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"Mega-incêndios em Portugal aconteceram sobretudo em três anos e têm como principal causa o fogo posto".
Este é o título em destaque no Observador agora, às sete e picos do dia 27 de Agosto e é, deixem-me escrevê-lo com todas as letras, mentira.
Repito, o Observador tem como principal título uma evidente mentira.
Compreendo que a jornalista não tenha consciência da mentira porque, não sabendo muito do assunto sobre que escreve, não sabe que incendiarismo, mesmo quando crime, não é sinónimo de fogo posto (por exemplo, se fizer um churrasco e deixar escapar o fogo, cabe na definição de incendiarismo, mas não é fogo posto).
Já nem estou a falar do facto do número de ignições não ter qualquer relevância na área ardida, para o fogo maior registado no país, o de Arganil, bastou uma ignição que, por acaso, até terá resultado de uma trovoada (até podia ser fogo posto, é irrelevante, o que é relevante é saber por que razão um fogo se mantém activo mais de dez dias e queima mais de sessenta mil hectares, antes de se extinguir).
O que me interessa é realçar esta característica do jornalismo: o Observador dá voz aos melhores especialistas do assunto que existem no país, ouve-os calma e extensamente, explicam demorada e pormenorizadamente o problema e, depois, na sua redacção, há alguém que acha inútil recorrer a toda a informação recolhida, acha inútil usar os contactos que o Observador tem de dezenas de pessoas que sabem do assunto, fazendo uma peça que reflecte as convicções do jornalista, diga o que disser quem sabe incomparavelmente mais do assunto.
Não é uma crítica ao Observador, bem pelo contrário, até é dos mais equilibrados, é uma crítica à arrogância do jornalismo actual, que se recusa a aceitar que, sendo os jornalistas generalistas, em assuntos complexos será avisado recorrer a quem sabe para evitar estar a produzir peças jornalísticas ao nível de qualquer comentário num táxi ou ao nível de André Ventura.
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