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Não faço ideia, penso que ninguém faz (duvido de que o próprio faça) de como vai evoluir o PSD e, ao contrário de muito do que tenho lido, acho relativamente indiferente se o PSD (ou o PS, ou qualquer outro partido) desaparece amanhã: ou os partidos representam alguma coisa socialmente, ou o seu desaparecimento só é um problema para os seus aparelhos e outros mais úteis aparecerão.
A clivagem central que me interessa é entre os que, como o actual primeiro ministro e seus apoiantes, acham que é razoável andar a jogar à roleta com as finanças públicas e os que acham que é mais sensata uma gestão prudencial dos dinheiros públicos, isto é, do dinheiro dos contribuintes.
Não se trata de limitar as opções políticas a esta questão, dentro de cada uma destas opções há milhares de maneiras de fazer uma gestão de casino ou uma gestão prudencial das finanças públicas.
Por exemplo, pode-se defender a privatização da Caixa Geral de Depósitos ou a sua capitalização com dinheiro dos contribuintes, que são opções políticas diferentes, quer num contexto prudencial, quer jogando com a sorte.
Só que em Portugal, infelizmente, ainda há quem tenha poder e faça a opção de contar com o petróleo barato, os juros baixos, o crescimento dos nossos parceiros económicos para comprar votos usando liberalmente os dinheiros públicos, esperando que os ventos favoráveis se mantenham o tempo suficiente para que o exercício do poder compense.
Quem vier atrás que feche a porta e resolva depois os problemas de não ter margem para gerir, sem dor excessiva, os tempos de maré vaza.
Peço desculpa pelo excessivo espaço-sem lugar no Expresso, ao tempo.
AC have a dream
Novembro, aniversário do dramático dia 25 na calçada da Ajuda, com meio país político a ver realizado o sonho do major Melo Antunes: o partido comunista a participar na normalização do regime, via António Costa – If…socorrendo-me de Kipling.
Se, sendo a experiência a medida de todas as coisas, realismo e bom senso se conjugarem, fazendo por corrigir erros do governo antecedente e admitindo da necessidade de muitas das medidas tomadas sob pressão dos inócuos PEC anteriores.
Se, em vez de promessas irrealistas de campanha eleitoral, houver o auto-domínio de temporariamente nada mudar, para que algo possa depois melhorar.
Se, após um tempo de verificação de dados vindos do governo anterior, puder concluir-se honesta e fundamentadamente: início de reduções nas contribuições e impostos atingidos na última legislatura - a população terá aqui alguma recuperação de rendimentos; mantendo-se o crescimento económico previsto, iniciar as reposições dos cortes de salários e pensões verificados na última legislatura.
Se, sabendo esperar por uma exaustiva verificação de dados até à elaboração do OE 2017 (17), os valores das despesas do Estado se mantiverem inalterados, corrigindo de vez o uso das demagogias, eleitoral ou governamental, do Portugal à deriva das décadas anteriores.
Se, numa nova forma de fazer política, for capaz de tirando o poder a quem aparentemente o ganhou em 4Out15, nem por isso deixar de lhe reconhecer o papel tido no reequilíbrio das contas do Estado.
Se souber convencer parceiros a esperar, amenizando o canto de sereia sussurrado ao ouvido esquerdo e temperando, tanto a força do olhar vibrante de lady Catarina, como o olhar sério de mister Jerónimo.
Do Compromisso Portugal duvidoso a uma Santíssima Trindade improvável, que fazer?
Contas externas (Agosto): superavit conjunto das Balanças Corrente e de Capital a +20,3%; Balança Corrente a +343%; na Balança Corrente, défice dos Bens diminuiu de € 5.770,3 milhões para € 5.603,6 milhões; superavit dos Serviços a +3%, rubrica Turismo a +11,6%; défice dos Rendimentos a -15,3%; Balança de Capital de superavit inferior ao de 2014: € 1.486,4 milhões contra € 1.744,5 milhões…ligado à chegada de fundos estruturais (Tavares Moreira, blog 4ª República)
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