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Quem veja a fotografia aérea da estrada que desabou entre duas explorações de mármore em Borba vê uma amarga metáfora sobre o desleixo nacional e o enorme buraco subjacente. Não é preciso ser engenheiro civil para perceber que aquela estrada deveria ter sido vedada há muito, que houve incúria da autarquia e ganância na exploração das pedreiras de um lado e do outro da velha estrada. E não, este problema não se restringe às autarquias do Portugal profundo ou a insaciáveis empresários de província: é transversal ao nosso País governado de improviso de alto a baixo, um dia de cada vez, fazendo figas para que o vento não mude, que com um muita aldrabice e sorte à mistura vai contornado os grandes desafios que se nos colocam. Ao povo, que não esqueceu e miséria e é pouco dado a responsabilidades, bastam um pouco de circo e um naco de pão. Afinal a catástrofe somos nós, sem rei nem roque.
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