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Há um conjunto de pessoas que têm um problema de mobilidade porque precisariam de um carro para se deslocar e trabalhar, mas não têm dinheiro para comprar carro nenhum.
O Bloco sabe que apesar de haver um conjunto alargado de pessoas que não tem dinheiro para ter carro nenhum, há outro conjunto de pessoas, muito mais pequeno, que tem dinheiro para comprar Ferraris.
O resultado é que as empresas que fazem e vendem carros se têm concentrado em produzir Ferraris porque há pessoas com dinheiro para os comprar.
O Bloco acha imoral que haja pessoas a comprar Ferraris quando há tanta gente que nem um Dacia consegue comprar e está convencido de que isso resulta do facto de, sendo os Ferraris mais caros, as empresas que os fazem serem mais lucrativas.
Que assim é parece-me que não há dúvidas nenhumas, toda a gente sabe que as grandes empresas de carros são as que fazem Ferraris, Aston Martins e Morgans, e não a Renault (dona da Dacia), a Volkswagen, a Ford, a Toyota, e todos esses que constroem carros mais baratos, demonstrando que preços mais altos dos bens significam lucros mais altos das empresas, como diz o Bloco.
Com esta base conceptual, o Bloco defende que proibindo, ou pelo menos restringindo fortemente a procura de Ferraris, as empresas de automóveis vão ser obrigadas a fazer mais Dacias se quiserem ganhar dinheiro, independentemente do problema base ser o facto das pessoas não terem dinheiro para comprar carro nenhum.
Se os compradores de Ferraris não puderem usar os Ferraris, aparecem à venda muito mais Dacias, estima o Bloco, o que permitirá a quem não tem dinheiro para comprar um carro, ver passar mais Dacias que Ferraris.
Essencialmente é esta a visão do Bloco e da generalidade da esquerda, incluindo o PS, sobre o mercado da habitação, não pretendem tornar mais eficiente a produção de casas, não pretendem baixar custos de contexto, incluindo custos fiscais, para tornar a produção de casas mais baratas, não pretendem aumentar os lucros associados à construção de casas para motivar mais investidores, não acham relevante ter políticas de aumento de rendimento, o que pressupõe empresas mais eficientes, mais lucrativas e maiores, a única coisa que querem é julgar moralmente os poucos investidores interessados em explorar o pequeno mercado imobiliário que ainda existe, apesar das regras serem o que são.
Boa sorte.
Porque não dá o estado incentivos fiscais a quem quer constrói a sua habitação própria? Ou na compra de habitação nova, reduzindo o IVA para 6%, pe..?
Podia ser uma isenção transitória, por 10 anos pe.. Se os beneficiários quisessem vender a propriedade, o imposto seria cobrado, à razão de um duodécimo por cada ano, até se atingir a data limite da isenção.
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