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A comunicação social que temos

por Corta-fitas, em 07.09.25

A SIC N ofereceu-nos esta noite um debate muito instrutivo, esclarecedor e diversificado sobre a tragédia que aconteceu e responsabilidades sobre o sucedido, e tudo isto apenas com os com seus funcionários, com a prata da casa (ou latão, melhor dizendo): o jornalista ou locutor cujo nome não me lembra e não merece que perca tempo em ir verificá-lo, o Paulo Baldaia, Eunice Lourenço e Pedro Marques Lopes.

Quatro pares de olhos centrados num único alvo, Carlos Moedas. Extraordinário! Não percebo a razão pela qual não alargaram o debate, por exemplo a João Soares e a Pedro Nuno Santos, para maior largueza ou amplitude de opiniões e assim esclarecerem melhor as pessoas que se dão ao trabalho de verem o canal. Eu dou-me a esse esforço mas apenas porque tenho um especial sentido de humor e gosto de ter matéria-prima fácil e gratuita para me divertir e escrever.

Por qualquer motivo que informaticamente desconheço, sou informado de várias “notícias” de diversos órgãos de comunicação social. De entre os bombardeamentos de hoje, recebi uma “coisa” da CNN, um escrito alegadamente de Anselmo Crespo, onde se dizia que ele teria dito, e agora entre aspas, “Anacoreta Correia veio fazer uma triste figura. Se acha que é o responsável político pela tragédia em Lisboa só tem de se demitir.”

Aquilo bateu-me forte, fortemente, como quem chama por mim. Gente não era certamente e a chuva não bate assim pelo que fui ver. Na verdade achei estranho e, conhecendo bem a categoria, honestidade e seriedade de Filipe Anacoreta Correia, não acreditei no que estava a ler e tive de confirmar.

Ao contrário do que afirmava falsamente Anselmo Crespo na mensagem que recebi da CNN, Filipe Anacoreta Correia não disse que se achava “o responsável político pela tragédia em Lisboa” nem tem, obviamente, de se demitir.

O que Filipe Anacoreta Correia disse foi que era ele quem tinha os pelouros da mobilidade e das empresas municipais (como é o caso da Carris) e que “Se é para apurar responsabilidades políticas, elas devem ser apuradas em mim, de forma inequívoca”, e não sobre Carlos Moedas.

Acrescentou ainda Filipe Anacoreta Correia que não hesitaria em demitir-se se houvesse qualquer indicação de que houve falhas de índole política (que não se verificou, tanto quanto se sabe até agora), que ainda não há qualquer dado objectivo que permita imputar responsabilidades políticas a quem quer que seja (que não há, até ao momento) e que era necessário esperar pelos resultados da investigação (como é evidente), tendo também reforçado (e obviamente) a autonomia operacional da Carris.

Esclareceu também que não tinha conhecimento de quaisquer queixas de sindicatos da Carris sobre falhas na manutenção e que tinha tido este trimestre uma reunião com sindicalistas e que nenhum lhe tinha comunicado essas supostas queixas.

De forma que, na posse dos dados que existem, eu posso dizer, tal como o Ministro disse do Reitor, que Anselmo Crespo é um mentiroso e que da próxima vez que se referir a Filipe Anacoreta Correia deve lavar antes, e bastante bem, a sua boquinha com sabão como a Mamã Dalton fazia ao Averell.

A comunicação social queixa-se de não ser levada a sério, de não ser ouvida, lida, vista ou comprada. Acontece que certa comunicação social deixou de ser uma fonte de informação séria e independente para ser uma activista e agente política que prefere, ao invés de noticiar, influenciar e levar a cabo as suas pretensões, quaisquer que elas sejam.

Como pretende ela ter o mínimo de credibilidade?

Vasco Lobo Xavier


19 comentários

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De Filipe Costa a 07.09.2025 às 14:15

Tanta conversa para quê? Lembra-se de 2017? Morreu mais de uma centena de pessoas, quem se demitiu? O  PM? O PR? Os presidentes de camara? Os responsaveis da Proteção civil? Quem?


Acho piada a esta gente que enche a boca com Jorge Coelho e as mortes em etre-os-rios, demitiu-se, que lindo, e depois? Ressuscitou os mortos?
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De Anónimo a 07.09.2025 às 16:26

"Quem?", Demitiu-se a MAI.


Claro que as demissões não resolvem nada, pena que o Moedas e o Montenegro esqueçam os pedidos de demissão que fizeram quando estavam na oposição ou eram candidatos.
Mas a pandilha laranja que não se preocupe, não vai haver demissões. Foi o  que se verificou no governo anterior com a MAI e a MS, saga que agora continua independentemente de mortes e barracas que se vão sucedendo. A culpa é sempre dos outros, os anteriores, ou de alguém atual, mas nunca deles.


PS: Quem encheu a boca com o Jorge Coelho no tempo do Medina ... foi o Moedas.
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De Tiro ao Alvo a 07.09.2025 às 23:28

Hoje, o Observador, deu antena a um tal Brilhante Dias, do PS, que veio pedir a demissão do Moedas, a propósito do desastre no Elevador da Glória, em nome da coerência, uma vez que este havia pedido a demissão do Medina, quando se soube que a Câmara de Lisboa informava os governos da Rússia e da Venezuela, denunciando os nomes dos responsáveis pelas manifestações anti os governos daqueles países, que então aconteciam em Lisboa, procedimento estava a pôr em perigo a vida dessas pessoas - lembremo-nos  que o governo da Rússia costumava "perfumar" os seus adversários políticos. 

Ou seja, hoje o Observador não teve um dia brilhante, uma vez que as situações não são comparáveis e em se falando em responsabilidades políticas, os erros da Câmara de Lisboa, ao tempo do Medina, politicamente eram muitíssimo mais graves. 

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De Anónimo a 08.09.2025 às 23:33

"politicamente eram muitíssimo mais graves. ", pela doutrina atual do Moedas, nem por isso, uma vez que Medina nada teve a ver diretamento com o fornecimento indevido de informação. Assim Moedas também se desculpa se nada tiver a ver diretamente com a causa do acidente.
Quanto a gravidade de ambos os casos, no atual morreram 16 pessoas e 21 ficaram feridas, algumas com gravidade.
Quantas morreram ou ficaram feridas com o fornecimento indevido de infomação?
Estamos falados, certo?
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De Raposo a 07.09.2025 às 16:42

Ou ficou para resolver o problema?
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De Anónimo a 08.09.2025 às 08:12

Como se o Moedas fosse recolver o que quer que seja.
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De Raposo a 08.09.2025 às 14:23

Para os trolls, jornalistas incluídos, tudo se resolve a pedir cabeças dos responsáveis, principalmente se forem os da côr, ou do credo, errados. A demissão é a saída mais fácil. Ficar, encarar o problema e contribuir para a solução é o mais difícil. O que, na verdade, está para além da compreensão da trollada jornalístico/enxameadora de blogs ...
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De Anónimo a 07.09.2025 às 19:00


Quando o Jorge Coelho se demitiu, não foi para assumir responsabilidades, mas para fugir a responsabilidades!...
Teria assumido responsabilidades, se de imediatamente tomasse medidas para tentar resolver o que ainda fosse possível.
Assim, fugiu e os outros que se desenrrascassem!...
Ele tratou foi de arranjar um bom emprego, quem sabe se, com base nos conhecimentos que obteve enquanto ministro!... 

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