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A co-adopção e o direito a um pai e uma mãe

por João Távora, em 18.01.14

Infelizmente, o circo político criado em torno da co-adopção e as “habilidades” criadas por alguns deputados do PS, que só se parecem preocupar com a agenda ideológica esquecendo o País e as dificuldades reais dos portugueses, veio colocar as indefesas crianças no centro de uma discussão para a qual elas nada podem fazer para ser ouvidas.

No entanto, rapidamente vários pseudointelectuais se vieram arrogar em defensores dos direitos dos homossexuais em adoptar, imagine-se, ignorando os direitos das crianças a ter um pai e uma mãe.

Na minha opinião, o desejo a co-adoptar dos adultos nunca se pode impor aquilo que aos olhos da ciência parece ser o melhor para as crianças.

O Parlamento e o Estado devem essencialmente regular e defender os direitos das crianças a terem uma família o mais parecido com a família natural, é isso que diz o instituto da adopção, e não fazer ciência, o que compete às universidades e às academias, sendo estas que se devem pronunciar através de estudos até porque têm competências e conhecimentos para o fazer.

Vejamos, pegando por exemplo na análise da Ordem dos Psicólogos, (1) esta inclui autores com publicações em revistas sem qualquer indexação nacional ou internacional e em publicações menores, para ignorar por completo autores de referência mundial que publicaram nas melhores revistas internacionais, em 2012, como Mark Regnerus (2) ou Lorens Marks (3), com dois importantes estudos: um mostrando claramente que as crianças criadas por pessoas do mesmo sexo têm resultados significativamente piores nas dimensões sociais, emocionais e relacionais e o outro onde os estudos que defendiam não existirem diferenças eram constituídos por amostras muito reduzidas e não representativas com falhas metodológicas graves.

De referir ainda que apenas cerca de metade das referências (52.8%) fazem parte da lista apresentada de publicações revistas por pares com factor de impacto, o que é manifestamente pouco.

Como se isto não bastasse para facilmente colocar em causa a forma como chegaram às conclusões, onde claramente não encontram nada que obste à co-adopção, parece terem-se esquecido do principal. É que o que este diploma da co-adopção implica, entre outras coisas, é a filiação forçada das crianças a ter dois pais ou duas mães, e isso não é referido de forma evidente, não se explicando se este facto que vai ser imposto às crianças é ou não prejudicial ao seu desenvolvimento, à sua construção da identidade e da personalidade e às suas relações sociais.

Só por isto, qualquer um de nós deve ter a prudência e o bom senso suficientes para perceber que no mínimo é cedo para avançar para uma engenharia social arriscada como a co-adopção.

A forma apresentada, por alguns, para concluir um apoio explícito à co-adopção, ignorando importantes estudos recentes e o uso de um argumentário que afirma, entre outras coisas “que os homossexuais são tão bons pais e cuidam tão bem de crianças como os heterossexuais…” é infeliz e desprovido de qualquer senso.

Todos sabemos que não é isto que está em causa! Apesar de se saber que o melhor meio familiar para as crianças crescerem é com um pai e com uma mãe, não está em causa neste diploma legal se a criança pode ou não viver com duas pessoas do mesmo sexo ou com orientações sexuais homo ou bissexuais.

O que tem de contar para a decisão é se uma criança forçada a ter uma filiação de dois pais ou duas mães vai ter pelo menos as mesmas oportunidades para o seu desenvolvimento do que as crianças sem essa imposição!

Francamente, é que à Mulher de César não basta ser séria é preciso parecê-lo!

 

Abel Matos Santos

Psicólogo Clínico e Sexologista

Originalmente publicado aqui


5 comentários

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De Rui Sousa a 18.01.2014 às 20:30

O estudo de Mark Regnerus aqui citado foi desacreditado pela Ordem dos Sociólogos Americana a que ele pertence e por várias instituições de investigação psicológica, revelando falhas na metodologia utilizada e suspeitas de fraude na aceitação da sua publicação, além do financiamento de uma organização anti-casamento gay. O mesmo acontece com o estudo de Marks, que aliás o primeiro cita. 
Não percebi o penúltimo parágrafo: uma criança mentalmente sã, criada num ambiente familiar próspero e sem problemas económicos e afectivos é mais propensa a ter problemas sociais e comportamentais por ser filho de gays e lésbicas? A conclusão é rebuscada
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De DS a 19.01.2014 às 03:28

Pior do que o que disse, é o facto do estudo de Regnerus afinal não comparar casais hetero com casais homoparentais, apenas põe-se a jeito para ser interpretado dessa forma (era o que dava jeito na altura, em tempo de discussão da DOMA nos EUA).


O Abel Santos ainda tem trabalho e credibilidade ou está desesperadamente à procura de um tacho?
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De Florindo Ramos a 05.02.2014 às 18:16

para uma reflexão séria e profunda do tema: 
http://portugal100desculpas.blogspot.pt/
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De Lura do Grilo a 18.01.2014 às 22:22

Naturalmente estes estudo não convenientes ao mainstream tentam sempre ser desacreditados: os métodos são os soviéticos. Até a genética foi desacreditada na URSS pelo jardineiro Lysenko. De facto grande parte das investigações realizadas em sentido contrário estão ligadas a grupos de pressão esquerdistas. Lembremos um inquérito on-line na UE convidando homossexuais a testemunhar se foram ou não vítimas de discriminação! Os resultados obviamente eram previsíveis. 


Só mentes tacnhas poderão negar o facto de uma criança que cresce com um pai e uma mãe -duas pessoas diferentes com reacções diferentes a uma mesma situação familiar, diferentes sensibilidades, diferentes problemas de saúde, diferentes posturas perante a vida, diferentes capacidades- sai mais enriquecida do ambiente familiar que aquela que vive num ambiente monocórdico.


Aliás basta ver o jogo de uma criança que busca no pai ou na mãe uma determinada regalia: ela escolhe qual o progenitor que lhe oferece mais garantia aprendendo a avaliar, estudar a abordagem e julgar a qualidade das suas opções.


 
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De pvnam a 19.01.2014 às 01:13

—» Deixem os homossexuais ficar na deles… preocupem-se, isso sim, é com MUITA CONVERSA ABANDALHADA QUE ANDA POR AÍ:
- pessoal que não se preocupa com a construção duma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher)… critica a repressão dos Direitos das mulheres… todavia, em simultâneo, para cúmulo, defende que… se deve aproveitar a ‘boa produção’ demográfica proveniente de determinados países [nota: 'boa produção' essa... que foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres - ex: islâmicos]… para resolver o deficit demográfico na Europa!?!?!
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Uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum. Uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço.
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A Luta pela Sobrevivência envolve:
-1- capacidade de renovação demográfica;
-2- capacidade de defesa perante aqueles que pretendem ocupar e dominar novos territórios.
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—> Naturalizar ficava muito mais barato… só que o caminho a seguir tem de ser outro:
- Direito à Monoparentalidade em vez de naturalização…
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.
De facto, o caminho a seguir para resolver o problema demográfico deverá ser… uma boa gestão dos recursos humanos… e não… a nacionalização da ‘boa produção’ demográfica daqueles (ex: islâmicos) que tratam as mulheres como uns ‘úteros ambulantes’!!!
.
Existem muitos homens sem filhos ['por isto ou por aquilo' não agradam ás mulheres; adiante] que devidamente motivados/acompanhados… poderiam ser óptimos pais solteiros!!!
A ausência de tal motivação/acompanhamento não só é uma MÁ GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS da sociedade… como também, um INJUSTIÇA HISTÓRICA que está grassando nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas.
.
É errado estar a dizer «a Europa precisa de crianças, não de homossexuais»… isto é, ou seja… a Europa precisa de pessoas (homossexuais e heterossexuais) com disponibilidade para criar crianças!
É UMA MUDANÇA ESTRUTURAL HISTÓRICA DA SOCIEDADE: os homens poderão vir a ter filhos… sem repressão dos Direitos das mulheres; leia-se: O ACESSO A BARRIGAS DE ALUGUER.
.
NOTA 1: Quando se fala em Direitos das crianças… há que ver o seguinte: muitas crianças (de boa saúde) hão-de querer ter a oportunidade de vir a ser pais… oportunidade essa que lhes é negada pela ‘via normal’.
NOTA 2: Não é difícil de perceber -> a repressão dos Direitos das mulheres foi/é um truque que permitiu (permite) alcançar uma vantagem competitiva demográfica… e mais: o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era – tendo em vista melhorar a luta pela sobrevivência – proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; ver o blog «http://tabusexo.blogspot.com/»}

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