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A vitória de Bolsonaro veio confirmar que há um movimento global de recomposição política e que um certo nacionalismo iliberal, historicamente associado à direita, continua a ganhar votos e eleições um pouco por todo o lado. Vale para Bolsonaro, mas também para Trump, Salvini, a AfD ou, em menor medida, o Brexit. É uma completa ilusão de óptica fora do Ocidente, ou seja, com Putin e Erdogan, herdeiros de nacionalismos imperiais de forte base ideológicaa ou carismática (o czarismo e o estalinismo na Rússia, o Império otomano e Ataturk na Turquia). Os comentadores da direita liberal (vamos simplificar) tendem a culpar a esquerda pelo fenómeno. Não vou bater mais no ceguinho. Mas o que esta direita, mais tarde ou mais cedo, terá de fazer é o esforço intelectual de compreender porque é que também ela está em recuo. Líderes moderados como May ou Merkel parecem acossados pela ala radical dos seus partidos. O centro-direita tradicional perde terreno em Espanha, França, Itália, Inglaterra, Holanda, países escandinavos, EUA, Brasil.
Onde é que falhámos? Onde é que está a voz da direita da liberdade e da responsabilidade individuais, defensora da sociedade aberta mas também da soberania, desconfiada tanto do proteccionismo como do federalismo, avessa a fronteiras fechadas mas não a fronteiras, respeitadora da instituição militar e de que a instituição militar se dê ao respeito, amiga da sociedade civil e do pluralismo político, crítica da engenharia social mas não do Estado social, partidária da economia livre e da regulação económica, favorável à liberdade de imprensa e à liberdade de não ler a imprensa, avessa a causas fracturantes e a confessionalismos, oposta a políticas identitárias e a qualquer desigualdade perante a lei, atenta aos clássicos e à arte moderna não subsidiada?
A culpa não é só do Lula. Churchill venceu Hitler e Reagan o comunismo. Talvez a direita democrática, hoje, tenha a missão histórica de vencer a própria inércia.
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