, por sinal do mesmo partido, tem opções bem mais modestas para a infraestrutura, continua a ser criticado.
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De Ricardo Abreu a 06.05.2020 às 23:34

Aeroporto de Beja e TGV comparado com a linha de Sintra...
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De Luís Lavoura a 07.05.2020 às 11:26

Olhe que não sei. A linha de Sintra passa por áreas densamente urbanizadas, onde é brutal o preço do metro quadrado que é necessário expropriar para construir qualquer nova infraestrutura. Ademais, passa também por vales estreitos de ribeiras, onde não sobra muito espaço onde enfiar qualquer nova linha férrea (recordo que os comboios têm imensa dificuldade em subir montes).
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De Anónimo a 06.05.2020 às 19:26

Só neste local mal frequentado, que ainda crê ser país, um  imbecil que punha os Alemães a tremelicar consegue chegar a (fazer de ) ministro.
Deve, tem de, ser a bitola "Gouvarinho"...


JSP
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De Eu mesmo a 06.05.2020 às 22:22

Esperto é o Fernando Medina que deve adorar esta postura do Pedro Nuno Santos. É deixá-lo arder em lume brando, abrindo caminho para a sua sucessão.  

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