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A forma de dizer

por henrique pereira dos santos, em 02.06.23

"Em conjunto, a direita (PSD, Chega, IL e CDS-PP) conseguiria 46,2% dos votos — sem o Chega, desceria para 34,4%, abaixo da esquerda (PS, Bloco, CDU, PAN e Livre), que juntaria 41,3% (isto se incluirmos o PAN, que tem recusado posicionar-se à esquerda ou à direita). Ou seja, o PSD não conseguiria maioria para governar sem o partido de André Ventura, que, ainda assim, caiu 1,4 pontos percentuais".

Este parágrafo poderia ser escrito de uma forma ligeiramente diferente (mudando uma letra), a partir dos mesmos dados e mantendo o mesmo rigor formal:

Em conjunto, a direita (PSD, Chega, IL e CDS-PP) conseguiria 46,2% dos votos — sem o Chega, desceria para 34,4%, abaixo da esquerda (PS, Bloco, CDU, PAN e Livre), que juntaria 41,3% (isto se incluirmos o PAN, que tem recusado posicionar-se à esquerda ou à direita). Ou seja, o PS não conseguiria maioria para governar sem o partido de André Ventura, que, ainda assim, caiu 1,4 pontos percentuais.

Resumindo, com os dados existentes, pode-se dizer que nem o PSD nem o PS conseguem governar sem o Chega, que é o que os jornais dizem.

E dizem porque partem do princípio de que todos os outros partidos votam contra qualquer governo que não seja o que querem.

No entanto, o que verdadeiramente interessa é saber (e, no caso dos jornalistas, insistir para que o PSD e PS respondam a essa pergunta antes das eleições) se o PSD ou o PS estão dispostas a aplicar a doutrina que António Costa defendeu em tempos: o PSD e o PS deveriam concordar em abster-se para viabilizar o governo do partido mais votado, fosse ele qual fosse, tornando a discussão sobre o Chega irrelevante.


27 comentários

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De Zé raiano a 02.06.2023 às 09:59

para costa ter que continuar até voto nele e não no Chega
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De Anónimo a 02.06.2023 às 20:01

Para Costa não continuar até voto no diabo.
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De Carlos Sousa a 02.06.2023 às 10:25

Está visto que estas sondagens são as mesmas que davam a derrota do PS nas ultimas eleições legislativas. Premissas erradas só podem dar conclusões erradas.
Não percebo qual é a dificuldade em admitir o desaparecimento do CDS visto que a IL é formada precisamente com oa descontentes do CDS. 
Forcem as eleições e fiem-se nas sondagens e vão ver o lindo trambolhão que levam. 
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De balio a 02.06.2023 às 14:32


a IL é formada precisamente com os descontentes do CDS


Isso não é bem correto. É verdade que há muita gente na IL que já foi do CDS, mas também há muita gente que já foi do PSD, ou do BE. E muita gente, naturalmente, que nunca foi de nenhum partido.
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De Carlos Sousa a 02.06.2023 às 15:09

A IL é formada maioritariamente por elementos do CDS assim como o Chega é formado maioritariamente por elementos do PSD. 
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De balio a 02.06.2023 às 16:35


A IL tem 6000 membros. Você andou a investigá-los a todos um a um, a perguntar-lhes de que partidos anteriormente foram, para afirmar isso de forma tão perentória?
Você nem sequer conhece pessoalmente os 6000 membros da IL, quanto mais pode dizer de que partidos eles foram!
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De Carlos Sousa a 02.06.2023 às 18:09

Visto dessa maneira se calhar tem razão, mas se você for à origem da formação dos partidos, há-de reparar que a IL surgiu com o desaparecimento do CDS. E com o surgimento do Chega deu-se uma quebra de votos no PSD. 
Os votos do PS variam entre a abstenção. 
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De Anónimo a 02.06.2023 às 19:48

O Carlos Sousa é muito esperto, atenção a isso.
É tão esperto que escreve que "...o Chega é formado maioritariamente por elementos do PSD". 


Portanto está tudo dito sobre a esperteza e os grandes conhecimentos do Carlos Sousa.
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De Anónimo a 03.06.2023 às 11:49

"o Chega é formado maioritariamente por elementos do PSD". 

Ainda bem, Carlos Sousa, porque assim não vai ser surpreendido. 
Sabe o que vai acontecer ao Chega quando tocar a rebate, não sabe?! 
Pois, adivinhou: voto útil,  i.e., regresso às origens, para responderem a outro valor que se alevanta, a salvação da Pátria _ valor que as esquerdas injuriam e desprezam.
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De Carlos Sousa a 03.06.2023 às 16:43

Quando tocar a rebate, vai acontecer o mesmo que aconteceu nas ultimas eleições, a não ser que você ainda acredite no Pai Natal. 
Com tantos casos e casinhos no PS, você não acha estranho o PSD não sair do mesmo sítio?
Fiem-se nas sondagens e forcem eleições e vão ver o trambolhão que levam. 
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De Anónimo a 05.06.2023 às 09:53

Sr.Sousa, pior cego é aquele que não quer ver.  Este "governo"_ chamemos-lhe assim _  é uma "central de comunicação" bem assessorada (como soubemos recentemente), com uma máquina de propaganda muito bem oleada, com seguidores muito bem amestrados e obedientes, como se constata no sr.Sousa. Só nisso são bons, de facto. Veja-se a lavagem ao cérebro que fazem aos "fiéis" como o sr.Sousa que vivem da fé. A cegueira é tal que nem vêem as quedas e os valentes trambolhões do PS. Mas deixe que lhe diga: olhe que o governo acredita mesmo em sondagens, ao contrário de si. Veja como já aparecem as promessas eleitoralistas... à Sócrates em 2009.
Você e os seus camaradas, por ignorância ou por cinismo, querem desvalorizar para "apagar" certos acontecimentos gravíssimos que têm ocorrido com este governo (refiro-me ao SIS) para desviarem a atenção do cidadão comum (fácil de enganar porque, em geral, não é muito informado). Ainda não foi suficientemente explicado aos portugueses, com toda a clareza, preto no branco, que o episódio do SIS não podia acontecer (e está por apurar se a sua intervenção é uma prática habitual feita debaixo de secretismo e por isso nunca tenha vindo a público). O episódio tem contornos perigosíssimos numa democracia e não se pode pretender aligeirar e apagar o que aconteceu, pois o governo actuou de forma pidesca prepotente e cometeu excessos em tudo semelhantes aos do antigo regime derrubado em 1974. A questão é saber se os portugueses querem regressar a esses tempos em que a antiga Pide estava ao serviço do poder  (e não do Estado) e por isso era chamada para socorrer o governo  de então (à semelhança do actual governo) e as "secretas" do antigo regime actuavam, começando por intimidar, vigiar, espiar e perseguir cidadãos opositores ao regime. Por este andar, se esta gente não for travada imediatamente, não tardará que sejam dadas mais competências ao Sis, nomeadamente deter ou prender cidadãos  como fazia a Pide, desde que os cidadãos fossem "incómodos" opositores do governo. Já faltou mais... o clima não épara menos. Haja em vista a recente proposta de Augusto Santos Silva _numa violação clara da Constituição_ e que consiste no poder de expulsar da AR  qualquer deputado por «comportamentos incorrectos». Não é difícil adivinhar o que é para este sujeito e seus camaradas um "comportamento incorrecto". Basta lembrar como reagem a qualquer crítica ao governo.  Nem o pacato Rui Tavares se safou de ser apelidado de "populista" porque se atreveu a afrontou o governo  usando a sua liberdade de expressão.
O governo anda assustadíssimo porque sabe muito bem que não tem escapatória, sabe muito bem da gravidade dos acontecimentos e sabe muito bem que tem metido estrondosamente e sucessivamente o pé na argola. E as sondagens reflectem-no! Não é mera coincidência terem começado   a prometer o "bodo aos pobres" e as atoardas eleitoralistas de "vida boa", de aumentos a toda a gente... para o ano, evidentemente!!!. Que lhes cheira a eleições! 
A história repete-se a fazer-nos lembrar as mesmas "loas" do Sócrates quando, em 2009, para ganhar as eleições aumentou em 2,9%  a função pública, o maior em duas décadas, mesmo sabendo que a crise financeira mundial estava já à porta. Não tardou um(1)ano, em 2010, estava a anunciar uma redução nos salários até 10% .e o aumento do IVA para 23% entre outras medidas de austeridade aprovadas num Conselho de Ministros extraordinário. Pode ler-se aqui, pois convém lembrar as "promessas" socialistas:


https://sol.sapo.pt/artigo/1130/socrates-anuncia-cortes-salariais-ate-10-e-
aumento-do-iva-para-23-



(E passe bem, sr. Sousa e aproveite bem o socialismo enquanto dura!)
     
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De Carlos Sousa a 06.06.2023 às 11:26

"...cidadão comum (fácil de enganar porque, em geral, não é muito informado)."



É engraçado como é que você sendo um cidadão comum é tão esperto.
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De Anónimo a 09.06.2023 às 05:44

E argumentos a contrapor, tem algum, sr. Sousa?
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De balio a 02.06.2023 às 11:03


Não faz muito sentido falar de o PS conseguir formar governo com o Chega, porque é bem sabido que nem o PS nem o Chega estão interessados em tal aliança.
A coisa é diferente no caso do PSD, uma vez que é sabido que o Chega está interessado numa aliança com o PSD. Por isso, cabe perguntar se o PSD também poderá estar disponível para tal aliança.
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De Zé raiano a 02.06.2023 às 11:36

¿Qué pueden esperar aún de un hombre que desde la aurora hasta el crepúsculo se esfuerza en convertir en definición cualquier absurdidad constatada bajo el sol?

Emil Cioran in Ventana a la nada
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De Anonimo a 02.06.2023 às 12:15


"abaixo da esquerda (PS, Bloco, CDU, PAN e Livre),"


Calma aí!! Então tudo quanto é de esquerda (os verdadeiros, daqueles puro-sangue) diz que o PS são uns liberais centro direita e mais não sei o quê, mas quando é para fazer contas de somar (deputados) já entram no balde da "verdadeira esquerda"? Não me parece correcto, não me parece correcto...
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De anónimo a 02.06.2023 às 12:37


Exacto. Vive-se um sistema de representatividade política baseado em diferentes  sacos, cujo conteúdo é óbviamento secundarizado. Na prática nunca terá significado. Mais um caso de um "deputado" que nunca teve voto em nome próprio e se afasta do ninho. Continuará na AR, mas a representar quem?.

Para o eleitor a escolha tem que ser um voto no candidato a Deputado, votar num candidato, no seu círculo.

Em Portugal os comunistas/socialistas impingiram, na Constituição, a sua ideia peregrina de democracia: votar num Partido, o que é óbviamente ineficaz. Metade dos portuguêses já percebeu. A outra metade terá as suas razões, ou não.   
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De balio a 02.06.2023 às 14:35


a escolha tem que ser um voto no candidato a Deputado, votar num candidato


Não. Eu não estou nada interessado em votar num candidato. Eu quero votar numa ideologia.


Votar num candidato fazia sentido no século 19, quando toda a gente conhecia o cacique local. Atualmente, a maior parte das pessoas não tem oportunidade de conhecer minimamente, em termos pessoais, os candidatos.
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De Octávio dos Santos a 02.06.2023 às 17:35

É quase enternecedor constatar a frequência e a generosidade com que o «Luís "Balio" Lavoura» nos demonstra as suas insuficiências intelectuais (para não lhes chamar outra coisa...), tornadas ainda mais ridículas por ele as escrever segundo o «aborto pornortográfico».


Com que então «aCtualmente, a maior parte das pessoas não tem oportunidade de conhecer minimamente, em termos pessoais, os candidatos»? Então para que servem motores de busca na Internet, os blogs e as redes sociais, que quase todas as pessoas - e não só as que se tornam, ou querem tornar-se, intervenientes políticos - utilizam, o que permite ficar a conhecer os currículos e os percursos dos candidatos?  
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De Anónimo a 02.06.2023 às 17:39


Exacto. A prática demonstra que a maioria dos candidatos uninominais aparecem nas listas apoiados por um partido (corrente ideológica) com quem realizaram previamente um acordo. Representatividade acrescida, a ideológica mais a nominal.

Além disso o Deputado sabe que será avaliado também pelos seus eleitores e não só pelo líder do partido.  Sendo que a avaliação feita pelos eleitores é decisiva. Faz toda a diferença, para o partido mas sobretudo para o eleitor.
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De G. Elias a 02.06.2023 às 18:41

balio esse é um dos problemas do nosso sistema eleitoral: não podemos escolher quem nos representa, pois as listas já foram previamente cozinhadas nos gabinetes dos partidos.


Nas democracias mais avançadas (incluindo diversos países europeus), o eleitor pode votar não apenas num partido mas numa pessoa, ou seja, cada partido apresenta uma lista de nomes e depois o eleitor selecciona os da sua preferência.
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De Carlos a 02.06.2023 às 20:08

Então devia votar no candidato com a sua ideologia.

Com os círculos uninominais essa questão não mudaria: cada Partido indicaria o seu candidato. 
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De passante a 02.06.2023 às 23:02

Um dia destes o PS importa da Alemanha a coligação SPD-FDP e por cá ficam todos muito admirados com a grande novidade.
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De Figueiredo a 03.06.2023 às 14:02

Português, em nome do Interesse Nacional, do seu bem-estar e da sua família, não vote, diga não ao criminoso, corrupto, e anti-democrático, regime liberal/maçónico imposto pelo golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974.
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De lucklucky a 03.06.2023 às 15:01

Veja-se como o jornalismo de esquerda que temos censura o caso legal nos EUA :   Missouri vs Biden e como o Governo Americano está a responder à censura que fez.
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De ATRRF a 03.06.2023 às 17:57



O Ventura é mais um xuxa.
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De Maximilien Robespierre a 07.06.2023 às 12:55

Já agora, informo que a IL não é de direita. Não somos de esquerda nem de direita. Somos Liberais.


Augusto Faria 
Membro n° 3093

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