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Salvo raras excepções (por exemplo, António Costa, no ECO), o que tenho lido sobre a cerca diz mais sobre o jornalismo que sobre a cerca sanitária a Lisboa, o governo e a epidemia.
Se dúvidas houvesse de que é de uma cerca sanitária que se trata, o próprio governo o confirma ao negar logo à cabeça que se tratava de uma cerca sanitária a um terço da população do país, mas boa parte do jornalismo continua a falar do assunto como se houvesse dúvidas de que se trata de uma cerca sanitária.
Do que li, falam da impossibilidade de sair e entrar da Área Metropolitana de Lisboa, uma absoluta idiotice tendo em atenção que qualquer pessoa pode entrar e sair da Área Metropolitana de Lisboa porque a medida é simplesmente impossível de fiscalizar. Ou seja, boa parte dos jornalistas tratam as palavras como factos, em vez de procurarem as palavras que melhor descrevam os factos.
Esquecem-se de discutir a utilidade de uma cerca sanitária ao fim de semana, que abrange um terço da população de Portugal, mas tem 18 excepções, incluindo a de qualquer outro assunto de imperiosa urgência, esquecendo-se de chamar a atenção para o absurdo do discurso do poder sobre o assunto, que cavalga o absurdo da medida em si.
E tão lestos em procurar motivações escondidas para tudo o que os políticos que não são da corda fazem, esquecem-se de escrever nas altas parangonas dos seus jornais: "Uma não-medida para "mostrar" ao resto do país que a capital e arredores também são penalizados como os outros concelhos quando a incidência e o Rt sobem. Fingimento, nada mais do que isso, porque os pontos de fuga desta não-cerca sanitária são vastos e, que se saiba, não estão previstas coimas.", citando um amigo que de Bragança topa melhor o que se passa na capital que os que Prákistão.
A forma como a generalidade dos jornalistas seguem o cherne e o seu discurso, sem o menor sentido crítico, é triste, triste, triste, mas é sobretudo um exemplo claro da degradação e corrosão institucional em que estamos.
António Costa está há anos na órbita do poder e sempre, desde sempre e constantemente, usou os cargos por onde passou de forma institucionalmente irresponsável, o que seria o menos, mas sobretudo promoveu e incentivou, no partido socialista e no Estado (passe o pleonasmo) uma cultura de desresponsabilização institucional que desemboca no famoso "já posso ir agora ao banco?" que seria motivo de vergonha e chacota numa sociedade assente em instituições fortes e independentes.
Aqui é assim, cada um é como cada qual e todos são como evidentemente.
Sobre este tema o que mais me aborrece é os jornalistas, todos os jornalistas, repetirem que Portugal vai receber mais de uma dezena de milhares de milhões vão ser dados pela UE a "fundo perdido", sem minimamente se questionarem o que é isso do "fundo perdido".
Como é fácil de constatar Portugal não vai receber fundos da UE para gastar como der na real gana aos nossos governantes, sem terem de ser pagos. Os fundos são empréstimos que a UE contrai e que, depois, no seu vencimento, terão que ser pagos com impostos ou com novos empréstimos, empurrando o problema com a barriga, como vem acontecendo há muitos anos. Impostos cobrados a nível europeu que ainda não estão bem definidos, mas que nós, os nossos filhos e netos, teremos que pagar de qualquer maneira.
"A fundo perdido" só se dão esmolas e apenas de alguns euros. Os Estados podem ser mais generosos e dar esmolas maiores, porque vão buscar esses dinheiros cobrando impostos.
Já é tempo de acabarmos com isso do “fundo perdido”. Quem se pode perder somos nós, os pagantes, se os impostos em vez de descerem, subirem.
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