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A ciência, só quando convém

por Jose Miguel Roque Martins, em 29.11.23

Em Portugal, nos tempos do COVID, António Costa tomava decisões com base na ciência. Uma ciência caseira e com falta de sustentação estatística que a apoiasse, dada a novidade da questão. Não obstante, como era a ciência que existia, de forma categórica fundamentava as decisões do Governo. 

Há casos em que não há novidade no que é estudado, que ilustríssimos economistas estudaram, baseados em ampla evidencia , fundamentada em estudos que mereceram a publicação nas melhores revistas cientificas e que até mereceram, pela sua clareza e importância, prémios Nobel da Economia. 

Um desses casos amplamente estudados centra-se em que áreas deve o Estado providenciar o serviço publico directamente, quer em termos de capital, quer em termos de administração directa dos serviços públicos. A base cientifica é clara, abundante, sem margens para equívocos.

 Tudo que diga respeito a bens de capital ( hospitais, prisões, estradas, pontes etc), devem ser feitas directamente pelo Estado. O racional é simples, não há entidades que cobrem menos custos de capital do que o Estado consegue obter no mercado, que não cobrem um prémio de risco, que não tenham que não ter uma margem de lucro, isto já não falando da possível corrupção.  Em Portugal, as PPP que fizemos foram na sua grande maioria exactamente em bens de capital ( sobretudo estradas e pontes). 

Tudo o que diga ao funcionamento e gestão de um serviço, deve ser feito através de encomendas ao sector privado que, tradicionalmente, mesmo conseguindo um lucro, acaba por providenciar melhores ou idênticos serviços a um preço inferior. Em Portugal, tivemos exactamente essa experiência com as PPP na Saúde, infelizmente terminadas por, possivelmente,  provarem isso mesmo. 

Acreditamos na ciência e nos factos quando apoiam as nossas convicções ( ou interesses próprios). Desvalorizamos a Ciência quando vai contra as nossas convicções ou o conhecimento de uma excepção que não confirma a regra. 

Os países que seguem a ciência económica são dos mais prósperos e atraem todo o tipo de imigrantes, dando-se ao luxo de os escolher. Os outros, como Portugal, têm o que escolheram e são países de emigração. 


13 comentários

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De IMPRONUNCIÁVEL a 29.11.2023 às 23:38

Há neste Post algumas questões que a Ciência interroga.

1 – O que é para a Ciência a “ciência económica”? E que grau de certeza ou validade científica possui?

1.1 – Por exemplo, perante os diferentes «valores» atribuídos ao dinheiro e aos bens e serviços (uma sardinha, um pão de trigo, um barril de petróleo, uma broa de milho, o acesso a uma habitação condigna, o acesso aos cuidados de saúde básicos, a remuneração de um médico que faz o mesmo num país do que outro noutro, o valor do ordenado de um engenheiro que faz uma obra do mesmo tipo num país ou noutro, o preço de uma metralhadora, o valor de 1 litro de água potável, o conhecimento de matemática e física, etc.) como calcular CIENTIFICAMENTE o que é mais próspero e tem maior e menor valor?

2 – “Escolher emigrantes” ou «fazer estancar a imigração»? Qual é para a Ciência a situação atual nesses países ditos “mais prósperos”?

2.1 – O fluxo migratório não funciona para a Ciência como os vasos comunicantes? E nesse processo migratório a nível mundial, onde estão os fluxos?

2.2 – De acordo com a Ciência, como funciona esse fluxo migratório, se a atual população da Ásia é de 4.417 milhões de pessoas; a da «Europa, EUA e Canadá» é de 1.120 milhões; a da África Subsaariana de 1.152 milhões; a da América Latina e Caraíbas de 658 milhões; a do «Norte de África e Ásia Ocidental» de 549 milhões; a da «Austrália e Nova Zelândia» de 31 milhões; a dos «Outros Países da Oceânia» de 14 milhões? Sendo o «total da população mundial» em 2022 de 7.942 milhões de pessoas.

2.3 – De acordo com a Ciência, na China, não são reconhecidos oficialmente 56 grupos étnicos distintos? Três dessas 56 etnias não possuem mais pessoas do que toda a população de Portugal, e quatro quase lá chegam? Na China não são falados centenas de dialectos diferentes, sendo doze os principais (mandarim, wu, yue, min, xiang, gan, hacá, zhuang, mongol, tibetano, uigur, hmong)? As religiões legalmente oficializadas não são cinco (budismo, taoísmo, catolicismo, protestantismo e islamismo)?

2.4 – E na Rússia, de acordo com a Ciência, não existem oficialmente 160 grupos étnicos, que falam 100 idiomas diferentes, e são reconhecidas oficialmente quatro religiões (Igreja Ortodoxa, islamismo, budismo e judaísmo)?

2.5 – E na Índia?

3 – Portanto, o que a Ciência interroga, é essa afirmação do Post, de que uns escolhem e os outros não. O que a Ciência interroga é «se escolhem» ou «se são escolhidos».

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