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Já foi aqui mais que dissecada a categórica vitória do Sporting frente ao Benfica por pessoas nisso bem mais competentes do que eu. Este era um daqueles jogos em que os danos duma derrota seriam incomensuravelmente superiores ao benefício da vitória - que confesso me encheu as medidas. De resto, uma vitória que, para sermos justos, tem de ser atribuída também a Bruno Carvalho que ontem não resistiu a proclamar que não se importava de “falar pouco” sendo campeão. Uma política sábia no meio dos tão proeminentes narizes protagonistas deste prometedor Sporting 2015 – 2017. Passada a euforia é só isso que me preocupa.
"Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento."
Lc. 15 - 17
Com a devida vénia ao Duarte Calvão.
Desde a surpreendente contratação de Mário Jardel que o Sporting não gerava semelhante impacto mediático. A contratação de Jorge Jesus de que já se falava mas ninguém acreditava constitui uma assombrosa notícia que ecoa das bocas dos portugueses incrédulos pelas ruas, cafés e empregos por esse hiper-mediatizado Portugal profundo que há muito perdeu a inocência. As notícias que circulam da rede à velocidade da luz para o bolso ou secretária dos portugueses antes de chegarem aos escaparates dos quiosques são mais marcantes pelo espanto que causam do que pela substância que podem espelhar. É a civilização “Jornal do Incrível”. Nesse sentido a transferência dum lado para o outro da 2ª Circular do incontornável personagem nacional Jorge Jesus por Bruno de Carvalho é um golpe de mestre. Se, como tudo indica, o golpe significar uma injecção de capital que potencie a competitividade do plantel leonino. Se, como queremos acreditar, Bruno de Carvalho se souber entender com o novo treinador quando a pressão apertar... Se assim for, na pior das hipóteses, esta história significará simplesmente um estrondoso regresso do filho pródigo.
Publicado originalmente aqui.
Ontem após a vitória da Sporting ao Benfica da da Taça de Honra que não vi, os comentadores da SIC notícias estiveram quase uma hora a comentar a forma de jogar e as saídas do Benfica. Desisto, foi a última vez. E ainda bem que temos agora o Canal Sporting onde os comentários certamente conseguirão ser mais esclarecedores. Ah! E quanto ao jogador eleito o melhor do torneio, o melhor é ficarmo-nos por aquele que marcou mais golos - isso é um dado objectivo.
... porque não existe essa coisa de “1º lugar ex-aequo”, ou “partilhado”. O facto é que mesmo só por uma semana só cabe uma equipa no 1º lugar da tabela classificativa.
Originalmente publicado aqui.
Os dois recentes erros graves cometidos nos jogos com Israel pela Selecção e no derby pelo Sporting são a excepção à regra que caracteriza um guarda-redes de qualidades invulgares como Rui Patrício. Graves erros só acontecem aos guarda-redes de classe, com presença assídua em grandes palcos onde, destacados pelos holofotes, se confrontam com enormes desafios de superação individual.
Promovido à equipa principal do Sporting por Paulo Bento que o conhecia bem dos escalões juniores em que fora seu treinador, Rui Patrício estreou-se em Novembro de 2006 com apenas 18 anos contra o Marítimo com a defesa de um penalti que garantiu a vitória à equipa. Era o culminar dum percurso iniciado aos doze anos quando, transferido de Marrazes do conselho de Leiria de onde é natural, veio para Alvalade ganhar uns trocos.
De origens humildes, Rui Patrício, desde cedo ostenta uma estatura física e de carácter muito acima do vulgar, e vem demonstrando ao longo da sua carreira uma enorme capacidade de trabalho aliada a uma invulgar perseverança; qualidades que, a par do seu inegável talento com os pés e nas alturas, nos levam a acreditar que continuará a destacar-se por muitos e bons anos entre os seus congéneres nacionais. Não fosse o seu nome distinto por ser o de de um herói ímpar do cristianismo, do apóstolo da Irlanda, missionário da Grã Bretanha, Patrício é um nome que cai como uma luva ao defensor das redes da equipa Pátria, lugar que no onze contém uma mística excepcional só comparável à do jogador do outro extremo que marca os golos. Não só por isso um orgulho para os sportinguistas que se reconhecem no coração de Leão que lhe bate ao peito e transparece da camisola das quinas, e tão obscuros sentimentos inflama nos adeptos das equipas rivais.
Ora acontece que a eternidade do Olimpo é privilégio de poucos, só acessível a quem pela fidelidade a uma divisa, a um emblema, logrou conquistar o coração às suas gentes; uma utopia pouco em voga por estes dias em que a lógica mercantilista é preponderante na gestão das carreiras desportivas. Não será esse o caso do Rui Patrício que soube sofrer, crescer e afirmar-se na baliza do Sporting onde sem dúvida por estes dias já deixou marca no coração dos adeptos leoninos e um lugar na história do clube. Onde só falta um “bocadinho assim” até ao Céu: a consumação de um final feliz, que é o título de Campeão Nacional.
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Imagem daqui
Seria triste se não fosse trágico: Daniel Sampaio que com o irmão presidente da república, como outros notáveis do regime há muitos anos rondam os camarotes do poder em Alvalade, aproveita o palco que o seu apelido proporciona para numa lamentável entrevista ao Diário de Notícias fazer a mais baixa intriga política no Sporting.
Mas questiono-me como é possível que uma pessoa supostamente evoluída culturalmente debite pérolas como estas: "O Sporting tem na sua génese uma coisa terrível, ter sido fundado por um visconde". Esta alarvidade atirada à História do meu clube é antes de mais não ter a mínima noção de como no século XIX era tão ou mais vulgar ser Visconde do que hoje Comendador da república, coisa que não tem nada que ver com as origens sociais mas com o reconhecimento do mérito por parte do regime. Esta perspectiva fracturante e divisionista é reafirmada em vários momentos da entrevista do psiquiatra Sampaio, onde no meio de muita lavagem de roupa suja arremessa esta atoarda: “Daqui a um ano posso ter uma má opinião sobre Bruno de Carvalho, mas ele vai ter uma prática diferente. Ele é um homem do povo, não é um marquês. E ainda bem. Estou farto de sportinguistas de consoantes dobradas que deram cabo do clube.” Puro classismo, racismo social, como se as pessoas tivessem responsabilidades nos apelidos que herdam.
Não haverá coisa mais terrível para o Sporting do que fundar o novo capítulo da sua história com uma narrativa de terra queimada, populista, sectária e ressabiada.
Abananados com a profunda crise financeira, o ambiente neste país está cada vez mais insuportável, ressuscitada a luta de classes numa retórica cada vez mais fracturante quase bélica. Um facto lastimável que não gostaria de ver espelhado no meu clube do coração. Como Portugal é de todos os Portugueses, o Sporting é de todos os sportinguistas e nenhum adepto é negligenciável, seja qual for a ideologia que professe ou sobrenome que exiba.
Imagem: José Abrantes - direitos reservados
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Passado algum tempo (demasiado) em que o Sporting vem sendo para mim um assunto profundamente desagradável e com pouco que ver com futebol, eis que estou de volta aos assuntos da bola para umas curtas considerações.
Em primeiro lugar lamentar o triste espectáculo que resultou da comunicação dos resultados eleitorais, condicente com o que se vem verificando nas quatro linhas: um desastre de improvisos e amadorismo gritante. Em segundo, sendo eu avesso ao estilo de Bruno Carvalho, reconheço-lhe uma enorme virtude em relação às candidaturas concorrentes: um visível gosto e determinação férrea em conquistar o poder, condição que julgo valiosa para a tarefa ciclópica que o aguarda.
Foi este dilema que me levou pela primeira vez a abster-me em eleições no meu clube. Pela minha parte felicito a nova direcção e torço para que, imbuída de realismo e muita ambição, esteja à altura da história deste (ainda) grande clube que ocupa o meu coração. Tenho sede de vitórias e um enorme desejo voltar a Alvalade. Boa sorte, Bruno de carvalho.
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«O futebol não tem interesse só pelo jogo. Quando o Sporting perde não tem interesse nenhum»
Manuel António Pina (1943-2012).
Na quinta-feira passada não resisti a assistir a mais uma amarga derrota do Sporting e assim me certificar do seu acelerado fenómeno de decadência. Uma pessoa não se habitua à dor e palavra de honra que fiquei incomodado, com um inaudito melão.
Como já referi mais do que uma vez, nestas coisas da bola sou apenas um adepto de paixão que não leva a sério a discussão de estratégias facilmente objectadas por uma bola à trave, uma lesão fatal ou má arbitragem. Ou seja, este é daqueles temas em que sou meramente “clubista”, ou seja, parcial e apaixonado - o que me move (me faz saltar) são as bolas lá dentro.
As razões atrás expostas não me permitem portanto uma análise lúcida da situação. Isso tem na língua portuguesa uma expressão clara e explícita, diz-se: o Filipe é do Benfica, o Vasco é do Porto e o João é do Sporting. Uma relação de propriedade, inevitabilidade umbilical, siamesa, da qual não há fuga ou libertação possível. Entendamo-nos: se fosse ao contrário e o Sporting fosse meu, eu rifava-o, escondia-o no sótão no baú dos trastes de família, aí mesmo onde estão todos os descarnados esqueletos. Mas não; para desgraça minha sou eu que sou do Sporting, qual Fausto que por uma miragem de felicidade vendeu a alma, e que assim alcançou a dor lancinante do perpétuo fogo dos infernos diabólicos. Não há rádio, jornal ou noticiário que a cada hora não me confronte com esta maldita condenação de assistir com uns palitos nos olhos ao naufrágio clube de que sou refém.
Agora mais a sério: temo bem que pouco haja a fazer nestes dias para resgatar um pouco de orgulho e alegria aos sportinguistas, que em boa verdade, desde os anos sessenta, animados por umas poucas e fugazes vitórias, vivem dos seus pergaminhos. E se há pessoa que sabe que, exceptuando para a um alfarrabista, o valor prático dos pergaminhos é igual a zero sou eu; acreditem. Como diz o povo, "fidalguia sem comedoria é gaita que não assobia" e pelos vistos acabaram-se as filhas dos brasileiros ricos para “bem casar”, que o dinheiro custa a ganhar em todo o lado. E sem palhaços acabou-se o circo. É uma gaita.
Confesso que tenho muita dificuldade em congeminar argumentos e teses políticas a respeito da “bola”. Porque se há um assunto que pela sua natureza me é permitido ser “clubista” é no que refere o meu clube. As emoções vivem-se a paixão não se discute. Apesar de reconhecer que o meu estado de alma é matéria de pouco interesse, não quero deixar de aqui expressar a minha profunda tristeza e desolação quanto à situação a que chegou o meu Sporting.
E porque não acredito que a providência divina interfira nestas coisas, suspeito que a travessia do deserto, se a isso tivermos direito, será penosa.
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É evidente, é o que toda a gente constata neste Sporting de início de época: a falta de entrosamento da equipa nota-se principalmente no miolo do meio campo onde que actuam três jogadores de perfil muito semelhante. Nenhum deles imprime explosão e criatividade para interligar o jogo com o ponta de lança. Quanto ao entrosamento, apenas o tempo resolverá, mas Sá Pinto não se livra de uma escolha “dramática”: deixar no banco uma de duas primas-donas Elias ou Adrien por troca com Labyad ou André Martins por forma a imprimir dinâmica e municiar o ataque. E depois creditem que Wolfswinkel não é o problema do Sporting. Problema é não ter concorrência.
De resto, como não vivemos dos anos dourados do passado, resta-nos conviver com esta inquietação, condição intrínsecas a um amor maior. O Sporting.
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As manchetes que o nome da mova promessa de Alvalade proporciona às capas dos desportivos nacionais:
Viola afinada
Viola no saco
Viola dá música
Solo de Viola
Viola Solo
...
Como se provou ontem em Munique num improvável confronto desnivelado, uma final é uma final, resolve-se assim num detalhe, num minuto; e nem sempre ganha a melhor equipa. Não foi isso que aconteceu esta tarde no Jamor: apesar do antijogo praticado pela Académica a partir dos cinco minutos, a briosa deu jus ao nome e mostrou ter muito mais ganas de ganhar do que o Sporting. De resto, como sempre soubemos, o plantel do Sporting 2011/2012 jamais respirou ares galácticos, e só conseguiu sair da vulgaridade quando se superou com garra, vontade e... brio.
A Académica ganhou bem portanto; e a cidade de Coimbra, há longos anos em lenta decadência merece a festa e três minutos de fama. Quanto ao mais pouco serve consolo a figura do jogo ser um jogador leonino, o Adrien… e nos próximos dias vão sobrevoar rasantes os habituais abutres sobre Alvalade. Que não dêem cabo do que sobra é o que eu espero.
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Ontem em Alvalade perante o At. Bilbau assistimos a uma das melhores exibições da equipa do Sporting nesta época, definitivamente transfigurada pelo carisma do treinador, que teve o mérito de contagiar o balneário com a raça e determinação de quem tem genuíno coração de leão. Sá Pinto recuperou a motivação e restaurou auto-estima duma equipa de rastos, com um discurso que é um verdadeiro manual de boa comunicação, com resposta pronta, focada e sóbria, numa mistura mágica de inteligência, ambição, humildade… e um indisfarçável prazer que resplandece no brilho dos seus olhos. Uma aposta vencedora.
Finalmente, independentemente do resultado que saia desta meia-final, o jogo de ontem à noite recoloca o Sporting no luminoso palco a que pertence: o relvado. Assim se devolve o protagonismo aos verdadeiros artistas, a equipa técnica e os jogadores, que se vêm transcendendo, solidários e resolutos, devolvendo para a bancada e para o universo leonino o sentimento que resgatará o clube: um enorme orgulho e felicidade de sermos diferentes, de sermos do Sporting Clube de Portugal. Perante isto, aos dirigentes, exige-se que tenham juízo. Aos oportunistas que se retirem para os seus sombrios buracos.
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Estou a falar do meu... não consegui ver o último canto que o Rui Patrício defendeu com uma palmada e pelas imagens aqui reproduzidas fiz bem mudar de canal naqueles segundos finais. É que um coração de Leão não aguenta tudo!
Reeditado daqui
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
(continuação)prntscr.com/12dlhbr – anomalia de tem...
(continuação)Se depois do referido ainda há quem p...
"Nos últimos anos foi crescendo a percepção da nec...
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