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"Na sequência do assassínio de Odair Monis por um polícia".
Ana Sá Lopes tem um problema sério como jornalista, que é a sua dificuldade em ver para além do seu umbigo e da sua bolha social, exemplarmente demonstrada nesta caso sobre o qual fiz um post há tempo.
O que não se lhe pode negar é um talento literário que decorre de saber o peso das palavras (lembro-me do que escreveu a propósito da morte da sua ex-sogra, de que sempre gostei muito, um texto muito bom), e por isso não é com certeza por engano que usa o termo "assassínio" na frase com que começo este post.
Ana Sá Lopes sabe perfeitamente que um assassinato é um homicídio intencional, de maneira geral premeditado, e sabe muito bem que não foi nada disso que aconteceu em relação a Odair Moniz.
O que se passa é que Ana Sá Lopes vive num mundo privilegiado e protegido, rodeada de amigos e colegas de trabalho como ela, cuja relação com a realidade é contingente, e quando escreve a frase acima o que está a fazer não tem qualquer preocupação de relação sólida com a realidade, o que pretende é criar um sentimento de ódio pela polícia, porque isso corresponde à sua visão política romântica a partir da qual Ana Sá Lopes se apresenta a si própria como um modelo moral.
"A questão é tão grave, tão grave, que o PS ficar calado sobre a aprovação, pela Câmara de Loures, da proposta do Chega transforma-se numa rendição aos discursos da direita populista radical", escreve Ana Sá Lopes, demonstrando que a realidade não lhe interessa nada, só os discursos lhe interessam.
Ana Sá Lopes (que aqui tomo como um mero exemplo ilustrativo da generalidade do jornalismo completamente viciado no diz que disse e sem qualquer preocupação de compreender a realidade) não quer saber se o êxito eleitoral do Chega resulta de ser uma resposta a problemas reais de milhares de pessoas, não quer saber se o autarca de Loures reconhece ter um problema em alguns bairros do seu município, não quer saber se há casas indevidamente ocupadas, se há uma ausência da lei que prejudica sobretudo os mais pobres e frágeis em alguma zonas das grandes cidades, não quer saber que soluções podem existir para uma melhor integração social e para diminuir o peso da desvantagem social de quem vive em algumas zonas da cidade, não vai lá passar uns dias em reportagem sem assinalar a sua condição de jornalista, tal como nunca quis saber se a gestão de hospitais públicos por privados tinha vantagens ou não, até ter de usar os serviços de um deles.
A Ana Sá Lopes só interessa uma coisa: garantir que o que pensa é o que está nos discursos de terceiros, manipulando o que escreve de forma a desqualificar toda a gente que possa contestar esse discurso, porque Ana Sá Lopes não tem a menor dúvida de que as boas pessoas pensam como ela e, se não pensam, é porque são carneiros acéfalos à mercê dos discursos de terceiros.
Insisto, este é só um retrato de boa parte do jornalismo, o jornalismo que chama assassinato à morte de uma pessoa numa operação policial, sabendo que mesmo que se esteja longe, muito longe, de saber como tudo se passou, seguramente não foi um assassinato.
Um típico discurso populista e demagógico que é dominante nas redacções dos jornais.
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