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A grande golpada

por João Távora, em 12.11.15

Fraude.eleitoral.jpg

Em relação à tomada do poder pelas esquerdas unidas, Nuno Garoupa, numa nota publicada no Facebook refere que o sistema político português "parlamentarizou-se", naquilo que interpreta como um processo que vem de trás por via da eliminação progressiva do centro. Descontada o exagero da metáfora, talvez seja isso. Mas tal significa que podemos concluir que ao tempo do XVI governo de Santana Lopes, quando a coligação possuía uma sólida maioria absoluta e Jorge Sampaio, do alto da sua cátedra em Belém, dissolve parlamento deu-se o fenómeno da "presidencialização" do regime? Aqui entre nós, o que seria se Cavaco Silva impusesse a sua autoridade não dando posse a António Costa?
Já percebemos que o nosso semipresidencialismo presta-se a toda a sorte de equívocos, e interessa saber qual a facção que por norma se presta a manipular e conspirar nos limites do sistema. Para os mais distraídos (que não eu) a esquerda terá por estes dias perdido a inocência e a aura poética com que gosta de se travestir entre golpadas e revoluções. O País esse continua adiado, sequestrado pelas anquilosadas oligarquias de sempre. Somos assim, temos o que merecemos.


9 comentários

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De João. a 12.11.2015 às 11:28

Nunca vi um golpe totalmente de acordo com a Constituição. Deve vir aí mais uma inovação conceptual da direita: "golpe de Estado por via perfeitamente legal". Ou seja, mania que a maioria dos representantes do povo são obrigados a viabilizar uma minoria. Não são.
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De Anónimo a 12.11.2015 às 14:34


A imagem de Portugal já se está a degradar fortemente no exterior. Até o "El País" é céptico com a frente de esquerda. Os comentários dos espanhóis neste jornal de esquerda, ainda por cima, são bem um exemplo de como os outros nos vêem. Enquanto cá os socialistas estão com a cagança de que vão iniciar uma nova esperança na Europa, os outros países olham para nós como os próximos desgraçadinhos da Europa, a seguir aos gregos.


http://internacional.elpais.com/internacional/2015/11/11/actualidad/1447235350_426517.html
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De João. a 12.11.2015 às 16:02

Só um governo irresponsável não prioriza as caixas de comentários do El País para a definição da sua política.
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De Anónimo a 12.11.2015 às 16:42

Não te agrada? O que pensam de vós é clarinho, clarinho! Vocês são os GRUNHOS da Europa!
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De João. a 12.11.2015 às 17:15

Ohhh, que chatice.


Embora não entenda bem o prestígio avassalador dado aos espanhóis da caixa de comentários do el pais vou-me já penitenciar junto aos espanhóis das caixas de comentários do el pais
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De comunista a 12.11.2015 às 14:56

Agora que neste blog se insultou, pela milésima vez, os partidos de esquerda e os eleitores que votaram neles, desta vez falando de travestismo e golpadas, gostava de comunicar uma notícia triste: os juros da dívida a 5 e a 10 anos estão a descer.
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De Anónimo a 12.11.2015 às 16:43

Graças ao Cavaco... Image
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De André Miguel a 12.11.2015 às 21:24

A calma antes da tempestade. Não perde pela demora.
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De carneiro a 13.11.2015 às 07:33

De repente toda a gente se esqueceu que o regime é semi-presidencialista.
Quer no funcionamento. Quer na legitimidade democrática. Deputados, através dos partidos,  e Presidente da Republica têm de atingir um nível de entendimento pelo menos tácito para a nomeação do PM - para isso é que servem as audições aos partidos -, pressupondo que os partidos, através dos seus deputados vão deixar passar o governo. Isto envolve uma coisa que não está escrita na Constituição:  Sentido de Estado.
Se o PR não consegue esse nível tácito prévio e impõe um PM  que  aos deputados só resta rejeitar, isso não significa  que os Deputados poderão ter a veleidade de impor ao PR um outro PM  alternativo  em resposta vingativa sem a concordância prévia, pelo menos tácita, do PR.
Porque o entendimento tácito funciona nos dois sentidos. E apura-se através de sinais, mesmo quando não há declarações expressas. 
É necessário o acordo de ambos os dois - como diria o outro.
A legitimidade democrática é, pelo menos, de igual intensidade - ambos, deputados e PR são eleitos por voto directo. Aliás, os teóricos destas coisas até entendem que a maior legitimidade democrática é  a do Presidente por ser unipessoal, universal e directa. E Funcional, devido ao facto do PR estar colocado no topo da hierarquia. É o último elo da cadeia de poder. Por muito que custe ás guinchadoras, a legitimidade democratica e funcional delas é menor. E a educação também, como é manifesto.
Ademais, a legitimidade politica do acordo de coligação da esquerda nem servia para um aluno do primeiro ano de ciencia politica. Aquilo é igual a nada. Como a questão da TAP começou imediatamente a demonstrar. O PCP já apanhou o PS com as calças na mão.


 (Obviamente que o PS sempre concordou com a privatização da TAP, vai dizendo umas coisas de esquerda só porque sim, só para fazer o seu papel. Quanto muito há pessoas dentro do PS que gostariam de ter sido elas a fazer a privatização apenas por causas das fotocópias.)


E do ponto de vista pessoal, Partidos politicos, dirigentes politicos que há dez anos têm andado a insultar institucionalmente a presidencia da republica dirigindo insultos pessoais ao Presidente, pondo em causa a dignidade pessoal, as faculdades intelectuais e mentais, tratando-o de atrasado mental para baixo, dirigentes que  no entusiasmo  das manifestações  atingem com insultos a família do Presidente, esperam agora tratamento de favor ?
Aquilo que Mario Nogueira e restantes parasitas - porque não lhes é conhecido trabalho certo -   fizeram a Cavaco em certo 10 de Junho está na memória de muita gente. E na de Cavaco também. Era o que faltava Cavaco dar posse ao governo de Costa para reverter as privatizações em curso que só serviriam para atrasar o país com o único efeito útil de garantir o tacho aos amigos do senhor Mário Nogueira.
Cavaco não vai permitir o Reviralho. 
Ademais, Cavaco só é politicamente responsável até ao fim do seu mandato. Sabemos que Sampaio não fez isso. Teve o cuidado de largar o poder deixando um psicopata ladrão no poder. Mas Cavaco só tem que gerir o País até ao final do seu período. O novo Presidente que resolva a crise. Aliás, as eleições presidenciais ficam muito mais claras: cada candidato tem que esclarecer como pretende resolver o impasse institucional. (até o Prof Marcelo vai ser obrigado a assumir uma posição e deixar de andar a passar pelos intervalos da chuva).
Daí que para desgosto das Esquerdas e de Passos Coelho, vamos ficar com um governo em duodécimos, o que tem a vantagem de controlar os danos norçamentais.
Eu fico com o desgosto de levar com o ministro dos sacos de plasticos e aquele novo das cheias. Pessoalmente serão pessoas amabilíssimas, não sei, não conheço, mas na TV estão tremendamente longe de resultar. Cá em casa mudamos de canal. 
Pena são os 207 mil empregos que o Costa ia criar.

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