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Temos assistido a movimentos sísmicos nas bolsas de petróleo. Não porque vá haver menos petróleo do que antes da guerra, mas apenas por incerteza. Mesmo que a Europa deixe de consumir petróleo Russo, ele irá ser vendido a outro pais que, por sua vez, deixa de comprar a outro, que fica com oferta para a Europa. No meio desta confusão, os custos de transporte vão aumentar, os do petróleo, em si, estabilizarão em função da oferta estabelecida pela Opep.
Não há falta de petróleo no mundo nem vai haver. Apenas o eterno jogo dos interesses entre produtores ( organizados num cartel) e consumidores. Apenas no ajustamento das rotas entre produtores e consumidores, irão acontecer perturbações, muitos nervos e picos de aumento de preço, para além dos previstos. No fim, o petróleo vai ficar mais caro, apenas pelo efeito dos custos de transporte. A Rússia vai continuar a vender, provavelmente com desconto ( menos clientes possíveis, mais custos de transporte) e a Europa continuará a ter todo o petróleo de que precisa, mais caro, até à próxima crise de disciplina da Opep que faça as cotações cair de forma acentuada.
É por isso muito útil a libertação de reservas de Petróleo, que poderão estabilizar os preços do mercado, permitindo ao mercado reencontrar o seu equilíbrio.
Já o caso do gás é mais complicado. Não basta desviar um super-petroleiro de um porto para outro: não há infra-estruturas que permitam, nos próximos anos, substituir o gás Russo por outros fornecedores ( que existem) . É também um problema real para a Rússia, porque não conseguirá desviar a sua produção para outros consumidores, também por falta de infra-estruturas. O gás vai subir e provável e erradamente será racionado na Europa, enquanto a Rússia leva um rombo nas suas finanças durante uns anos.
Li, com espanto, um ministro Alemão fazer uma proposta revolucionaria: baixar a temperatura das casas para 15 graus, entendido como o enorme sacrifício dos alemães para se poder dispensar o gás Russo. Serão alguns anos de adaptação e de maiores custos, mas tudo somado, com mais ou menos camisolas, o Ocidente vai sobreviver sem grande dificuldade.
É inevitável, seremos mais pobres nos próximos anos, mas não muito. Mais preocupante é o fenómeno de inflação, que apesar de tudo será transitório. Grave mesmo são as já certas e prováveis amputações ao comercio mundial.
Só quando perdemos o que considerávamos garantido é que daremos o verdadeiro valor à globalização. A retirada da Rússia do comercio Internacional não é, por si, um maremoto. A vaga histérica geoestratégica que se adivinha, já desenhada nos tempos do Covid, vai fazer muitos estragos. Do 8 vamos passar ao 80. Tornando, também, a China, menos dependente do seu comercio, o que poderá levar a outras e mais graves consequências.
A guerra na Ucrânia , é a caixa de pandora do inicio deste século.
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