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A clivagem central

por henrique pereira dos santos, em 16.01.18

Não faço ideia, penso que ninguém faz (duvido de que o próprio faça) de como vai evoluir o PSD e, ao contrário de muito do que tenho lido, acho relativamente indiferente se o PSD (ou o PS, ou qualquer outro partido) desaparece amanhã: ou os partidos representam alguma coisa socialmente, ou o seu desaparecimento só é um problema para os seus aparelhos e outros mais úteis aparecerão.

A clivagem central que me interessa é entre os que, como o actual primeiro ministro e seus apoiantes, acham que é razoável andar a jogar à roleta com as finanças públicas e os que acham que é mais sensata uma gestão prudencial dos dinheiros públicos, isto é, do dinheiro dos contribuintes.

Não se trata de limitar as opções políticas a esta questão, dentro de cada uma destas opções há milhares de maneiras de fazer uma gestão de casino ou uma gestão prudencial das finanças públicas.

Por exemplo, pode-se defender a privatização da Caixa Geral de Depósitos ou a sua capitalização com dinheiro dos contribuintes, que são opções políticas diferentes, quer num contexto prudencial, quer jogando com a sorte.

Só que em Portugal, infelizmente, ainda há quem tenha poder e faça a opção de contar com o petróleo barato, os juros baixos, o crescimento dos nossos parceiros económicos para comprar votos usando liberalmente os dinheiros públicos, esperando que os ventos favoráveis se mantenham o tempo suficiente para que o exercício do poder compense.

Quem vier atrás que feche a porta e resolva depois os problemas de não ter margem para gerir, sem dor excessiva, os tempos de maré vaza.


3 comentários

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De JS a 16.01.2018 às 11:53

Esta clivagem só é possível porque se vive num sistema político que não permite nem a seleção directa dos deputados nem, muito menos, a perca de mandato -por via eleitoral- de um deputado. Pura impunidade.
Em vez de ser o eleitor, no seu círculo eleitoral, a escolher e/ou regeitar um candidato o actual sistema político tenta agora inventar uma impossível, mesmo caricata, auto-purificação. "Uma nova entidade" !!!. Apenas irá criar mais um abscesso no sistema político. Os partidos reconhecem a existência de erros dentro do sistema político. Mas, obviamente, por auto-sobrevivência, nunca se irão auto-corregir
.
Quando afinal a solução é simples e necessária.
Candidatos a ser eleitos directamente, em nome -independentemente do partido político que os apoia- no seu círculo eleitoral, num boletim de voto em que o candidato com mais votos será o eleito, deputado. Mandato pessoal intransmissível.
A composição dos círculos eleitorais deverá ter um número de eleitores semelhante por círculo. Feitas as contas cerca de 40.000 por círculo eleitoral, para o presente (discutível) número de deputados.
...
No fim de um mandato como deputado de um círculo eleitoral, ou se merece, ou não, a re-eleição.
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De José Monteiro a 16.01.2018 às 20:21

 Peço desculpa pelo excessivo espaço-sem lugar no Expresso, ao tempo.

 

AC have a dream

 

Novembro, aniversário do dramático dia 25 na calçada da Ajuda, com meio país político a ver realizado o sonho do major Melo Antunes: o partido comunista a participar na normalização do regime, via António Costa – If…socorrendo-me de Kipling.

Se, sendo a experiência a medida de todas as coisas, realismo e bom senso se conjugarem, fazendo por corrigir erros do governo antecedente e admitindo da necessidade de muitas das medidas tomadas sob pressão dos inócuos PEC anteriores.

Se, em vez de promessas irrealistas de campanha eleitoral, houver o auto-domínio de temporariamente nada mudar, para que algo possa depois melhorar.

Se, após um tempo de verificação de dados vindos do governo anterior, puder concluir-se honesta e fundamentadamente: início de reduções nas contribuições e impostos atingidos na última legislatura - a população terá aqui alguma recuperação de rendimentos; mantendo-se o crescimento económico previsto, iniciar as reposições dos cortes de salários e pensões verificados na última legislatura.

Se, sabendo esperar por uma exaustiva verificação de dados até à elaboração do OE 2017 (17), os valores das despesas do Estado se mantiverem inalterados, corrigindo de vez o uso das demagogias, eleitoral ou governamental, do Portugal à deriva das décadas anteriores.

Se, numa nova forma de fazer política, for capaz de tirando o poder a quem aparentemente o ganhou em 4Out15, nem por isso deixar de lhe reconhecer o papel tido no reequilíbrio das contas do Estado.

Se souber convencer parceiros a esperar, amenizando o canto de sereia sussurrado ao ouvido esquerdo e temperando, tanto a força do olhar vibrante de lady Catarina, como o olhar sério de mister Jerónimo.

Do Compromisso Portugal duvidoso a uma Santíssima Trindade improvável, que fazer?

 

Contas externas (Agosto): superavit conjunto das Balanças Corrente e de Capital a +20,3%; Balança Corrente a +343%; na Balança Corrente, défice dos Bens diminuiu de € 5.770,3 milhões para € 5.603,6 milhões; superavit dos Serviços a +3%, rubrica Turismo a +11,6%; défice dos Rendimentos a -15,3%; Balança de Capital de superavit inferior ao de 2014: € 1.486,4 milhões    contra € 1.744,5 milhões…ligado à chegada de fundos estruturais (Tavares Moreira, blog 4ª República)

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De Anónimo a 16.01.2018 às 22:15

"Quem vier atrás que feche a porta e resolva depois os problemas de não ter margem para gerir, sem dor excessiva, os tempos de maré vaza".

Ora aqui está a plena justificação para o que sucedeu em 5 de Julho de 1931 e que terá que ocorrer lá mais para diante, obrigatoriamente.

Ou talvez não.
As sucessivas compras por estrangeiros de: casas, terrenos, herdades e outros bens,somados à hiper-dívida, obriguem os futuros portugueses a chamar de sua apenas a rua onde moram.

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