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Isto dizia o então candidato do PS e actual Ministro da Educação. E, para a grande maioria das pessoas, é um dado adquirido que tem havido uma emigração de pessoas qualificadas que diminui a qualificação média da população portuguesa.
E isto é o que dizem os relatórios do Observatório da Emigração, que não demonstra grandes simpatias pelo governo anterior.
Se é um facto que o aumento da qualificação dos que emigram é mais um resultado do aumento da qualificação da população de origem (na emigração o aumento de qualificação é menor que o aumento de qualificação na população de origem, no mesmo período de tempo), se esse facto está perfeitamente identificado nos estudos sobre o assunto, por que razão é tão fácil produzir tiradas demagógicas como a citada em primeiro lugar e se instalou a ideia de que as actuais correntes migratórias são maioritariamente constituídas por pessoas qualificadas e que Portugal está a perder qualificação por via da emigração?
É a combinação de dois velhos problemas do debate público em Portugal:
1) A academia produz informação científica em obscuros relatórios, mas demite-se de defender os factos que reporta quando no espaço público aparece um demagogo qualquer a vender uma banha da cobra que sirva as inclinações políticas da maioria da academia que intervém no espaço público;
2) Grande parte do jornalismo que deveria intermediar a passagem de informação dos produtores para os consumidores, demite-se de verificar os factos, seguindo o velho princípio de jamais deixar os factos influenciarem as ideias dos seus leitores, na medida em que isso servir as ideias certas, claro (basta ver a quantidade de vezes que resolvem verificar os factos contidos nas afirmações dos políticos de que gostam por contraste com o permanente escrutínio das afirmações dos políticos de que não gostam).
Portugal é, do ponto de vista da qualidade do debate público, o paraíso dos demagogos de esquerda (os outros têm mais trabalho, mas o ambiente também não lhes é desfavorável de todo).
Aproveitando que está a dar crédito ao Observatório, talvez queira aproveitar para comentar esta afirmação do Rui Pena Pires:
“Quando o crescimento da economia baixa a emigração cresce, depois é interrompida entre 2008 e 2010, a primeira fase da crise. Como a crise foi global não havia oportunidades cá, mas também não havia noutros sítios. E depois volta a crescer a partir de 2010 com o resultado combinado da crise e das políticas de austeridade, que criam pouco emprego”
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/observ
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Mas o que se passou é que essas pessoas apanharam ...
Só teremos um futuro e um país "descripado" de fac...
Estamos mesmo de acordo!jose miguel roque martins
Caro, O futuro a Deus pertence....
Jose Miguel.. que análise mais errada do fenómeno....